Page 51 - Telebrasil - Julho/Agosto 1984
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S e m i n á r i o  T e l e b r a s i l




                       AS TCs NUM AMBIENTE DE MUDANÇAS









                                                                                                                                           PAINEL  III  -  DEBATES











                                                  A   d i s c u s s ã o   d o   q u e   é   p r i v a t i z a ç ã o


















                       s idéias do S e cre tá rio   R ôm ulo                                                                        ponho,  nesse m om ento,  é que se transfira                                                                               Não se pretende,  de  m aneira algum a,  que


                                                                                                                                    o setor de TCs do Estado para os usuários e                                                                                o governo vá fin a n cia r os 7 m ilhões de c ru ­
                       Villar Furtado  sobre  p riv a tiz a ­

                                                                                                                                    para os homens que operam o sistem a.  Es­                                                                                 zeiros para  cada  empregado.
            ção  formaram  o  n ú cle o   dos  d e b a ­
                                                                                                                                    sa  é a  idéia.

            tes da  tarde  do  d ia   2 6 .  O utro  a s­                                                                                                                                                                                                      P  —  Gen. Alencastro e Silva (Telebrás) —



            sunto  que  fo i a lv o   d e  g ra n d e   in ­                                                                        P — João Ferreira Durão (Telebrasil) —  Se                                                                                 Considerando que as  tarifas dos serviços


            teresse  re fe riu -s e   à  performance                                                                                o  Sistema  Telebrás,  apesar das  incorre­                                                                                públicos são  calculados pelo regime  de


                                                                                                                                    ções aqui e ali apontadas,  é uma solução                                                                                  custo, isto é, as despesas devem ser equili­
            comparativa da C om panhia  T elefô­
                                                                                                                                     vitoriosa,  qual afinal o problema? Será que                                                                              bradas pelas receitas,- que uma concessio­

            nica Brasil C entral e das em presas                                                                                    a distorção tarifária estará resolvida com a                                                                               nária  executa  em nome  do poder conce-



            do Grupo  Telebrás  q u e   e x e m p lifi­                                                                             privatização?                                                                                                              dente um determinado serviço;  que o po­



            caram a extensão das questões  le ­                                                                                     R  —   R.V.  Furtado  (M in ico m )  —   Um  dos                                                                           der concedente na defesa do interesse pú­


                                                                                                                                    problem as é o que eu cham ei de profissio-                                                                                blico é obrigado a fiscalizar as despesas a
            vantadas pela p riva tiza çã o  e e sta ti-

                                                                                                                                                                                                                                                               fim de fixar tarifas justas e reais, pergunto:
            zação  das  te le c o m u n ic a ç õ e s .  O
                                                                                                                                                                                                                                                               Como pode  uma concessionária,  seja pri­

            presidente da  Telebrasil,  E u clid e s                                                                                                                                                                                                           vada ou  estatal,  falir.  Não conheço  qual­



            Quandt de  O liveira,  d irig iu   os  d e ­                                                                                                                                                                                                       quer caso,  no  Brasil ou  no  mundo.  V.Sa.
                                                                                                                                                           “Não se mexe em                                                                                     conhece?

            bates  e  o  S ecretário  G eral  do  M i­



            nistério das  C om unicações  e n ce r­                                                                                                               time que está                                                                                R  —   Luiz  A lberto  Garcia  (G rupo  ABC)  —
                                                                                                                                                                                                                                                               Conheço.  A  Telebrás  pediu  e  conseguiu  a

            rou o  S em inário,  para  ele  "m u ito                                                                                                                   ganhando"                                                                               falência de uma empresa situada aqui bem



            importante p o r d e b a te r as m u d a n ­                                                                                                                                                                                                       pertinho de São Paulo.  Então existe fa lê n ­
                                                                                                                                                                          (Oziris da Silva)
            ças tecnológicas e p o lític o -s o c ia is                                                                                                                                                                                                        c ia   em   te le c o m u n ic a ç õ e s .  No  caso  da


                                                                                                                                                                                                                                                               CTBC/M G ,  nós  tem os  o  m esm o  siste m a
            a que,  queiram os ou não,  serem os
                                                                                                                                                                                                                                                               ta rifário da Telebrás e isso nos dá um a van­
            submetidos".
                                                                                                                                                                                                                                                               guarda  m u ito   grande,  porque  tem os  nos­


                                                                                                                                     nalizaçào  do  setor,  durante  m inha  pales­                                                                            sos  custos  m ais  reduzidos  e  com   isso  te ­



            P-Ethevaldo Siqueira (R N T ) —  O Governo                                                                              tra.  E  o que está  pondo em  risco a  profis­                                                                             mos m ais vantagens.  Nós nos dam os ao lu ­


            Federal nada  investe  de  seus  recursos,                                                                              sionalização  do  setor?  Paradoxalm ente  é                                                                                xo de expandir os serviços sem u tiliz a r a to ­


            quem paga tudo éo usuário: tarifas, autofi-                                                                             exatam ente  uma  das  recentes  conquistas                                                                                 talidade do autofinanciam ento.


            nanciamento,  FN T,  etc.  Assim,  quais                                                                                da  sociedade  b ra sile ira ,  das  m ais  bem -                                                                           R — Alencastro (Telebrás) —  A sua coloca­


            seriam as  vantagens  da  estatizaçào das                                                                               vindas,  qual  seja  o  processo  de  abertura                                                                              ção  não  é  te cn ica m e n te   correta,  porque


            TCs, que torpedeiam seu desenvolvimento                                                                                  política  e  de  aprim oram ento  das  in s titu i­                                                                        não obedece ao princípio universal da eco­


           e sua expansão?                                                                                                          ções  dem ocráticas,  devido  ao  germ e  na­                                                                               nom ia  dos  serviços.  No  seu  caso  o  poder


           R — Rômulo V.  Furtado (M in ico m ) —   De                                                                               tural das influências políticas. Quanto se a                                                                               concedente lhe perm ite uma rem uneração


           fato,  m uitos  dos  recursos  são  lim ita d o s                                                                        d isto rçã o   ta rifá ria   seria  resolvida  com   a                                                                      acim a  daquela  que é  legal.


           pela ação do governo,  ação esta  desenca­                                                                                privatização,  não é certo que isso ocorra. A                                                                              R —  L.A.  Garcia (Grupo ABC) —  C ontinuo


           deada a partir de uma grande crise interna­                                                                               Telebrás  está  im pedida  de  alcançar  m e­                                                                              não concordando com  o sistem a  de se dar



           cional que também se abateu sobre o Bra­                                                                                  lhores  tarifas.  Se  ela  estivesse  desligada                                                                            ta rifa s   u n iv e rs a lm e n te .  T alvez  eu  seja


           sil e que impôs ao próprio governo a adoção                                                                               do controle direto do  poder estatal,  possi­                                                                              aqu ele  filh o   que  está  m archando  com   o


           de medidas altam ente  restritivas em  rela­                                                                              v e lm e n te   p o d e ria   co m p o rta r-se   m e lh o r                                                               passo errado da  mãe.


           ção, príncipalmente, às suas empresas es­                                                                                 diante  desse  problem a  dos  reajustes  ta ri­                                                                           R —  Alencastro (Telebrás) —  Talvez.  Mas


           tatais.  Mas  é  im portante  ter  consciência                                                                            fários,  buscando que se aproxim asse m ais                                                                                esse  é  o  seu  ponto  de  vista  e  V.Sa.  está


           de que o Estado tem  cum prido nas teleco­                                                                                das  disposições  legais  que  regem  a  m a­                                                                              aqui  para  tra n sm iti-lo .


           municações um papel de extraordinária re­                                                                                 téria.


           levância,  isto é,  a  Telebrás e  suas em pre-                                                                                                                                                                                                       P  —   A le n c a s tr o   (T e le b r á s ) —   C onsi­


           sas-pólo são uma  realidade em  função do                                                                                 P— P lín io  S enra (E m b ra te l)— Quem seria                                                                             derando que aqueles que participam  fi­


           governo brasileiro.  E elas são empresas do                                                                               o financiador para fornecer os 7 milhões de                                                                                 nanceiramente  nos  planos  de  expansão


           governo, atuaram e im plantaram  o sistem a                                                                               cruzeiros a cada empregado? O governo?                                                                                      não estão interessados  nas ações corres­


           que aí está e do qual todos nós nos orgulha­                                                                              R —  R.V.  Furtado (M inicom ) —  Estou  pro­                                                                               pondentes  que recebem  e  sim  em  obter


           mos.  0  que  se  deve  colocar  em  questão,                                                                             c u ra n d o   e n c o n tra r  fó rm u la s   para  fazer                                                                  serviços;  que em conseqüência especula­


           agora,  é  como  preservar  isto,  com o  fazer                                                                           co m   q u e   os  e m p re g a d o s  do  s e to r  e  os                                                                  dores vêm comprando a preços vis grande


           que isto continue crescendo,  progredindo,                                                                                a tu a is   a c io n is ta s   possam   a d q u ir ir   as                                                                  número de ações; como resolver o proble­


           atendendo às exigências da sociedade bra­                                                                                 ações.  Quando me referi  aos  7  m ilhões de                                                                               ma sem  entregar o  controle do sistema  a


           sileira diante da atual  crise.  O que eu  pro­                                                                           cruzeiros foi um  mero cálculo m atem ático.                                                                                poucos especuladores?
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