Page 46 - Telebrasil - Julho/Agosto 1984
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S e m i n á r i o  T e l e b r a s i l





                                       AS TCs NUM AMBIENTE DE MUDANÇAS








                                                                                                                                                                  PAINEL II  -  DEBATES














                                                               D e f e s a   d e   t e s e :   e s t a t a l   o u   p r i v a d o ?
















                                       P a in e l de D ebates II c a ra c te ri­
                          O             zou-se  p e la   a m p la   visão  dos                                                                           de outro setor alheio às telecomunicações                                                                                   dão através de taxação e de outros meios.

                                                                                                                                                                                                                                                                                     0  que não existe é um mercado de capitais
                                                                                                                                                         -  a  Seplan  -  que  a  sujeita  a  limitações



                         p ro b le m a s  d e b a tid o s  e serviu para                                                                                 orçamentárias artificiais e assim condena                                                                                   adequado,  principalm ente  para  investi­
                                                                                                                                                         o sistema à  estagnação e à  deterioração?                                                                                  mentos  de  m édio  e  longo  prazos.  Todos
                         d e lin e a ro p a n o  de fu n d o  das "te/e-                                                                                 R  -  Herbert  Levy  (Dep.  Fed.):  No  início                                                                              nós  sabemos  que  esse  mercado  é  total­




                         c o m u n ic a ç õ e s  em  u m  a m b ie n te  de                                                                              achei  que  um  órgão  com o a  Seplan  teria                                                                               m ente estatizado,  pois a ação do governo



                          m u d a n ç a s n.  Falou-se  do  grau  de                                                                                      uma ação benéfica frente à desordem eco­                                                                                   nada  m ais  tem  sido  que  a  de  canalizar a

                                                                                                                                                          nômica e financeira do universo das esta­                                                                                  poupança  para  desenvolvimento  do  tipo
                          c o n tro le  q u e  deve se r exercido pela

                                                                                                                                                          tais, representada por fatos taiscom o: pre­                                                                               efetuado  pelo  BNDES.
                          S e p la n   e  p e lo   Congresso  sobre  as                                                                                   visão  de  recursos  de  capital  insuficiente                                                                             P - E. Quandt (Telebrasil): E será ético uma



                          e sta ta is,  do q u e  deve se r o e sp írito                                                                                  para  projetos  am biciosos  ou  aplicações                                                                                empresa  privada  recorrer  ao  futuro assi­



                           de  um a  C o n stitu içã o ,  da  d ívid a  do                                                                                que disvirtuavam com pletam ente o espíri­                                                                                 nante,  cobrando-lhe  um  preço  elevado a


                                                                                                                                                          to  do  “ open  m arket",  promovendo  in fla ­                                                                            título de autofinanciamento?
                           País  co m   o  F M I,  dos  dois  Brasis

                                                                                                                                                          ção. Mas a experiência está demonstrando                                                                                   R  -  H.  Maksoud  (Hidro-service):  Discuti­
                           que  devem   se r  a d m in istra d o s.  O
                                                                                                                                                          o contrário e  ao  invés de  um  órgão desti­                                                                              mos uma  tese.  Defendemos que é preferí­

                           p o n to   c e n tra l  da  discussão  girou,                                                                                   nado ao controle eficaz das estatais,  esta­                                                                              vel  sempre que  possível deixar as ativida­



                           no  e n ta n to ,  sobre  o  que  deve  ser                                                                                     mos com um elemento de superburocrati-                                                                                    des econômicas abertas à competição. Se



                            e s ta ta l e o que deve se r livre  in ic ia ­                                                                                zaçâo.                                                                                                                    é ético para o governo cobrar autofinancia­

                                                                                                                                                                                                                                                                                     mento, pergunto qual é a marca que existe
                            tiva  em   se  tra ta n d o   da  a tivid a d e
                                                                                                                                                                                                                                                                                     na testa do governo diferente da que existe

                            e co n ô m ica   do  País.                                                                                                                   ”0 governo é um mal                                                                                         no cidadão  particular?




                            P  - Joelmir Beting (Jornalista): Temos pos­                                                                                                   necessário que quer                                                                                               Respondo  aqui  a  uma  questão de  na­


                            sibilidade  de  assumir o  controle,  através                                                                                                                                                                                                            tureza genérica,  no sentido de que é erra­


                            do Congresso, das contas das estatais? Po­                                                                                              se perpetuar no poder”                                                                                           do,  inadequado,  falacioso julgar que só é


                            demos transferir a Sest para o Congresso?                                                                                                                                                                                                                ético aquilo que  não é coletivo.  Então, se

                                                                                                                                                                                                 (H. Maksoud)                                                                        eu sou governo,  falo em nome da coletivi­
                            R - H erbert Levy (Deputado Federal - PDS-


                            SP):  Há  m uitos anos venho repetindo que                                                                                                                                                                                                               dade,  não  sou  nada,  ninguém,  não  sou


                            os  três  orçam entos,  m onetário,  das  esta­                                                                                        Exemplo aconteceu  em  relação à  essa                                                                            pessoa.  Sou  povo e como tal  posso cobrar


                             tais e  da  União devem ser apreciados em                                                                                     submissão  pacífica  ao  FMI.  Primeiro  en­                                                                              uma soma elevada de quem quer que seja,


                             bloco pelo Congresso,  a fim  de haver uma                                                                                    careceu-se  o  crédito,  uma  forma  de  d ifi­                                                                           para  prestar um serviço que se deve acei-


                             fiscalização  adequada  para  evitar  exces­                                                                                  cultá-lo.  Forçou-se a tomada de em présti­                                                                               tar.  Se  isto é ético para um setor governa-                                                                     j


                             sos. Mas os projetos tem  sido bloqueados e                                                                                   mos em  dólares e  milhões de empresas o                                                                                  m ental,  porque não o será para a empresa                                                                        j


                             só o O rçam ento da União é hoje subm etido                                                                                   fizeram, pois não havia outra alternativa. O                                                                              privada?                                                   •


                             ao Congresso.                                                                                                                 custo  do  crédito  interno  foi  de  tal  ordem                                                                           R - Joelm ir Beting (Jornalista): De fato nós                                                                     j


                                                                                                                                                           agravado que só havia a solução do dólar e                                                                                 não temos no setor privado disponibilidade                                                                        j


                             P  - Joel Si mão (Embratel):  Não seria con­                                                                                  continuar rolando a bola de neve da dívida                                                                                de capital e sobretudo vontade para inves-


                             trário à tendência da integração das TCs a                                                                                    externa.                                                                                                                  tir  nos serviços  de  utilidade  pública.  En-                                                                    j


                             existência  de  uma  multiplicidade  de                                                                                                Então  evidentemente  tomar  decisões                                                                            quanto  não  se  resolver  o  problema da dí­


                             empresas?                                                                                                                     certas é essencial e as decisões devem ser                                                                                vida  externa,  estará  cada  vez  mais difícil                                                                    I


                             R  -  H erbert.  Levy  (Dep.  Fed.):  Não  vejo                                                                               tomadas por homens de estado,  por políti­                                                                                tom ar  decisões  e  desengavetar  projetos.


                             inconveniente  m aior de  integração se de­                                                                                    cos  que  tenham  a  visão  panorâmica  do                                                                                Nós  temos  este  impasse  do  constrangi­


                             term inados segm entos puderem  ser explo­                                                                                     conjunto e que saibam compreender o que                                                                                   mento da dívida externa que vai ter que ser                                                                     |


                             rados por em presas privadas,  médias e pe­                                                                                    são  prioridades.                                                                                                         removido  pelos canais  político-diplomáti-                                                                       j


                             quenas,  com   a  orientação  de  um  mono­                                                                                                                                                                                                              cos,  pois  pelo  canal  bancário  não há  ne-                                                                    i


                             pólio,  no caso a Telebrás.  Nas áreas m uni­                                                                                  P  - Euclides Quandt (Telebrasil):  Existem                                                                               nhuma condição de tomada de decisão na                                                                            ;


                             cip a is este processo seria encorajado o que                                                                                  capitais privados e com recursos suficien­                                                                                área  econômica  no  Brasil.


                             lib e rta ria   investim entos  de  áreas  não  es­                                                                            tes para executar e  implantar serviços de                                                                                        A  questão  da  dívida  externa  “ amarra”                                                                J


                            se n cia is,  reservando-os  para  problem as                                                                                   TCs públicas?                                                                                                             nossa  resposta ao Cmte.  Quandt. As esta-                                                                        j


                            fu n d a m e n ta is  de  pesquisa,  tecnologia  e                                                                              R -  Henry Maksoud (Hidro-service):  Qual­                                                                                tais  foram  transform adas  nos  últimos  10



                            desenvolvim ento.                                                                                                               quer coisa que tenha cheiro de serviço pú­                                                                                anos  nos cabos eleitorais da  ficha cadas­

                                                                                                                                                            blico  normalmente vem  com  a  conotação                                                                                 tral do Brasil lá fora.  Mas o custo financei­



                            P  - J e a n  d e  C sisky (F on em at):  Como pode                                                                             de  que  não  existe  capital  privado  su fi­                                                                            ro agigantou-se nas estatais, com o endivi­


                            vir a Telebrás,  trabalhando no estilo e com                                                                                    ciente.  Digo,  no entanto,  que no Brasil só                                                                             dam ento “ com pulsivo” . Fechado o crédito                                                                     i
                                                                                                                                                                                                                                                                                      externo, as soluções eram três: emitir, efe-
                            os resultados positivos típicos de uma em­                                                                                      existe  capital  privado,  que  todo  dinheiro                                                                            tuar o repasse fiscal do governo às estatais


                           presa privada,  livrar-se  do jugo autocrata                                                                                     do governo é dinheiro que advém do cida­
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