Page 41 - Telebrasil - Julho/Agosto 1984

de pacotes, que já alcança 6 0 0 lo ca lid a ­
des. Mais recentem ente im p la n to u uma
rede de fac-símiles do tip o “store and for­
mei", além dos serviços de videotexto
com caracteres Kanji e telex.
Motojiro afirmou que, com o aum ento
acelerado do volume de transferência de
informações, vem surgindo a necessidade
crescente de reduzir os custos das te leco­
municações e de fa cilita r sua distribuição.
Dai a renovada importância da indústria da
informação, que tem perm itido aos usuá­
rios escolher dentro de um extenso leque
de opções para base de dados e co m p a rti­
lharem desse recurso.
— 0 surgimento do conce ituado INS
(Information Network S ystem ), disse o
conferencista, se destina a prover serviços
de comunicações econômicos, acessíveis
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Motojiro Shiromizu e o futuro da NTT
Motojiro Shiromizu foi procurado pela TELEBRASIL para falar um pouco mais
sobre a privatização da NTT. A conversa foi mantida através
de um intérprete — João Yusaka Kitahara, engenheiro da Telebrás —
diretamente do japonês, o que não impediu a comunicação.
Competidores: Três grupos já se ofereceram
como candidatos à prestação de serviços, uma
vez efetivada a desmonopolizaçáo da NTT. A
Kioto Ceramics, um grupo jovem, que opera
com tecnologia ligada a fibras ópticas. A Ferro­
via Nacional do Japão que pretende lançar fi­
bras ao longo do leito das estradas de ferro e
presta serviços de TCs. Finalmente um órgão li­
gado ao Ministério dos Transportes, que pensa
aplicar no âmbito das rodovias o que está sendo
proposto para as ferrovias.
TCs Internacionais: A KDD manterá o mono-
polioe permanecerá como entidade privada.
Privatização da NTT: A medida não decorre
de um desejo do publico em geral e nem partiu
da NTT. Ela está sendo solicitada por empresas
que desejam entrar na área das TCs, por avis­
tarem uma boa oportunidade de realizar negó­
cios. A decisão de privatizar e desmonopolizar a
NTT é uma decisão o ficia l. Até meados de
agosto o assunto deverá estar decidido na esfera
do Governo, que lhe dá particular atenção.
Participação Estrangeira: As empresas es­
trangeiras poderão explorar serviços de TCs no
Japão, como empresas de 2. grupo (nível local
eregional), desde que aluguem equipamentos e
facilidades das empresas de 1
operam a mvel nacional. Quanto à aquisição de
equipamentos pela NTT, fazem três anos que a
empresa promove licitações de caráter interna­
cional.
e versáteis, e para isto se propõe a introdu­
zir um sistem a com tarifas razoáveis, te c­
nologia inovadora e interfaces versáteis a
fim de perm itir ao usuário maior liberdade
na escolha de meios.
— A im plantação da ISN requer as se­
guintes condições: digitalização da rede;
construção de um sistem a de faixa larga,
especialm ente para aplicações de negó­
cios; incorporação de capacidade de pro­
cessam ento inteligente na rede — afirm ou
o conferencista.
A seguir mostrou que, dentro do proces­
so de desenvolvim ento de novas redes, a
NTT aplica novas tecnologias:
— C o m u n ica çã o por fib ra s
consistindo num sistem a de transmissão
com velocidade de 4 0 0 Mb/s a ser introdu­
zido no país no fim de 1984, cobrindo uma
Montojiro Shiromizu e seu intérprete João Yu­
saka Kitahara.
Pesquisa e Desenvolvimento: Este é um dos
assuntos que preocupa a direção da NTT. Os no­
vos estatutos prevêem que a empresa continua­
rá a desenvolver pesquisa básica e aplicada,
mas que deverá tornar publico os resultados al­
cançados.
Computadores e Terminais: O reconheci­
mento de padrões que é uma técnica necessária
ao desenvolvimento de serviços avançados de
grupo, que TCs, e feito com o uso de computadores. A NTT
participa ativamente desse tipo de desenvolvi­
mento. Quanto à política de terminais, apenas o
telefone principal não está ainda liberado e deve
ser adquirido através da NTT.
distância de norte a sul do país de 3 .3 0 0
km ; com unicação por satélite com 4 m il
canais já em uso com ercial, sendo que a
NTT está estudando a viabilidade de um
satélite maior, pesando de 2 a 4 toneladas;
processamentos de com unicações, incor­
porando várias dessas funções nas redes,
ao mesmo tem po em que são desenvolvi­
dos com putadores para um nível m ais ele­
vado de re c o n h e c im e n to de c o n fig u ra ­
ções.
A NTT está im plantando na área de Mi-
taka, subúrbio de Tóquio, um sistem a INS
piloto em torno de 10 m il assinantes, a fim
de a va lia r o im p a c to que terá na s o cie ­
ó p tica s, dade.
Ao explicar a situação dos m onopólios
no Japão, com a NTT controlando os servi­
ços dom ésticos e a K D D (Kokusai Denshin
Denwa Company L im ite d ), os serviços in ­
ternacionais, disse S h iro m izu que essas
empresas visaram re a b ilita r as co m u n ica ­
ções públicas devastadas pela II Guerra, a
fim de oferecer ao usuário ta rifa s razoá­
veis. Ao fin a l de*25 anos os objetivos p rin ­
cipais da criação desses m onopólios (e li­
m inação das fila s de espera para uma in s­
talação telefónica e to ta l autom atização da
rede telefónica) foram alcançados, e agora
a filosofia de operação centralizada perde
terreno no Japão para a diversificação das
em presas “ co m m u n c a rrie rs ” e para o
princípio de com petição m ais efetivo.
D ia n te desse p a n o ra m a , a firm o u o
palestrante, o governo propôs uma nova lei
de TCs a ser apreciada pela Dieta, pela
qual os “ carriers” de TCs de prim eira linha
(que instalam seus próprios m eios de co ­
m unicações) oferecerão fa c ilid a d e s aos
“ c a rrie rs ” de segunda por m e io de a lu ­
guel. Os “ carriers” de prim eira precisarão
da aprovação governam ental, além de sa­
tisfazer a dem anda dos usuários, enquanto
os de segunda linha apenas necessitarão
n o tifica r as autoridades internacionais e as
que ating irem toda a nação.
Ao ser aprovada, a Lei de T elecom uni­
cações transform ará a NTT em um a em ­
presa privada, pondo fim a 3 2 anos de h is­
tória com o corporação pública, quebrando
assim o m onopólio e forçando à c o m p e ti­
ção. Em co n tra p a rtid a p e rm itirá que ela
reveja seu sistem a ta rifá rio e a e strutura
salarial de seus funcionários, sem aprova­
ção prévia pela Dieta, liberando-a das lim i­
tações im postas no passado.
Dentro da legislação proposta, os siste­
mas de TCs m erecerão estudos especiais
das autoridades, basicam ente, no que se
refere à form a de proteção do interesse pu­
blico, além da padronização das interfaces
entre usuários de redes e das interfaces in-
ter-redes, de m odo a assegurar o m esm o
grau de serviço do m onopólio, fin a lizo u .