Page 31 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1990

Medição:
ê
WG explica conceitos de RDSI na “Comexpo’90”
0 eng. Cristiano Henrique Ferraz, ge­
rente de tecnologia da Wandel & Golter-
mann (WG), uma empresa alemã dedica­
da à tecnologia eletrônica de medição e
que possui escritório em São Paulo (já
atuou durante vários anos no Rio de Ja­
neiro), expôs em sua palestra, por ocasião
da “Brasil Comexpo’90” (Exposição In­
ternacional de Telecomunicações) realiza­
da no Hotel Nacional-Rio, os conceitos
de medições na rede externa usada em aces­
so básico da Rede Digital de Serviços Inte­
grados — RDSI. Depois de fazer um his­
tórico da implantação da tecnologia PCM,
no mundo, Ferraz explicou que o êxito
comercial da RDSI depende da possibilida­
de de se usar a rede externa existente co­
mo meio de transmissão para o acesso bá­
sico. “ Isso significa — acrescentou o exe­
cutivo — que tem de ser possível utilizar
pares metálicos de assinante no enlace lo­
cal com a central RDSI” .
— Os pares de assinantes — continuou
o palestrante — foram projetados para
atender às necessidades do serviço telefô­
nico, o qual utiliza a faixa de 300 a 3.400
Hz. O acesso básico à RDSI apresenta re­
quisitos completamcnte distintos. Ao in­
vés de transmitir um sinal analógico a frc-
qíiências vocais, c preciso transmitir um
sinal digital em banda básica, a uma velo­
cidade de 160 kbit/s. Dependendo do mé-
Informática:
Digital e IBM
se aliam a
parceiros locais
Dois eventos mercadológicos, coinci­
dentes, marcaram o cenário da informáti­
ca reservado “ aos grandes” . A IBM reu­
niu durante três dias, no Hotel Interconti­
nental, no Rio de Janeiro, duas centenas
de empresas de gás, água, energia elétri­
ca e telecomunicações, na Conferência
Latino-Americana Utilities/Com unicações
incluindo dentre outros representantes de
Argentina, Chile, Colômbia, Honduras,
Venezuela e majoritariamentCx Brasil. A
Digital Equipment Corporation-Digital
deu suporte ao V I I I Seminário/Simpósio,
da Associação Brasileira de Usuários Digi­
tal — Dccus, realizado com a mesma mag­
nitude no Hotel Rio Paíace, em Copaca­
bana.
Incluindo amplo ciclo de palestras pro­
feridas por profissionais locais e dc fora,
ambos eventos propiciaram correta pro­
gramação social aos participantes além
de miniexposições, mostrando produtos
desenvolvidos em parceria
palavra-chave — respectivamente pelas
IBM e Digital, com empresas nacionais.
Destacou Antonio Conrado, diretor
do setor público da IBM Brasil, o moto
“l iderança em Soluções” explicando que,
todo de transmissão e do código de linha B e um canal D em acesso básico é a pos­
utilizados, a velocidade de símbolos pode­ sibilidade de utilizar a rede externa local
rá estar entre 80 kbaud (código de linha existente. Por conseguinte, é preciso que
2B1Q com supressão de eco) até 384 kbaud seja possível transmitir pelo par de assi­
(multiplexação por compressão de tempo, nante um sinal contendo 144 kbit/s de in­
também chamada “método pingue-pon­ formação útil em modalidade duplex. De­
gue” , com código de linha AMI). pois de descartar a possibilidade de cone­
xões a 4 fios, há três modalidades possí­
Interface U veis para a transmissão entre as interfaces
U: Divisão de freqüência, Divisão de tem­
— É de imaginar-se — prosseguiu o po e Superposição” , disse o palestrante.
orador — que nem toda rede externa exis­
tente será adequada ao tráfego de sinais Multinacionais
desse tipo. Será necessário comprovar ca­
da par metálico a fim de determinar se o “ As multinacionais, por uma questão
mesmo será capaz de suportar altas velo­ até de coerência, estão satisfeitas com a
cidades inerentes aos sinais de RDSI. Os nova política industrial do Governo. Espe­
fatores de degradação da qualidade do si­ ro que a desregulamentação no setor de
nal encontrado a partir da Interface U TCs acabe de fato com os cartéis” . Esta
dependem da arquitetura e da estrutura é a opinião de outro executivo da WG,
física da rede externa existente. Os fato­ Evandro Klem, gerente de Dados e Siste­
res principais são os seguintes: diafonia; mas da empresa.
atenuação; resposta de frequência da ate­ Para ele, a liberalização das importa­
nuação; resposta de freqüência do retar­ ções vai beneficiar o usuário brasileiro a
do do grupo; reflexões; falhas de isolaçào; ter acesso à alta tecnologia de ponta. De­
assimetria; e ruído impulsivo. pendendo da escala de mercado, a WG
Em seguida, Ferraz explicou, item por poderá, no futuro, instalar uma fábrica
item, o caminho de todos esses sinais e no Brasil voltada principalmente para a
os obstáculos que eles encontram para exportação de instrumentos de medição.
chegar a seu destino, que é o usuário fi­ “ Contudo, ainda é muito cedo para se fa­
nal. “ Uma premissa fundamental para a lar nisso” , alertou Evandro.
introdução da RDSI com seus dois canais
a partir dc janeiro deste ano, a IBM tro­ e as vantagens que serão obtida pela pa­
cou seu esquema mercadológico dc divi­ dronização e interconexão entre sistemas.
são geográfica e por tamanho dc máqui­ A Petrobrás falou de seu sistema de da­
nas, por outro segmentando negócios, fi­ dos corporativos utilizando equipamentos
nanças, indústria, setor público e serviços. VAX e serviços da Embratel.
Para atender ao setor público (cerca dc A DEC também está efetuando acor­
27% do faturamento, mas com alto índi­ dos com terceiros — empresas de consulto­
ce de crescimento) a IBM admitiu e trei­ ria, integradoras, fornecedores de hardwa­
nou mais de 350 novos especialistas c es­ re c software — citando-se dentre outros
tá enfatizando o contato com os clientes. a Elebra, Amplus, PHT, Microtec, Eden.
A parceria c cooperação técnica para ne­ Criada em 57, a Digital hoje possui 125
gócios já são 35. mil empregados e criou o PDP-1 (60),
Como Integradora dc Soluções, disse PDP-11 (70), DECNet e VAX (77), Ether­
Rogério Oliveira, da área dc desenvolvi­ net e Ultrix (83), DECNet/OSI (87) e
mento de mercado, a IBM revive o siste­ DEC Windows (89). (JCF)
ma turn key (a Telebrás faz o mesmo com
os Consórcios) que já aplicou com suces­
so, cm 1955, no gerenciamento de gran­
des projetos como Appolo, Saturno e
Challenger. Dentre os expositores da mi-
nifeira IBM, citam-se: a Telerj (videotex­
to), a Cesp, a Enghouse (mapeamento
computadorizado dc redes), Soltec (contro­
le de redes), Proceda (coleta de dados),
Villares, Arthur Andersen. Como palestran­
te, destacou-se na área de telecomunica­
ções, Donald Woodwell, da IBM dos EUA,
que tratou do suporte integrado que com­
putadores podem dar às operadoras de TCs.
No VI11 Seminário Decus, as palestras H o je em dia, coleta de dados, para m edição
de usuários locais incluiram a Unicamp de consum o de energia elétrica, água e gás, p o ­
(banco de dados), Villares (computação dem ser fe ito p o r m icros portáteis com o o da
fo to , m ostrado pela Proceda (representa a
agora uma gráfica), Tfccnosoft (software), Embratel, Trem), na m in i feira do evento IB M . A E letro-
1NPE (rastreamento de satélites), Prisma p a u lo tem experiência-piloto com a Proceda.
(sistemas), além de palestras da DEC-EUA. A Sanepar (C u ritib a ) faz o m esm o com a P ro-
Roberto Spíndola da DEC-Brasil enfati­ cisa. A E lo , do R io G rande do Sul, desenvol­
zou a produtividade para os anos 90, a veu equipam ento de coleta com in fra ve rm e ­
ser dada pelo uso correto da automação, lhos para empresas de energia elétrica.