Page 43 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1984
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»                                                                                                                                                                                                                                                                                                                     Debates




















            taçáo do material bélico convencional está                                                                       manteve por 11 anos com a pesquisa apli­                                                                             existirá e só deve ser controlada  para  hão


            agora colocada  em  bases  legais.  O  mer­                                                                      cada  universitária?                                                                                                 se tornar excessiva.


            cado externo é de alto  risco  e,  como  foi                                                                     J.  Marsiaj:  Não estamos abandonando a                                                                              J. Mafra (ABC): A transferência de tecnolo­


            dito, qualidade é fundamental,  pois os er­                                                                      pesquisa  aplicada,  apesar de  darmos ên                                                                            gia do CPqD para a indústria tem sido algo


            ros são  pagos com  a  vida  humana.  Há                                                                         fase à  pesquisa  de  ponta  nas  Universida­                                                                        extremamente  favorável,  por  criar  nova


            cerca de dois anos que somos ativos nessa                                                                        des,  como  o  da  interpolação de voz  para                                                                         fonte  de  tecnologia.  Verificamos  porém


            área.  Por exemplo,  na  modernização  dos                                                                       multiplexaçáo digital  e a  digitalização de                                                                         que o número de fabricantes chamados a


 I          carros M41  da  OTAN.  Dentre  três  países                                                                       linhas  de  assinantes,  visando  a  futura                                                                         cooperar  para  o  desenvolvimento  de  um



            concorrentes,  o kit apresentado pelo  Bra­                                                                       RDSI, em convênio com a  Umcamp.                                                                                    produto  novo e de sua  posterior produção


            sil,  foi  considerado  o  melhor  tecmca-                                                                                Mas, além de fortalecer os grupos exis­                                                                     tem  sido até de seis empresas,  algo  bem


 j-         mente  Istò porque nós prezamos, em pri­                                                                         tentes,  temos  procurado ampliar o  leque                                                                           maior  do  que  o  mercado  pode  absorver.


            meiro lugar, a qualidade, e até colocamos                                                                        de contratos com outros grupos acadêmi­                                                                               Não se deveria  limitar o  número de  fabri­


            um engenheiro  militar  na  indústria,  para                                                                     cos.  É o caso da  Universidade de São Car­                                                                          cantes chamados a  participar?


            controlar a  qualidade  da  produção,  até                                                                        los,  no  interior paulista,  que contratamos                                                                       J.  Marsiaj:  Nós seguimos a Política  Indus­


            mesmo dos parafusos.                                                                                              para  pesquisar  eletretos  para  cápsulas                                                                          trial estabelecida na Portaria 622 do Mmi-


            J. P. Albuquerque (Cetuc): Quero testemu­                                                                        telefônicas;  da  UFMG  para  o  estudo  de                                                                          com, que fixa em até 4 o número de indús­


            nhar sobre o problema do entrosamento da                                                                          PAC  (Projeto Auxiliado a  Computador)  vi­                                                                         trias  participantes  por  produto.  Excetua­


            universidade com  a  pesquisa  aplicada,                                                                         sando ao projeto de circuitos integrados e                                                                           dos os cabos ópticos em que temos 8 fabri­


            que no caso da PUC foi um problema total­                                                                        do  IME,  que contratamos  para  a  área  do                                                                         cantes e  nas estações  terrenas,  temos fi­


            mente superado.  Já  em  1973  contamos                                                                           silício.                                                                                                            cado no limite de quatro. Todavia para de­


            com o apoio da  Telebrás.  Gostaria  porém                                                                        L  A. Garcia (ABC): Qual será o aumento do                                                                           senvolver  produtos  prefiro,  particular-


            de perguntar como veria  o CTA o envolvi­                                                                         orçamento do CPqD para 85?                                                                                           mente,  trabalhar  com  um  ou  dois  fabri­


            mento de outros grupos universitários que                                                                        J. A. Alencastro (Telebrás):  Nós aplicamos                                                                           cantes.


            não fossem do ITA?                                                                                                1% da receita de operação no CPqD, e que                                                                             R.  Prado (Andrew): O que entende o CTEx,


            T.  Pacciti:  Não creio que  há  necessidade                                                                      independe do  nível  do  investimento  que                                                                           por empresa  nacional?


            do pólo industrial ou tecnológico estar fisi­                                                                     ef-etuamos  no  sistema.  Estamos  porém                                                                             H.  Santoro:  Não há  uma definição oficial.


            camente perto da  universidade,  visto que                                                                        propondo a  idéia de acrescentar  1,5% na                                                                            Mas,  para nós, empresa nacional é aquela


            ele é algo mais abrangente  e  menos  se­                                                                         tarifa do mês de janeiro, diminuindo o FNT                                                                           que tem comando decisório nacional, dire


            torial  Quanto ao  intercâmbio entre  cien­                                                                       de  manuseio correspondente  e  transfor­                                                                            tores nacionais,  pesquisadores nacionais,



            tistas de diversos centros  tecnológicos é                                                                        mar o CPqD em sociedade civil, com cotas                                                                             e n fim   tudo  nacional.  Ao  entrarm os,


  i         algo salutar e que deve ser incentivado.                                                                          de participação das operadoras e um Con­                                                                             porém,  no terreno industrial — somos afi­


            H.  Santoro:  No caso do exército,  nós va­                                                                       selho de Administração formado pelas em­                                                                             nal o 4.  exportador mundial — passa-se a


            mos procurar a  tecnologia  de  ponta  nos                                                                        presas.  Esta  solução  proposta  garantiria                                                                         operar  num  lugar  muito  bom  para  aplicar


            centros de excelência,  estejam onde esti­                                                                        recursos permanentes para o CPqD e  não                                                                              dinheiro, e aí fica difícil evitar a solução da


            verem.  Como foi o caso da descoberta  de                                                                         agravaria a conta do assinante.                                                                                      joint-venture,  com  a  qual  obtém  se  tudo


            um alemão,  em  Gravataí  (RGS),  que  tem                                                                        A.  Gomes  (Andrew):  Como ocorre a  inte­                                                                           menos a tecnologia,  que é aquilo que nos


  I         alto saber tecnológico em giroscópios para                                                                        gração de  P&D entre as Forças Armadas?                                                                              interessa.


            dirigibilidade de  mísseis.  Sobre a  intera­                                                                     T.  Pacciti:  Em  realidade  não  há  nenhum                                                                                 Tecnologia é algo que ninguém passa a



            ção entre centros de  tecnologia,  gostaria                                                                       órgão  formal  para  isto,  mas o  entrosa­                                                                          ninguém e que deve ser conquistado com


            de registrar que hoje a PUC é um excelente                                                                        mento entre as armas é excelente.                                                                                    sangue,  suor e  lágrimas.  E  até  mesmo  os


  !         pólo de informática e que nas suas origens                                                                        E.  Siqueira  (RNT):  É  verdade  que  existe                                                                        fracassos são  úteis,  por  nos ensinarem  a


  |         foi fortemente influenciado pelo  IME.                                                                            um circulo vicioso, em que o CPqD subtrai                                                                            não cometer os mesmos erros.


  t .  J. P. Albuquerque:  O CPqD é de longe um                                                                               recursos  humanos  da  universidade  e  os                                                                            T.  Pacciti:  A tecnologia  é  como  um  ice­



            dos centros que mais investe na  indústria                                                                        perde depois para a  indústria?                                                                                       berg.  O topo todo mundo vê. todo o mundo


            (30% do orçamento)  e  na  universidade                                                                           J.  Marsiaj:  Não  chamaria  este  fenômeno                                                                           corteja  e  bate  palmas,  mas a  tecnologia


            (10%),  mas ao se referir  Marsiaj  aos  pro­                                                                     de círculo  v i c i o s o   e sim  de  migração sau­                                                                  que está escondida por baixo é nove vezes


            gramas de pesquisa  básica (especulativa)                                                                         dável,  em  que  cada  qual  se  fixa  no  que                                                                        maior que  o  topo  do  iceberg  e  se  funda­


            para a Universidade,  pergunto se  isto não                                                                       considera  sua  vocação  mais  específica.                                                                            menta  num  elemento  básico  —  a  edu­


            seria uma ameaça aos vínculos que o CPqD                                                                          Essa  migração  sempre  existiu  e  sempre                                                                            cação.                                                                                              * r



















































                                                                                                                                                                                            ¦






             José Paulo de Almeida                                                                 Carlos Mammana,  diretor do                                                             Luiz Alberto Garcia,                                                                   Delson F.  Siffert,  Vice-Presidente

             Albuquerque, diretor do Cetuc.                                                        Centro Tecnológico para                                                                 Vice-Presidente do Grupo ABC.                                                          da ABC Sistemas Eletrônicos S A


                                                                                                   Informática (CTI).
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