Page 41 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1984
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Visão do Centro de Pesquisa
como a Avibras, Tecnasa, Forteplas e Em* mília MCP, rádio-digital e outras.
braer. No decorrer de sua palestra, Jorge Mar-
— Atarefa do administrador de pesqui siaj esclareceu também que os sistemas
sa disse o reitor do ITA — é muito mais de equipamentos de comunicações estão
ampla do que parece. Ele deverá ter uma em digitalização crescente e usarão cada
dimensão extra e adicional: a de investidor vez mais meios ópticos e de satélites, fa
seletivo de talentos, que ele descobre em cilitando a formação e integração progres
seus trabalhos de pesquisa, orientando siva da futura RDSI.
— Pode-se afirm ar sem exagero —
tanto quanto possível os interesses de rea
acrescentou — que a tecnologia de semi
lização das pessoas na direção dos interes
Engenheiro Jorge Marsiaj Leal, Diretor de Pes condutores — cuja complexidade triplica a
ses do vetor nacional. quisa e Desenvolvimento da Telebrás.
— E aqui estendo — continuou — o cada dois anos —, mais particularmente a
de circuitos integrados, é a base funda
conceito do administrador de pesquisa na
universidade, mencionado no início de mi a garantia de recursos para essas ativida m ental que perm itiu o revolucionário
nha palestra: o ótimo seria que o adminis des e uma obtenção de retorno do investi avanço das telecomunicações e da infor
trador fosse um pesquisador e este um pro mento, mesmo que parcial. mática. Tornou-se evidente que para de
fessor experiente em sua área tecnológica. Para o diretor do CPqD “ os objetivos da senvolver equipamentos competitivos em
E ambos educadores que, por sua vez, pesquisa e desenvolvimento são para ca desempenho, qualidade, confiabilidade e
também investidores, isso mesmo, investi pacitar a indústria nacional no que se re preço e praticamente indispensável a utili
dores em talentos humanos. fere à tecnologia de telecomunicações e zação de circuitos integrados dedicados,
Por fim, o Brigadeiro Tércio Pacciti ci atuar em tecnologia avançada e de alto nos quais utilizaremos a técnica de difu
tou a frase: “ O administrador de pesquisa risco, de forma a manter o setor permanen são, tão logo disponível no país.
na universidade gerencia o ponderável, as temente atualizado” . Quanto a outros componentes, Marsiaj
sim como o imponderável” . Jorge Marsiaj Leal disse que “ a criação falou sobre a tecnologia C MOS; o Projeto
do CPqD no 2." semestre de 1976 veio Auxiliado a'Computador (PAC), “ que é in
Coronel Marsiaj, do CPqD abrir novas oportunidades em pesquisas e dispensável” , e as realizações do CPqD: 6
desenvolvimento, caracterizando uma 2* sistemas de matrizes de portas, dedica
Jorge Marsiaj Leal, engenheiro formado fase (a fase anterior foi de planos e forma dos, com tecnologia C MOS e N MOS (4 a
em 55 pelo Instituto Militar de Engenharia ção de RH) pelo estabelecimento de um 5 fx).
(IME), ex-diretor assistente das Organiza plano racional e integrado de P&D, coe Disse o orador que “ o Sistema Trópico é
ções Globo e atual diretor de Pesquisa e rente com uma política de fomento indus hoje uma realidade em termos de equipa
Desenvolvimento da Telebrás encerrou o trial e constituído de programas para pro mentos CPA Temporal com tecnologia na
1. ciclo de palestras do XIII Painel Tele- dutos significativos, implantação de in cional De concepção simples e moderna
brasil, escolhendo, como tema, "Tendên fra-estrutura e capacitação interna de pes utiliza intensivamente interfaces padroni
cias Tecnológicas em Telecomunicações quisa, e adoção de modelo operacional zadas, o que resulta num número pequeno
com participação efetiva de universida de partes diferentes e garante uma alta ca
no País".
Ao iniciar sua palestra, Marsiaj anun des, indústrias e empresas operadoras” . E pacidade de absorção de evolução tecnoló
ciou que não iria falar sobre as perspecti continuou: gica” . E enfatizou:
vas das TCs no país, "pois seria muito difí — Numa 3.* fase espera se obter signi — O Trópico C (Concentrador) ja está
cil” , preferindo dar uma visão geral do ficativo grau de autonomia tecnológica, em fabricação por duas indústrias com en
CPqD. Segundo ele, o '“ organismo veio propiciando a execução de atividades de comenda inicial de 1.200 terminais. O
abrir novas oportunidades em pesquisas e P&D de alto risco e, assim, contribuir para Trópico R (1 024 terminais) está em fase
desenvolvimento, fato que muito devemos o estado da arte tecnológica. de teste na Telesp e dois modelos em ver-
aogen. Alencastro, presidente da Tele Explicando, ainda, sobre o modelo ado sáo industrial se integrarão às redes da
brás, por sua intransigente defesa pela na tado pelo CPqD, disse Marsiaj que isso im Telebrasília (Lago Sul) e Telesp (Campi
cionalização da tecnologia” . plicou na utilização de 4 tipos de agentes nas) até o final deste ano. A Telebrás au
Dentro dessa filosofia assegurou para a execução dos trabalhos de pesquisa torizou ainda a aquisição, em 1984. de 25
Marsiaj — a política de pesquisa e desen e desenvolvim ento, além de outros de centrais (12 mil terminais) aos dois fabri
volvimento da Telebrás, seguindo orienta apoio, todos de acordo com suas vocações cantes existentes, ficando 6 mil terminais
ção do Mmicom, vem proporcionando ao básicas. Esses 4 agentes são: os grupos adicionais reservados para o terceiro fabri
setor os seguintes aspectos: no aspecto universitários, mediante contratos de pes cante, a ser selecionado.
político, autonomia nas decisões como de quisa e aperfeiçoamento de recursos hu Quanto às fibras ópticas, disse Marsiaj
corrência do domínio tecnológico. No as manos; as indústrias nacionais para o de que “ a industria vai fornecer, no primeiro
pecto científico, o apoio à comunidade senvolvimento industrial; as empresas do ann ? mil km de fibras ónticas de índice
científica e o incentivo à formação de pes Sistema Telebrás em convênio e o próprio gradual, desenvolvendo, ainda, o CPqD a
quisadores de alto nível. No aspecto tec CPqD. de tipo monomodo (operando de 3 a 5 jx)
nológico, uma menor dependência de fon - Atualmente, temos cerca de 30 pro que poderá permitir distâncias de até 100
tes externas, o domínio de tecnologias jetos em andamento — revelou o diretor do km sem emendas e com baixíssima ate
avançadas e a adequação dessas tecnolo CPqD — , como parte dos seguintes progra nuação (a NTT já mostrou essa fibra a nível
gias as peculiaridades brasileiras. No as mas: comutação eletrônica, transmissão de laboratório para enlaces interurbanos e
pecto industrial, a formação de um parque digital, comunicações ópticas, comunica intercontinentais). A fibra óptica do CPqD
fabril com tecnologia própria, com petitivi ções por satélite, dados, componentes ma é complementada pelo sistema Elo (34
dade no mercado internacional, e o fo teriais e tecnologia do produto e desenvol M bits/480 canais) e sistema m ultiplex
mento as atividades de pesquisa e desen vimento de redes. Nós temos ainda a fa (MPC) de 140 Mbits. (1.920 canais), es
volvimento nas próprias indústrias. Final mília MCP, com vários membros de várias perando-se para breve sistemas de 7.680
mente, no aspecto económico-financeiro, hierarquias: a família Elo, a Trópico, a fa canais ou 565 Mbits” . X