Page 53 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1984
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pela importação do chip, uma decisão que da empresa, onde detem 60% do capital. E. Siqueira: Há casos de transferência de
acho razoável, porque iremos ter um pro G. Magnani (Condugel): Quais os parâme tecnologia de ponta da Philips do Brasil
duto competitivo, gerador de empregos e tros técnicos da instalação da fibra óptica, para com terceiros?
com possibilidade de trazer divisas para o efetuada em Uberlândia, pela ABC-Xtal e M. Magalhães: Nosso equipamento de rá
país. pela Pirelli? dio enlace de 60 canais e o aparelho tele
C. Gravata (Daruma): Existe algo impor J. Mauro: Se falarmos de dados médios, fônico Uirapuru foram desenvolvidos mte-
tado na fibra óptica nacional? trata-se de um cabo de 12 fibras, padrão gralmente no Brasil Já a central de comu
J.M. Costa: O umco insumo importado, à Telebrás, com atenuação de 3 ± 0.5 dB/ tação TBX foi um desenvolvimento partici
semelhança de indústrias similares no km, faixa passante de 400 MHz/km, perda pativo, para o qual contribuímos com de
mundo, são tubos de quartzo fundido, ob máxima do enlace de 4,2 km, igual a 15 senvolvimento complementar, para sua
tidos de uma empresa alemã que detém o dB, incluindo a perda das emendas. In aplicação no mercado brasileiro, como si
monopolio m undial e os fabrica com formo a propósito que, no primeiro lote de nalizaçáo e entrocamento pelas normas da
quartzo brasileiro, o que sempre nos dará fibras entregues pela ABC Xtal a Telebrás, Telebrás, etc... Seu lançamento brasileiro
um certo poder de barganha, no caso de alcançaram-se faixas passantes em exces antecedeu inclusive de 30 dias o lança
eventual tentativa de manufatura local. A so de 1 GHz/km, que é um resultado que mento europeu do produto.
fibra que fabricamos, de índice gradual, é poucas empresas no mundo obtém. M.Maia (P&D): Que percentual do fatura
semelhante a qualquer outra, produzida C. Uchôa (ABC Dados e Sistemas): Qual o mento líquido as empresas ABC aplicam
alhures e acredito que dentro de um ano a conceito de empresa nacional, para o con em P&D?
um ano e meio a ABC-Xtal estará fabri ferencista L.O. Machado? J. Mauro: Nossa previsão orçamentária,
cando fibra do tipo “ monomodo” . L. O. Machado: De acordo com a lei, em para 84, foi de 10.5% e esperamos atingí-
C. Dascal (Elebra): Qual a contrapartida presa nacional é aquela que aqui tem sua la.
que tem o sócio externo, no caso do empre sede e opera segundo as leis brasileiras. Is J. Camargo: Como poderia uma empresa
go de sua tecnologia? so nãoéa minha visão, éapenasoquediza nacional, sem cordão umbilical com o ex
M. Magalhães: A propósito diria que o pro lei. Discute se hoje o que é empresa genui terior e sem o suporte do mercado interno,
blema de altos custos de desenvolvimento, namente nacional, efetivamente nacional, atuar no mercado externo?
não totalmente cobertos pela produção, empresa nacionalizada, e assim por M. Magalhães: Para o caso da Philips, sua
existe lá fora, como aqui No caso de con diante. Até o presente, isso tem sido ape rede de associadas e de subsidiárias e um
jugação internacional de esforços, os cus nas uma questão semântica. auxílio tremendo à exportação, como no
tos fixos do desenvolvimento serão ratea E. Siqueira (RNT): Foi dito textualmente caso da América do Sul. Para uma empre
dos pelos diversos países participantes. no Painel da felebrasil, em 80, que tec sa nacional, sem vínculo externo, acho que
LO Machado: Acrescentaria que, no caso nologia não se compra e sim se desenvolve só ha uma maneira: o incentivo do Governo
do desenvolvimento de nosso key system. e se rouba Numa visão rápida, por que não para que se torne competitiva e conhecida.
utilizamos partes do equipamento de co acreditar que todos os caminhos estão L. O. Machado: O incentivo do Governo
mutação AXE, que já tinha sido objeto de abertos para o Brasil? existe. Todos nós ajudamos a subsidiar as
transferência de tecnologia e pago ao ce L. O. Machado: Eu acredito. exportações brasileiras, através de finan
dente dessa mesma tecnologia, conforme D. Siffert (ABC): Qual o percentual, em ciamentos favorecidos.
contrato registrado no INPI. Tal contrato termos do faturamento, do investimento M. Magalhães: Quando falei em incentivo,
previa inclusive que a utilização da tec efetuado pela Ericsson do Brasil em hard não foi para a exportação, mas sim para as
nologia AXE, em outros produtos da em ware (instrumental), software (logicial) e atividades de P&D da pequena empresa
presa, não seria novamente remunerada. sistemas de análise de mercado? nacional, de modo que possa gerar produ
Em outros casos trata-se de módulos L. O. Machado: O percentual que aplica tos competitivos.
desenvolvidos no Brasil ou ainda de solu mos em tecnologia é da ordem de 7 a 8% L. O. Machado: É exatamente esta visão,
ções com tecnologia transferida sem vín do faturamento. Já na LM Ericsson o per com a qual não concordo totalmente. O in
culos contratuais, como no caso do PABX centual é de 9% do faturamento, só em centivo ao desenvolvimento tecnológico
CPA, nos quais não se remuneram a tercei P&D, a nível de empresa como um todo. deve ser uma política nacional e não pode
ros A contra-partida do fornecedor de tec Na divisão CPA de comutação publica, o ser seletivo, beneficiando apenas um seg
nologia é a sua participação nos resultados percentual pode atingir níveis de até 20%. mento, o da pequena empresa. Tr
Antonio Carreira, coordenador do Ricardo Apra, gerente-geral da An Carlos Alberto Gravata, presidente Arthur Alves Peixoto. Diretor Téc
debate e diretor da Telebrasil drew Antenas Ltda. da Daruma Telecomunicações S.A. nico da NEC do Brasil.