Page 20 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1990
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Maciel:
América Latina continua
em desvantagem
0 vice-presidente da Ospar, Ricardo Maciel Referlndo-se à Am érica Latina, o orador dis nais cresceram e está havendo associações de
(que já foi da Sld), tam bém escolheu com o te se que ela fica em desvantagem , porque os obje tecnologia nacional com a estrangeira. A tecnolo
m a de sua paiestra “ A Integração do Complexo tivos a serem alcançados em com putação, consu gia nacional ocupa a parte inferior do complexo
eletrônico, à exceção do Trópico, uma tecnologia
Eletrônico sob o ponto de vista da área de Infor mo, com unicação e com ponentes são d iferentes.
de ponta. Quanto à indústria nacional. Ricardo
m á tic a ” . Para elé, a Am érica Latina é apenas No caso das com unicações o que se deseja é a
um pouco m elhor do que a África, continentes confiabilidade e a com patibilidade das redes. M aciel disse que ela não é competitiva em ter
relegados a planos Inferiores, porque os Investi Em felação a com putadores, o que se quer é ca mos m undiais, a não ser em alguns "nichos", co
m entos do “ Prim eiro Mundo” se voltam preferen- da vez m ais o alto desem penho. E na eletrónica m o o da autom ação bancária. Para o palestran
clalm ente para o Leste Europeu considerado co de consumo está com eçando a vigorar o perso- te , o gap tecnológico entre o Brasil e os países
mo um a grande área consum idora. Ele fez um re nal design (personalização do projeto). ” 0 dog desenvolvidos aum enta.
trospecto da década de 7 0 até os dias atuais, a ma da década de 7 0 , disse M aciel, era a Im pos M ais adiante, disse o orador que todos que
fim de caracterizar as m udanças ocorridas tan sibilidade do desenvolvim ento tecnológico na rem Im portar hardware (equipamentos), mas não
to no Brasil quanto no exterior em relação ao área de eletrônica no Brasil” . há recursos disponíveis. “ Quanto a parte de soft
com plexo eletrónico. — A tualm ente — continuou o orador — a co ware tem os ainda uma Indústria Insipiente e um
O palestrante lem brou que, na década de m unidade científica e o governo já têm um a In m ovim ento frenético em busca de produtos no
7 0 , Estados Unidos (AT&T) e Japão (NTT) com eça dústria do com plexo eletrônico, as m ultlnaclo- ex terio r” , acrescentou. Quanto às TCs. elas es
vam a desregulam entação do monopólio de suas tão em stand-by, sem maiores encomendas.
telecom unicações, enquanto na Europa, prlncl- A eletrônica de consumo está retraída, exce
palm ente na França, estabelecla-se planos para to para novidades Importadas. Por sua vez. no
criar a necessária Infra-estrutura daquele setor. m ercado de Inform ática — sob diversas formas
Na área de tecnologia surge, em 70, o Circuito — há grandes grupos se movimentando para ocu
Integrado (Cl) e o m icroprocessador. Enquanto par o espaço. Quanto a nova política Industrial
Isso, os equipam entos passam de analógicos pa M aciel acha que a associação com parceiros es
ra digitais e a América Latina, naquela década, trangeiros é fundam ental.
é vista com o um m ercado absorvedor da tecnolo Uma das sugestões do conferencista é que
gia eletrônica. Referlndo-se à época atual, Ricar a S ecretaria Nacional de Ciência e Tecnologia de
do M aciel cham a a atenção para o Japão que, veria absorver o INPI.bem como ter maior enten
pratlcam ente, já alcançou os EUA. dim ento operacional com a Secretaria Nacional
— Já a Europa — acrescentou M aciel — sur de Com unicações. “ É preciso terminar com a
ge como um terceiro pólo mundial da tecnologia, cultura cartorlat e burocrática que grassa no Pa
enquanto os países asiáticos (Japio excluído) ís. Não deveria existir nenhuma lista de proteção
se caracterizam pela tecnologia Interm ediária e R lca rd o M a c ie l. a produtos como os de Informática", concluiu
de grande volume de produção. Ricardo M aciel.
Rosas:
Levar pleito integrado ao Governo
Sebastião Rosas, diretor da Philips do Brasil, advoga eletrônica de consumo para dar, sucesslvamente, a auto rão competitivas. Já outras permanecerão no mercadc
do e economista, falou da eletrônica de consumo, afir mação de escritório (Informática e TCs), televisão e tex e Sebastião Rosas citou a fábrica de clnescóplos da Phi
mando que é um privilégio ter podido acompanhar, ao tos Interativos (mercado de consumo e comunicações), lips (com 95% de conteúdo local) que “se compara com
longo dos anos, o desafio Imposto pela rápida evolução automação do lar (consumo e Informática) e novos produ qualquer outra similar no mundo". Dentre as decisões a
da tecnologia. Ele explicou que um dos problemas da tos para uso doméstico e para negócios, envolvendo as serem tomadas está o da fabricação local contra a im
mlcroeletrônlca - a Philips também está na área de com três áreas básicas. portação do produto, como será. por exemplo, o caso
ponentes — é o da amortização dos Investimentos que Dentre os problemas enfrentados pela Indústria In atual da telefonia celular. A primeira opção será sempre
são multo elevados. Fator Importante é o da Integração ternacional, está o da economia de escala que justifique Importar (é mais fácil) mas é preciso estudar, caso a ca
da Indústria dos componentes com a de equipamentos, sua produção local. É por Isto que, hoje em dia, os pro so, o mercado, como para videocassetes.
sendo que estes dois aspectos do complexo eletrônico cessos de manufatura procuram ser flexíveis com o em Importante é que os produtos eletrônicos de consu
são "altamente complementares" prego, por exemplo, de montagem de dispositivo de su mo tenham seu planejamento discutido com os demtò
As montadoras de equipamentos eletrônicos paro perfície (vide Revista Telebrasll M/J 85 p.22). A seguir, o segmentos do Complexo Eletrônico, a fim de otimizar«
consumo - vídeo e áudio - dependem da mlcroeletrônl conferencista analisou o cenário da eletrônica de consu que constitui seu coração - a mlcroeletrônlca. Por outro
ca, tanto no segmento do mercado profissional quanto mo, referlndo-se à Zona Franca de Manaus, uma experiên lado, a Indústria do Complexo Eletrônico precisará trans
do semlproflsslonal. Exemplificando com o Compact Disk, cia de mais de duas décadas em material management mitir ao Governo sua mensagem para manutenção de
disse o palestrante que no Início tratava-se de produto e que trouxe ao País uma tecnologia da mlcroeletrônlca, sua continuidade no País. "A política do Complexo Eletró
para a área de arquivamento eletrônico e que depois foi mais ou menos atualizada, em termos Internacionais. A nico deve ser Integrada", recomendou Sebastião Rosas
sendo aplicado no segmento de entretenimento, já haven eletrônica de consumo para entretenimento ficou com e é preciso decidir de uma vez por todas se nossa micro-
do aplicações em que o CD é um misto de armazenamen Manaus ao passo que a indústria do Sul ficou com o seg eletrônica "vai ou não vai",
to de dados e de Imagens. mento semlproflsslonal e Industrial, numa divisão quase — A Indústria do Complexo Eletrônico não pode fr
Sebastião Rosas explicou que a Integração do Com natural. glr a seu destino de levar uma mensagem, clara e preci
plexo Eletrônico Já existe há multo na Philips e exibiu Houve substituição de Importações, mas se Isto ti sa, ao Governo, através de um pleito objetivo - finalizou
uma transparência em que mostrou a Intercessão do pro ver sido feito de qualquer maneira, frente à abertura pa o executivo da Philips.
cessamento eletrônico de dados com comunicações e ra o mercado Internacional, as empresas não permanece
Telebrosil, Nov.jDez lW