Page 39 - Telebrasil - Julho/Agosto 1984
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suas diretrizes básicas visando beneficiar nopólio do Estado, em 1 8 7 1 , só em 1964 nica, o PTT, ocasionalm ente, perm ite que
o público e, por outro lado, tendo que fu n surgiram as prim eiras críticas referentes a as em presas privadas ou de m anutenção
cionar como empresa privada, o Bundens- ta rifas e, apenas em 1 9 7 8 , a posição do concorram “ em cond içõe s ig u a is” ou se
postvive a contradição, que, segundo o PTT foi questionada sob o ponto de vista de necessário evita p a rtic ip a r da concorrên
palestrante, “ parece ser um c o n flito in regulam entação e p o lítica s que visavam cia. O Bundenspost tam bém p a rticip a de
solúvel, mas que na prática verificou-se o m aior concorrência — afirm ou o conferen joint ventures. S egundo R onald D ingel-
contrário” . cista. dey, o u s u á rio pode a lu g a r ou c o m p ra r
— Desde que as telecom unicações e os Apesar de deter o m onopólio na área de equipam entos P(A)BX “ do PTT ou de uma
serviços postais foram considerados m o estações c e n tra is de com utação te le fô - empresa privada, podendo fazer sua pró
pria m anutenção, ou c o n tra ta r serviços,
tendo com o únicos pré-requesitos que o
P(A)BX seja aprovado pela adm inistração
Ronald Dingeldey e o monopólio alemão dos Correios e Telecom unicações” .
Ao abordar o desenvolvim ento da RDSI
(Rede D igital de Serviços Integrados) s a li
entou o papel de liderança do PTT no pro
Durante a entrevista com Ronald Dingeldey para a TELEBRASIL surgiu o
cesso — “ uma das forças m otrizes” — que
fato de que já estivera no Brasil, no início de sua carreira, quando visitou a
leva a padronização das norm as estudadas
estação terrena de Jacarepaguá, ligada aos projetos Telstar e Relay. Elogiou a
pelo CCITT (Comissão C onsultiva In te rn a
Telebrás e a Telebrasil pela visão e coragem de propiciar um debate sobre o cional de Telegrafia e Telefonia). A desre-
tema do m onopólio e da privatização das TCS. gulam entação de serviços que está sendo
d is c u tid a na A lem anha e a evolução de
técnicas analógicas para d ig ita is in c e n ti
Serviço Universal: Quando se fala em serviços
varão inovações nos serviços de te le co m u
de TCsa idéia que surge é a de redes e terminais
nicações. A RDSI oferecerá novos serviços
especializados, talvez ate competindo entre si.
a preços convenientes e acessíveis ao p u
A filosofia do Correio Alemão é a de manter a re
de básica sob uma só administração, com aces blico em geral, mas exigem a padronização
so universal — tanto para as regiões urbanas do logicial e do protocolo, de m odo a que
quanto remotas— deixando livre a competição “ todos assinantes possam se co m u n ica r
para a área de terminais, facultando ao usuário co m q u a lq u e r o u tro d e m a n e ira u n i
a escolha do serviço. form e” .
P rocurando ju s tific a r “ as vantagens”
Em Defesa da Padronização: Equipamentos R O N M D O Y U G Y V D Y do m onopólio alem ão, R onald D ingeldey
que aceitam a padronização da rede podem ser
afirm a que apenas um m onopólio possui
conectados, pertençam ou não a serviços padro
condições de incentivar a produção de um
nizados Terminais de fac-símile podem ser liga
s e m ic o n d u to r de q u a lid a d e padrão, em
dos à rede mesmo que não pertençam à rede
Telefax. Esta última porém representa uma me te m p o h á b il, para ser c o n s id e ra d o p a
lhor solução global: uma lista de assinantes drão-universal.
pode ser publicada e as tarifas permanecem ra Não decidindo apenas quanto aos servi
zoáveis. Ronald Dingeldey, do Bundenspost. ços que oferece, o PTT tam bém possui a
responsabilidade pela in fra -e s tru tu ra do
Política de Aquisição: Em princípio o Bun-
setor de TCs, inclusive pela e strutura de
denspost está aberto a fabricantes de todo o
de liderança, mas os europeus têm se desenvol seu m ercado fornecedor de bens e servi
mundo. Há. no entanto, reserva de mercado
vido muito nestes últimos anos. Um projeto to
para certas áreas, notadamente para equipa ços. D epois de a n a lisa r as vantagens de
talmente alemão para um chip de videotexto,
mentos de comutação eletrônica — CPAs, onde um m ercado de livre com petição onde são
em técnica VLSI, com 180 mil funções, é um
e preferível a proximidade do fabricante e do a be rtas co n d içõ e s para inovações e das
exemplo desta tendência.
projetista, visto a complexidade oferecida por p a rtic u la rid a d e s dos sistem a s de m o n o
esses sistemas. S pólio — com o a necessidade de adaptar as
Fibras Ópticas: A indústria alemã acompanha
a tecnologia mundial, ainda que a demanda não in te rfa c e s já e xiste n te s, D ingeldey c o n
Comunicação de Dados: O Correio Alemão
seja ainda muito grande. Fibras ainda não são c lu iu por aceitar equipam entos de vários
oferece ampla gama de facilidades para este
económicas se comparadas com condutores de fornecedores e na area de te rm in a is ele li
tipo de serviço O Bundenspost não pretende par
cobre, se também for levada em conta a eletrô
ticipar diretamente do mercado de computa bera para terceiros, desde que obedecidos
ção. A fim de levar em conta o tráfego de dados nica associada a esses dois meios distintos de os protocolos de adaptação da rede.
transmissão. Cada caso é um caso e a economia
para negócios, planeja-se instalar uma rede de R esum indo sua palestra, R onald D in-
fibras ópticas, sobreposta à rede urbana atual. comanda a solução. geldey explicou que na Alem anha o Estado
Oprmcipíoda universalidade será, porém, man possui o m onopólio to ta l das redes, padro
Desmonopolização: Os recentes desenvolvi
tido: quem desejar conexões mesrno na área ru
mentos nos Estados Unidos e no Reino Unido, nizando suas interfaces e regulam entando
ral sera atendido, desde que aceite pagar a tari
relativos a privatização e introdução de compe seus serviços, enquanto na área de te rm i
fa correspondente.
tição, obviamente são objetos de atenção e nais há o dom ínio da livre in icia tiva , com o
Indústria: A indústria alemã participa ativa análise. O monopólio do Bundenspost quanto à B u n d e n sp o st a tu a n d o co m o a g e n te re
mente da área de satélites e de equipamentos rede básica não é alvo de um maior questiona gulador deste m ercado. Por fim , o orador
de TCs em geral. No campo da microeletrônica mento, embora haja discussões relativas à sua
defendeu que essas são as alternativas que
Japão e Estados Unidos possuem uma posição participação (ou não) no mercado de terminais.
m ais atendem a otim ização global do sis
tem a. i t