Page 46 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1984

XIII PAINEL
DESENVOLVIMENTO
TECNOLOGICO
dos órgãos defeituosos automaticamen
te” .
— Sob o ponto de vista do assinante —
enfatizou Kraemer — as CPAs possibili­
taram de imediato a comercialização de
novas facilidades. Das estratégias de co­
mercialização adotadas pela Telesp, a
unica que apresentou bom resultado foi a
instalação gratuita (no período de um mês)
de todas as facilidades para os assinantes
interessados. No final desse período. 65%
dos assinantes adquiriram em média duas
facilidades.
Disse, em seguida, o orador que “ com
as facilidades CPA podemos afirmar que
se deu mais um passo no sentido de esta
belecer uma comunicação direta entre o
assinante e o “ computador” , através do
terminal telefônico. Contudo, é através do
videotexto que esta comunicação e com
pletamente estabelecida” .
Segundo Sérgio Kraemer, o videotexto
e uma nova mídia de comunicação resul
tante da combinação de tecnologias já tra
dicionais no mundo moderno: a televisão,
a computação eletrônica e a telefonia. A
medida que novas aplicações são desen
volvidas e novas tecnologias alternativas
são apresentadas ao mercado, mais difícil
se torna dar uma definição precisa do vi
deotexto.
— Podemos pois dizer
emer — que já estamos entrando no quinto
estagio evolutivo do videotexto No sexto
estagio evolutivo prevê se a integração de
serviços objetivando levar os benefícios do
serviço aos brasileiros de todo o país. Os
complexos problemas de natureza técnica,
tarifária e comercial, decorrentes do cres
cimento da Rede Nacional de Videotexto,
já estão sendo analisados no Sistema Tele
bras à luz da experiência adquirida no ser
viço piloto de São Paulo.
Finalizando sua palestra, Sérgio Krae
mer lembrou todas as facilidades que o vi­
deotexto proporciona em São Paulo, den­
tro do seu projeto piloto, revelando em se­
guida as m edidas que estão em anda­
mento pela Telesp, objetivando criar as
condições necessárias para iniciar o ser­
viço público de videotexto para o Estado a
partir de 1985.
- Enfim , os resultados obtidos até
agora através do serviço piloto desenvol­
vido pela Telesp nos da confiança para
continuar investindo e trabalhando para
sua expansão dentro do princípio da “ par
cena responsável” , contando sempre, for­
temente, com a efetiva participação dos
fornecedores de serviços e da industria na­
cional — concluiu.
Manfredo Hering, da Embratel
Como um dos conferencistas do XIII
Painel Telebrasil, oeng. Roberto Manfredo
Hering, diretor de desenvolvimento da Em­
Visão das Operadoras
bratel, abordou durante sua palestra asex prazo de mais alguns anos. E acresce itou
periências da empresa desde sua mau — Quanto a capacitação de recursos
guraçáo, em 1965, até os dias atuais. He­ humanos tem a Embratel obtido resulta
ring fez curso de mestre na Universidade dos concretos em interação com a Ind is
da Califórnia, EUA, e nas suas atividades tria e os Centros de Pesquisa que comple­
profissionais trabalhou na Companhia Vale mentam praticamente os esforços internes
do Rio Doce, de 1960 a 1969, quando en do desenvolvimento do pessoal.
tão foi admitido na Embratel e ali ocupado Mais adiante, Hering falou sobre os ser
vários cargos de chefia. viços que a Embratel oferece aos usuários
Segundo o orador, a Embratel, ao longo na área de telefonia, telex, transmissão cie
de sua história, tem realizado um esforço dados, televisão, rede nacional costeira,
contínuo para contribuir à maior indepen etc, inclusive o Renpac Rede Nacional
déncia do País, em relação à importação de Pacotes, que já entrou em funciona
de equipamentos e tecnologia, chegando mento experimental.
ao ponto de importar apenas a chamada 0 conferencista abordou, ainda, sobre
tecnologia avançada, cuja escala de pro os custos do hardware (que está cada vez
duçào não justifica a sua industrialização mais diminuindo) e do sofware (que esta
no Brasil. E explicou: cada vez mais aumentando). E sugeriu que
— A orientação da Embratel atende a se comprasse dezenas de pacotes de soft
diretrizes internas e especificas. A primei ware, treinando parte do pessoal nesse se
ra, sintetiza se no esforço de nacionaliza­ tor, mas ressalvou que a pergunta amda
ção dos equipamentos no sentido de obter continua no ar, ainda não sabendo uma
produtos e soluções substitutivos aos im­ resposta definitiva: Como ligar a engenha
portados. A segunda, voltada para o desen­ ria com a manutenção?
volvimento tecnológico, fomentando junto - 0 setor de telecomunicações afir
aos Centros de Pesquisas e às Industrias o mou o engenheiro da Embratel detém
interesse na expansão e melhoria do sis na realidade a realização da telemforma
tema nacional de telecomunicações. No tica, porque esta não pode ser feita sem
que diz respeito a capacitação de recursos meios de comunicação. Podemos ter os
humanos, a Embratel se propõe a buscar computadores e os bancos de dados mais
nas atividades de nacionalização do de­ maravilhosos do mundo, mas se não tiver
enfatizou Kra­ senvolvimento tecnológico ação conjunta mos uma maneira de ligá los ao usuano la
empresa universidade industria, de modo na ponta, nós não vamos ter telemforma
a fixar nesse tripé os resultados dos conhe­ tica. E a teleinformática está chegando por
cimentos adquiridos, promovendo, simul bem ou por mal e vai influenciar toda a so
taneamente, sua multiplicação ciedade brasileira. Mesmo que não seja
Continuou Roberto Hering afirmando mos diretamente ligados à informática eàs
que a Embratel vem incentivando o apro telecomunicações nós vamos depender de
fundamento da cultura da empresa nas bancos de dados.
áreas técnicas, de ensino e padagogia, de Segundo Hering, futuramente teremos
teleinformática, por meio da formação de os computadores de 5.' geração e que vao
pessoal técnico nos campos do hardware e entrar no nosso dia a dia No momento, ele
do software. Do ponto de vista empre ainda não está dominado, mas brevemente
sarial, a Embratel vem criando condições o estará “ E vamos depender'de software
para maior participação dos empregados também para fazer outros hardwares mais
no processo decisório e para o aumento da complicados” , enfatizou o orador, prosse
capacidade adaptativa da empresa guindo em seus esclarecimentos
Em seguida, Hering discorreu sobre a — Os chips que nós estamos proje
situação económica financeira da empre­ tando, sejam eles dedicados ou não. de
sa, dos valores e dos produtos adquiridos pendem do software e de sistemas PAC
pela Embratel, além dos futuros projetos e (Projetos Assistido a Computador) cada
das diretrizes internas a serem aplicadas vez mais complexos e detalhados E o pro
Revelou, ainda, que “ estamos consti­ prio hardware ja é todo ele praticamente
tuindo um patrimônio técnico, científico e projetado através do software.
de desenvolvimento ponderável, come­ Roberto Hering acha que o difícil e $a
çando a desbravar novos caminhos” . ber como dominar e organizar essa nova
— O relacionamento da Embratel com tecnologia, de fazer com que isso fique a
os Centros de Pesquisa e Universidades — um custo mais barato do que nos outros
disse o conferencista — vem sendo con­ países que “ começaram antes de nos e es
solidado nos últimos anos Entretanto, ha tão pagando um preço ainda muito alto
o corte de recursos financeiros para pes- Temos recursos humanos para pesquisa e
quisasem áreas de aplicação mais imedia­ desenvolvimento de software, temos re
ta, mas isso não tem impedido a manuten cursos materiais e de gerência e nos temos
çáo de equipes, porque uma vez desagre­ que produzir programas de pesquisa e de
gadas somente poderiam voltar a articular- senvolvimento que gerem mais recursos
se, no mesmo nível de competência, no humanos especializados” . T