Page 29 - Telebrasil - Maio/Junho 1997
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rim“, o interesse nacional é um dos pon tante capacidade administrativa e técni e esplanações se seguiram, intercaladas
tos fundamentais do Projeto de Lei. ca, falta-lhe a correspondente capacida por interpelações e intensos debates.
Em sua opinião, o primeiro item do pro de financeira. Não foi pouco, ocuparam mais de 13 ho
jeto, que é garantir a toda a população o ras corridas de auditório.
acesso às telecomunicações, a tarifas e Multimídia interativa O XXXIV Painel Telebrasil contou ain
preços razoáveis e em condições adequa O professor da Unicamp, Márcio Wohlers da com uma interessante e concorrida
das é um ponto fundamental. de Almeida, último dos conferencistas, mesa-redonda (seguida de mais um aca
O segundo princípio geral, que dá po considerou como questão central o con lorado debate) protagonizada pelo Sena
deres à Agência para adotar medidas que senso de que vive-se um momento de dor José Ignácio Ferreira, c os deputa
promovam a competição e a diversidade transição, dc convergência tecnológica dos federais Renato Antonio Johnsson,
de serviços, em sua opinião é o mais im entre o setor de telecomunicações e Paulo Roberto Cordeiro e Roberto Lima
portante. informática e entretenimento, ou mul Neto. Além disto, houve ainda uma par
Para Sávio Pinheiro, a agência regula timídia interativa. ticipação especial de um representante
dora é a condição sine qua non para to Abordando as grandes parcerias inter daCRT (Alberto Marchesi), que falou so
das as mudanças “que vão acontecer“ nacionais, colocou no ar a pergunta: com bre a venda de ações da empresa.
nas telecomunicações brasileiras. quem o Brasil irá se aliar? Em seguida
Em sua opinião, se a agência não fôr expôs o cenário internacional atual das Nota: Tendo em vista suas dimensões,
forte, independente e imparcial, “teremos grandes parcerias, destacando as princi a reprodução do evento não caberia no
fracassado, pois este é um pilar, um pres pais — Concert e Global espaço editorial de uma
suposto fundamental para que as coisas One — em todo o mundo. Revista, o que cria obstá
funcionem”, disse. O conferencista fez uma culos instransponíveis para
O ponto fraco da agência, segundo ele, exposição sobre a história a publicação — mesmo que
é o falo de que será uma autarquia. Mas das privatizações nos prin de uma boa síntese, se tan
em sua opinião, quando houver a lei de cipais países do mundo. Na to — de tudo o que alf foi
serviços de comunicação de massa, isso América Latina, com exce dito e discutido.
dará margem a que as “velhas desconfi ção do Chile, houve a pre Por este motivo, o grande
anças“ entre o Executivo c o Legislativo servação de monopólios acontecimento em que se
sejam estremamcntc atenuadas. temporários,como foi ocaso traduziu o Painel, foi acom
EucHdes Quandt de Oliveira
Segundo Sávio, a radiodifusão cons da Argentina e do México. panhado e capturado, em
tituí um grande poder em todo o mundo O Brasil, em sua opinião, ainda constrói toda sua íntegra, por gravação sonora.
e no Brasil não é diferente. Deste modo, o seu próprio modelo. Partes do evento, não totalmente in
considerou sábia a decisão do Minicom Em relação á 1.(iT o professor Márcio cluídas nesta matéria, podem ser vistas
ao não incluir no Projeto de Lei a co Wohlers praticamente colocou se de também através da Internet, no endere
municação de massa. Para ele, caso hou acordo com os pontos-de-vista expos ço: http://www.telebrasiI.org.br
vesse incluído, o resultado seria um atra tos pelos demais conferencistas, pelo A grande massa do que se alí se disse
so geral, não só da comunicação de mas menos em suas linhas gerais. e debateu, cm sua totalidade — Ipsis
sa mas do resto das comunicações. Em sua opinião, todavia, ha um perigo litteres, ipsis verbis — está contida cm
imediato em relação â banda A. que não fitas comuns dc áudio. Cópias ou trans
Aumento no PIB sobreviveria a seis meses dc concorreu crições das mesmas podem ser solicita
As telecomunicações são tão importan cia com a banda B. das junto â Telebrasil. (021) 205-4432 e
tes para um país ou região, que a cada Durante dois dias seguidos, palestras FAX (021) 542-4092.
um por cento na penetração da telefo
nia, provoca um aumento de dois a três
por cento no PIB do país ou região.
A opinião é de I ,uiz Alberto ( »areia, pre as listas, como ficam?
sidente do Grupo ABC' Algar. Primei -
ramente ele fez um histórico das teleco No ambiente de competição, pre tas telefônicas do Rio de Janeiro,
municações no Brasil, para cm seguida visto pelo Lei (ieraf das Telecomu De um lado, a 'dele" perderá o
abordar o cenário institucional, falando nicações, desaparece a exclusivida percentual estipulado sobre a recei
sobre a acelerada transformação da de para a edição das listas telefô ta das listas, que não recuperará
tecnologia. nicas. Neste caso, tudo indica que pelo simples aluguel de seu cadas
Citou a digitalização, as fibras ópticas as editoras oficiais não lerão mais tro a uma editora qualquer. /\.s edi
c todos os novos serviços que surgem a interesse em produzir listas como toras oficiais dc listas, por sua vez,
cada dia, que passam pelo crivo do de nos moldes atuais. Do lado das ao perderem a exclusividade, não
senvolvimento tecnológico. 'deles", estas não só perderão re poderão mais taxar as demais listas
Balando sobre o fim do monopólio ceita adicional, como terão de "ilegais".
estatal sobre as telecomunicações, que que arear com os custos da A concorrência ficará im-
era assunto de segurança nacional, Luiz lista de assinantes. perfeita, algo que o gover-
Alberto ( iarcia disse estar seguro de que "A regionalização e no não quer. As atuais edi
o mercado está acima disto. privatização das 'deles" toras não só terão que con
Em seguida abordou aspectos gerais terá profundo impacto sobre tinuar pagando um per
da LGT, destacando a importância do o negódo das listas telefôni centual da receita de listas
órgão regulador. cas", preocupa-se Milton para as "ides", como terão
Quanto ao capital estrangeiro, para 1.111/ Kelmansoii da Telelistas Edi~ que publicar a lista de assi
Alberto (iarcia ele c muito bem-vindo, tora(Joto), que produzas lis nantes. (J.C.F.)
desde que o seu controle seja brasileiro.
Isto porque, embora o Brasil tenha bas