Page 49 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1984
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DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO
PAINEL III — PALESTRAS
n e g ó c i o d a t e c n o l o g i a
A indústria foi representada no um resultado que supera a soma individual central rural ARX 100 para 600 terminais,
último segmento do XIII Painel das partes. Esse é o conceito que acho o sistema eletrônico de tarifação desenvol
mais expressivo quando aplicado ao de vido em conjunto com a Embratel, etc.. ) e
por Oliveira Machado, Diretor de senvolvimento tecnológico. para a área privada (o PABX digital de
Tecnologia da Ericsson, que de Luiz de Oliveira Machado iniciou sua grande porte, os equipamentos de tarifa-
senvolveu o tema da Sinergia en palestra discorrendo sobre capacitações çào, de radio chamada, de alarme e equi
sucessivas de uma empresa industrial que pamentos chefe-secretária), e que in
tre Transferência de Tecnologia e leva o processo de desenvolvimento até cluem projetos com tecnologia transferida
o Desenvolvimento Local; pelo sua última consequência, que é a coloca e local.
Diretor Técnico da recém criada ção do produto no mercado. Após dizer que “ a capacitação técnica
A primeira capacitação que a indús existente no Brasil é adequada para proje
ABC-Xtal, que mostrou o panora tria procura é a de engenharia de produção tos de desenvolvimento complexos com
ma da Fibra Óptica no Brasil e (permite gerar receita a partir de produtos eletrônica digital” , Machado referiu-se às
pelo engenheiro José Mauro Leal desenvolvidos por terceiros), seguindo-se dificuldades que encontrou, em cinco
a de engenharia de produto, que para a anos de experiência às voltas com desen
Costa, Diretor Superintendente Ericsson — explicou o conferencista — é o volvimento tecnológico: 1 — mfra-estrutu-
da Sul América Philips Teleco conjunto de atividades que inclui qualifi ra em geral (como ter recursos suficientes
municações, que discorreu sobre cação de material e componentes, desen para investir em sistemas caros de desen
volvimento mecânico e de equipamentos volvim ento log icial, que mexistem no
o Modelo de Desenvolvimento e de teste, que permitem passar de um equi país); 2 — restrições à importação (as polí
Absorção da Tecnologia de uma pamento desenvolvido em laboratório para ticas tecnológicas e de exportação não são
Empresa Privada no Setor de a fase de produção. coerentes) e 3 — gerenciamento de proje
Mais adiante o engenheiro enfatizou a tos de tecnologia complexa (fenômeno
TCs. Apesar de variar o conteúdo importância dos processos de teste auto mundial, no qual cresce o fosso entre as re
das exposições, ficou a mensa máticos para produção (só um equipa alizações da técnica e da ciência adminis
gem de que a indústria completa mento importado para qualificar circuitos trativa).
integrados custou 600 mil dólares) e de Neste mesmo diapasão, disse o pales
com brio o tripé constituído pela
documentação técnica (frequentemente trante que os circuitos dedicados e semi-
Universidade e pelos centros tec subestimada e que ocupa na Ericsson 170 dedicados (que se contrapõem componen
nológicos brasileiros. pessoas) que, conjuntamente com as eta tes aos de uso geral) não são um “ mo
pas anteriores, permite à empresa gerar dismo” passageiro e sim um “ imperativo
produtos com características físicas pró para competir” . A propósito, citou o pro
Luiz de Oliveira Machado, da Ericsson prias. blema que enfrenta para importar esse tipo
- A etapa seguinte — continuou Oli de componentes para o novo modelo de KS
A primeira palestra do 2.° dia esteve a veira Machado — é a adição da capacidade Digital, o microprocessador, do tipo CPA,
cargo do diretor de tecnologia da Ericsson do desenvolvimento do equipamento e do com controle distribuído PCM a 2 fios, ca
do Brasil, que escolheu o tema “ Sinergia logicial, o que permite agora realizar pro pacidade de 16 troncos, 16 ramais, a ser
entre Transferência de Tecnologia e De dutos que apresentam características fun lançado no Brasil, pela Ericsson, até o fi
senvolvimento Local” . Entre outros assun cionais próprias. E as etapas finais do pro nal deste ano e que “ será nosso primeiro
tos, ele explicou o significado de Sinergia cesso são a engenharia de sistemas e a grande produto digital com tecnologia
dentro da concepção organizacional de análise de mercado, o que dá à empresa local".
sua empresa: sua capacitação para fazer produtos origi
— De um lado tentei achar uma defini nais. Sinergia na Prática
ção semântica do termo: "Ato ou esforço
coordenado de diversos orgãos na realiza As Dificuldades do Desenvolvimento Oliveira Machado divergiu dos pales
ção de uma função (Dic. Aurélio, pág. trantes do Painel anterior, que considera
1316). Do outro, encontrei uma definição A seguir, o engenheiro citou os produ ram que a dificuldade principal residia,
melhor que conceitua a Sinergia como tos que a Ericsson desenvolve para a área hoje, no domínio do logicial. Para ele. este
aquele fenômeno pelo qual, através da in pública (adaptação do AXE digital; radar é “ apenas mais um instrumento de traba
teração de coisas já disponíveis, se obtém m ilitar Fila com tecnologia transferida; a lho” , mas admite que existe dificuldade#