Page 8 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1966
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“Pergunto a V. Exas., com a ex­                            “A operação dos troncos pelo Es­
        periência que cada um de V. Exas.,                          tado, como se pretende, virá inevi-
        possui, se o Estado Brasileiro, no                          tàvelmente levar à ruina o em­
        momento atual, atingiu nível fi­                           preendimento particular: —• pri­
        nanceiro e técnico que nos auto­                           meiro, porque o serviço local é
        rize a conceder à União quer a                              mal remunerado e as tarifas são
       exploração exclusiva dos troncos,                            apenas suficientes para a manu­
       ou ainda mais a monopolização                               tenção do serviço local, não con­
       dessa exploração. O servjço de                              tribuindo para a necessária ex­
       Telecomunicações é de grande, ex­                           pansão; finalmente, porque, de­
       traordinária complexidade. No                               pois de integrada a rêde local pri­
       operar êste serviço exige-se» não                           vada à rêde estatal, não mais ha­
       apenas idoneidade financeira, que                           verá o serviço subsidiário e aque­
       o Estado Brasileiro não possui;                             la será absorvida pelo Estado.”
       exige-se também, com a mesma
       força e a mesma imposição e ne­                         Do Senador Menezes Pim entel (“Diá­
       cessidade, a presença do “know                       rio do Congresso” , Seção II, de 27-
                                                            9-61):
       how”, que o Estado Brasileiro não
       possui.”                                                       “Não haverá, portanto, serviço
                                                                  que não fique sujeito à estatiza-
   Do Representante da Associação de                               ção, isto é, todo êle dependerá da­
Emprêsas de Telecomunicações do                                   quela disposição do centro. A pre­
Centro do Brasil (“Diário do Congres­                             valecer o disposto no substitutivo
so”, Seção II, datado de 13-10-61);                               aprovado, tudo passará à respon­
                                                                  sabilidade do Estado: — no caso
                                                         i        dos telefones, as rêdes de inter­
                                                                  ligação dos grandes centros às ca­
         “Há, por exemplo, um dispositi­                          pitais; no caso da televisão, da
      vo dentro do projeto aprovado                               radiotelefonia, o sistema.”
      pela Câmara que até aqui não foi
      debatido e para o qual peço vé­                         Da TELEBRASIL, no seu Memorial
      nia para cnamar a atenção dos                         apresentado ao Senado:
      senhores Senadores: — Trata-se
      do art. 43, I l.°, alínea b, que diz:                          “Não haverá, portanto, serviço
      — ... criação de uma entidade de                            que não fique sujeito à estatiza-
      direito público para operar os                              ção, pois todo êle, onde quer que
      troncos. Ora, essa entidade, de                             seja, hoje operado, dependerá da­
      acordo com o Código aprovado pe­                            quela submissão aos troncos e
      la Câmara, devôrá providenciar                              centros principais, quer se refira
      no sentido de expandir suas ati­                            a serviço telefônico onde o tráfe­
      vidades. Mas o fará de que ma­                              go mútuo interliga os sistemas lo­
      neira? Vamos à alínea b que de­                             cais às rêdes estaduais ou muni­
      termina a incorporação dos ser­                             cipais, quer diga respeito ao ser­
      viços hoje explorados mediante                              viço de telecomunicações em ge­
      concessão ou autorização, à me­
      dida que sejam extintos os res­                             ral.”
     pectivos prazos de concessão. As­                               “A prevalecer o disposto no

     sim, dentro de poucos anos, não                              substitutivo que fo i aprovado, tu­
     haverá neste país nenhuma em-                                do passará à responsabilidade do
     prêsa particular que tenha sua                               Estado: — no caso dos telefones,
     rêde interligada à emprêsa de ou­                            as rêdes de interligação dos gran­
     tro Estado, operando serviço te­                             des centros. Restariam, assim, co­
     lefônico. É lamentável, mas com                              mo passíveis de operação pela
     o Código a entidade pública a ser                            iniciativa particular os sistemas
     instituída em pouco tempo irá ab­
     sorver todo o serviço telefônico do                         meramente locais, em regra geral
                                                                  deficitários, no regime atual de
     país.”                                                      tarifas, escravizados ao poder
                                                                 maior do Govêm o da U nião.”
        “O estabelecimento de uma em­
     prêsa estatal deve existir, mas co­                            “O mesmo aspecto envolve os
     mo subsidiária, nunca visando a                             critérios prefixados nos § l.° e 2.°
     morte das emprêsas privadas. O                              do art. 30 do substitutivo, que ful­
     que é preciso é que se instalem                             minaram, de uma vez por todas,
     cada vez mais telefones no Bra­                             a iniciativa privada no campo
    sil.”
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