Page 30 - Telebrasil - Maio/Junho 1997
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Foto Arquivo
Sistema estatal instalando a estação de Guaratiba (RJ) CPqD desnvoiveu tecnologia julgada impossível
perpotência remanescente da Guerra elétricas. portos e telecomunicações es
João Carlos Pinheiro da Fonseca
Fria, os EUA, com o apoio do países tão agora na mira do Conselho Nacio
centrais. nal de Desestatização.
No Brasil, passado o impeachment do Em paralelo, uma reforma adminis
presidente Fernando Collor e o governo trativa. fiscal e da previdência social, foi
Se na prática, a teoria fun de transição de Itamar Franco, foi eleito proposta pelo Executivo, visando dimi
cionar, tudo deverá dar cer presidente, o sociólogo Fernando nuir a pressão do déficit público sobre a
Henrique Cardoso. A âncora de seu economia brasileira. Obtidas as reformas,
to é o que pensam os técni mandato tem sido o controle da infla o Estado poderá então se dedicar plena-
cos do Governo, que já têm ção, mantida baixa desde da introdução mente a prover segurança, saúde e edu
até cronograma preparado. do Plano Real. No seu governo, deu-se cação, é a promessa social-democrática
a abertura do país ao comércio exterior,
do governo Fernando Henrique Cardoso.
Em cinco anos, o novo mo sob a égide da globalização e da decre
tação do falecimento do modelo de subs Telecomunicações
delo estará implantando. tituição de importações. O aumento das A informação (ao lado da biogenética)
importações trouxe competição ao mer será uma das matérias-primas impusio-
cado interno. Dc olho no exemplo me nadoras da economia do Século XXI.
xicano, o controle sobre a balança de Seu motor é a tecnologia superaquecida
m pouco mais dc uma década, fa pagamentos tornou-se essencial. dos setores de computadores, software.
E tos como a abertura da economia a retirada do Estado, como operador di e comunicações. Este trio tem efeito
Fernando Henrique Cardoso acelerou
chinesa, a queda do muro de
multiplicador sobre a atividade econô
Berlim, a implosão da União So
viética caracterizaram o término da ten reto da infra-estrutura e da industriali mica. Ele acelera impactos culturais eé
zação do país. A lei das licitações, o con
responsável por parcelas cada vez mai
são entre Leste e Oeste. No campo eco curso obrigatório para a admissão de ores do PIB, nos países desenvolvidos.
nômico, a formação da comunidade eco pessoal, o limite nos investimentos e a No Brasil, está a pleno vapor, a substi
nômica européia, o fim dos regimes ingerência do poder político nos cargos tuição do monopólio estatal das teleco
militares na América Latina, a ascenção de gestão, foram considerados fatores municações por um regime concorrencial
dos Tigres Asiáticos, a criação de blo irreversíveis e inibidores dc eficiência da inciativa privada. Um eventual domí
cos econômicos como o Nafta. Asean e na empresa estatal. nio do país sobre as tecnologias do com
o Mercosul, marcaram a chegada de uma A privatização ocorreu em empresas plexo eletrônico, foi formalmente aban
nova ordem mundial. siderúrgicas, petroquímicas, aeronáuti donado, há cinco anos. com o término da
Esta nova ordem, passou a oscilar en cas, de extração mineral e de quase toda reserva dc mercado de informática para a
tre forças multilaterais, com base em a malha da rede ferroviária federal, ar empresa nacional, uma fase que durou
organismos internacionais e um mode recadando cerca de US$16 bilhões para dezesseis anos.
lo hegemônico, definido pela única su os cofres do Estado. Centrais hidro No período pós-reserva, permanece-