Page 32 - Telebrasil - Maio/Junho 1997
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item, mas foi vencido, na Comissão, por (o ouvido do Executivo) , biblioteca — e em regime público, em Rondonia. 0
13 votos a dez. para dar transparência a qualquer docu serviço telefônico básico é de interesse
Por sua vez. o acordo entre a bancada mentação que deve ser pública — uni coletivo. Poderá ser explorado em regi
governista e o Minicom, limitando o dades especializadas e unidades regio me de exploração privada, por mais de
capital estrangeiro a 49%, foi abando nais. um fornecedor, em São Paulo. O tenta
nado e só poderá ser resgatado por uma fará. sem dúvida, a felicidade dos
emenda no plenário da Câmara. O de Serviços avdogados.
putado Roberto Campos (PPB-RJ) pro Ponto lido como inovador, pelos arqui E o que acontecerá com o sistema
pôs. em emenda não aprovada na Co tetos do novo modelo, é o término da Telebrás? Aprovada a lei geral, detalha-
missão, o tratamento igualitário quanto noção de serviço público e privado, se a privatização, implanta-se o órgão
às origens do capital. susbtituído pelo dc “regime jurídico de regulador, regulamenta-se a lei. cria-se
O projeto da Lei Geral c estruturado exploração" que pode ser público e pri uma comissão de supervisão a priva
em quatro capítulos: os objetivos da lei vado, coadjuvado pelo conceito dc res tização — com consultoria externa —
— criar a competição e garantir o aces trito e coletivo. E para onde conduz, isso faz-se um convênio com o BNDES e im
so às telecomunicações para todos — a tudo? planta-se a privatização, formulou Re
agência reguladora (uma autarquia es O regime público de exploração de um nato Guerreiro.
pecial), a organização dos serviços em serviço de telecomunicações pressupõe A idéia de privatizar o sistema
públicos e privados e a reestruturação e concessão obtida por licitação, interes Telebrás como um bloco único — traria
privatização do sistema Telebrás. se coletivo, universalização e continui mais força ao Brasil nas negociações in
Grande esforço foi dispendido ternacionais — foi abandonada
llustraçâo Telobrns
para provar que a Agência Regu pelo perigo da troca de um mono
ladora das Telecomunicações pólio estatal por outro privado.
(Anatei) será, de fato, um órgão in O plano é dividir o Sistema
dependente. Trocado cm miúdos, Iclebrás cm quatro empresas re
a grande missão da Agência será gionais e uma de longa distância.
garantir ajusta e total competição Duas operadoras já partem de um
no mercado (será obrigatória a patamar acima de quatro milhões
interconexão entre as redes) para de terminais: a “Novatelesp" e a
atender ao público, com tarifas jus "Telelitoral", esta indo do Rio de
tas e qualidade adequada. Janeiro ao Piauí, passando por
Ela será uma autarquia especi Minas Gerais. Duas outras, não al
al. vinculada ao Ministério das cançarão dois milhões de termi
Comunicações, com 250 cargos nais. Serão a “Telinterior" e a
comissionados e salários nominal- "Telesul", esta englobando os três
mente baixos, mas com o término estados sulinos. Fala-se na entra
da Telebrás, supõe-se que não de da de um mínimo de US$18 bi
verão faltar candidatos. O prédio lhões e de até US$ 28 bilhões para
da sede provisória da Anatei até já os cofres públicos, com a pri
está reservado, em Brasília, DF,. vatização do Sistema Telebrás.
A idéia de um Ofício Brasileiro de No macro-esquema do governo,
Telecomunicações (Ofitel), total i a privatização deverá começar pela
mente independente, um órgão Telesp e pela Embratel. nascendo
cartonai de fé pública, foi abandonada dade. itens que cabe à União assegurar. a "NovatelespI” e a "Longadistâncial".
por inconstitucional. O regime privado é de interesse restrito e Simultaneamente, serão outorgadas con
A ação da Agência será técnica, com requer uma autorização, obtida por pro cessões para uma "Novatelesp?" e uma
a União fixando as políticas. Terá recei cesso administrativo. Não haverá limita "1 .ongadistância 2", para garantir ajusta
ta própria, fruto de taxas de fiscalização ção quanto ao número de operadores no competição. A “Novatelesp 1" — que já
(Fisiel) fala-se em duzentos milhões mercado, a não ser em assuntos que en- conta com todo o acervo da Telesp — só
de Reais/ano — e da venda de conces volvem o uso de espectro rádio — poderá prestar serviço local e intra-regi-
sões. A verba do FCC norte-americano, trunking, paging, celular, PCS — onde onal. no âmbito de sua concessão e a
um órgão político, é cinco vezes menor. ocorrerá licitação. “Longadistâncial" não poderá prestar
Caberá à Agência selecionar vencedo A título de exemplo, o regime de ex serviço local. Tais restrições não se apli
res, dentro de um plano de outorgas, fi ploração privado pode atender ao inte carão às “Novatelesp?" e "Longa-
xadas pelo presidente da República. resse restrito (trunking) e ao interesse distância?" que poderão operar da ma
A agencia lerá cinco conselheiros, coletivo (telefonia celular em São Pau neira que bem entenderem.
aprovados pelo poder Executivo, com lo). O regime de exploração público só Segundo os técnicos do Minicom. tudo
mandatos iniciais dc três, quatro, cinco, atende ao interesse coletivo (telefonia poderá estar resolvido nos próximos cin
seis e sete anos. para prover a um rodí celular em Rondônia). Dá até para mon co anos, até para as regiões "menos atra
zio anual, trienal. Além. do conselho tai- uma matriz. A telefonia celular é de entes". que o capital privado — ninguém
diretor, haverá um conselho consultivo, interesse coletivo mas poderá ser explo se interessou pela Banda B na região
procuradoria, corregedoria, ouvidoria rada em regime privado, em São Paulo, amazônica — normalmente não quer