Page 26 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1990
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E v o l u ç ã o r u m o a o s é c u l o X X I
Paolo de Ferra, consultor para teleco tos (comutação interurbana e internacio base em canais de 64 kbit/s. Uma RDSI,
municações do grupo italiano STET, fa nal) ou qualquer combinação destas fun a ser implantada a partir de uma rede de
la da importância da rede telefônica mun ções. No tocante ao controle da rede, as telefonia digitalizada, proverá a dois ti
dial. São 500 milhões de usuários interliga bases de dados dos usuários e dos servi pos de acesso — básico (144 kbit/s) e pri
dos a um mesmo sistema e que crescem ços passarão a ser integradas e interconec- mário (cerca de 2 Mbit/s) — isto é, terá
a um ritmo anual de 20 milhões de novos tadas através de um sistema de sinalização 25 vezes mais capacidade do que os 2,4
terminais, com mais outros tantos acresci independente. kbit/s obtidos, via modem, na rede telefô
dos, se considerada a reposição de equipa nica atual. “ Uma RDSI não é estabelecer
mentos que vão se tornando obsoletos. Comunicação de dados uma nova rede e sim acrescentar novas
Os novos equipamentos utilizam técnicas funções, via software, e acessos a uma re
digitais graças ao emprego de componen Prosseguindo com sua palestra, Paolo de já digitalizada” , disse o palestrante
tes microeletrônicos, com que se consegue de Ferra referiu-se às redes especializadas acrescentando que até videotelefonia(ver
maior densidade de componentes e menor de comunicação de dados, públicas e pri quem fala) será possível através do atual
custo por função de rede. Estas são basi vadas, do tipo de comunicação de paco par telefônico dotado de acesso básico
camente duas: funções lógicas e de trans tes ou empregando satélites e naturalmen (2x64 + 16 kbit/s).
missão. te aquelas carreadas através da rede telefô “ A RDSI não é mais vista com ceticis
A Rede Digital Integrada ou RDI (vi nica (ainda que limitadas a transferências mo e sim como um investimento rentável.
de fig. em anexo) em que transmissão e de cerca de 2,4 kbit/s). Frente ao desre A Europa avança célere para a digitaliza
comutação se processam por impulsos co gramento das telecomunicações, irão sur ção e para RDSI, incluindo um sistema
dificados é o caminho do futuro, com al gir uma multiplicidade de novos serviços de comunicações móveis do tipo celular.
guns países — como a França — mais a serem oferecidos por operadores inde Padronização e digitalização são as cha
avançados em sua implantação, do que pendentes. O consultor Paolo de Ferra ves da RDSI. Esta, sendo uma rede que
outros. A estrutura da nova RDI possui defende a tese de que é preferível, por é estruturada através de nós “inteligen
menos níveis hierárquicos do que a rede motivos econômicos, o estabelecimento tes” , pode gerenciar funções especiais, co
tradicional (5 níveis) e tem como base cen de uma rede básica digital, tipo RDI, com mo acesso a base de dados ou comunica
trais múltiplas, do tipo CPA-T, com capa flexibilidade suficiente para abrigar uma ções móveis. O sistema de sinalização da
cidade da ordem de 100 mil usuários. A série de outros serviços, ao invés da utili RDSI, altamente flexível e independente,
estas centrais de grande capacidade, que zação de várias redes especializadas. “ Li permite que, de qualquer ponto da rede,
constituem verdadeiros “ nós inteligentes” ma RDI, universal, terá um grau de ocu uma função especial agregada a um nó in
da rede, serão conectados outros módulos, pação muito mais alto do que a soma da teligente, possa ser acessada. A RDSI de
geograficamente distribuídos, com capaci utilização de redes especializadas” , assegu ve ser vista, segundo o modelo 0S1 de ar
dade da ordem de mil a dois mil usuários. ra o técnico. quitetura aberta, como constituída de di
Tais módulos, dotados de um mesmo hard Coerente com a idéia da rede univer versos níveis superpostos, que permitem
ware, poderão exercer funções distintas sal, Paolo de Ferra falou da RDS1 (Rede a inserção permanente de novas funções
como centrais locais ou remotas, tandems Digital de Serviços Integrados), do tipo desde que dotadas de interfaces padroniza
(comutação entre centrais locais), trânsi de faixa estreita, que possui acessos cotn das.
Referindo-se a evolução da tecnologia
de redes, que ele vê como sistemas com
plexos, Paolo de Ferra acredita que a pas
A REDE TRADICIONAL
sagem da rede analógica para digital co
mo a melhoria de um produto, via nova
»! tecnologia, e a passagem da RDI para
RDSI como a criação de novos produtos
c serviços, com uma tecnologia digital já
A implantada, é um processo evolutivo. Com
base nestas idéias, o conferencista se refe
Terminal riu à introdução de Fibra óptica na rede
de telecomunicações que primeiramente
I se dará nos entroncamentos urbanos entre
centrais, para depois chegar ao enlace do
assinante, passando antes pelas ligações
interurbanas. Fibras ópticas já permitem
enlaces de 34, 140, 565 Mbit/s e maiores
A NOVA REDE DIGITAL velocidades, facultando a transmissão de
elevados volumes de informações entre
centrais.
Num futuro mais remoto, prevê de
Ferra, a utilização da chamada Rede Ópti
ca Passiva, ou ROPy caracterizada por
possuir equipamentos apenas nos pontos
terminais da rede. A idéia é prover aces
so a esta rede, via TDMA (Time Division
Multiplex), o que permite integrar não
k
l
f
t
t
t
só usuários que operam a 64 kbit/s, bem
como usuários que utilizem maiores velo
cidades. Numa fase posterior, a introdu
Na rede tradicional, sinalização e info rm a ção cam inham ju n ta s. Na nova rede, d ig ita l, c o m u ta ção de equipamentos de multiplexação
ção e transm issão são do tipo te m p o ra l (o m eio è atribuído, sucessivam ente, a d ife re n te s in fo r óptica coerente permitirá difundir pela
m ações). A com uta ção ê do tip o CPA (C ontrole p o r P rogram a A rm a ze n a d o ) e a sinalização, ROP uma variedade de canais de televisão,
que com anda a rede, cam inha via configuração independente. que poderão, então, ser selecionados pe-