Page 36 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1989
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Foz do Iguaçu (PR) —  20 a  24.10.89









                                                                                                                                                                         V e l l i n h o :





























                           d ire to r da A b in ee -A sso cia ção  B ra sile ira  das                                                   pela m issão de m a n te r ativa  nossa in fra -e s tru tu ­                                                          dos  os  p ro g ra m a s  essenciais  de  saúde  e edu­

                  O In d ú s tria s   E le tro -E le trô n ic a s ,  D elson  Fon­                                                      ra trouxe com o re su lta d o  o e sg o ta m e n to  d a q u e ­                                                      cação.


                  te s   S iffe rt,  fa lo u   em   nom e   de  P aulo  V e llin h o ,                                                  le m odelo, que se m ostrou ê fic ie n te  a té  o p rin c í­                                                                 —   O  ú n ic o   c a m in h o   capaz  de  responder,

                  p re sid e n te  da e n tid a d e ,  no XX P ainel T e le b ra sil,                                                   pio da  década  de  8 0 ” .                                                                                           a firm a tiv a m e n te ,  aos  le gítim os  anseios da so­


                  re a liza d o  em   Foz do  Igu a çu,  PR.  Ele com eçou a                                                                   —  A p a rtir de ce rto  m o m e n to  —  a cre sce n to u                                                     cie d a d e ,  visa n d o   um a  vida  m elhor e uma auto­

                  palestra d ize n d o  que “ a d e te rio ra çã o  das contas                                                          o  o ra d o r  — ,  fa lto u   c o ra g e m   ou  h u m ild a d e ,                                                   d e te rm in a ç ã o   do  viver,  cham a-se crescimento


                  p ú b lic a s  n a cio n a is,  p re te n sa m e n te  responsável                                                    q u e m   sabe,  a m b a s ,  a o s  n o sso s  g o v e rn a n te s                                                   econôm ico.  As  d e m a is   soluções ou  propostas

                                                                                                                                        para  a d m itir  o  fim   do  m o d e lo   e  p ro p o r  à  s o c ie ­                                              c o n s titu e m -s e   em   m e n tira s   ou  promessas in­

                                                                                                                                        dade outras a lte rn a tiv a s.  L a m e n ta v e lm e n te  op                                                       fu n d a d a s   o u ,  q u e m   sabe,  incom petência de


                                                                                                                                        ta ra m   as  a u to rid a d e s   g o v e rn a m e n ta is   p e la                                                  q u e m   apenas  p ro m e te   e  propõe  —  enfatizou o

                                                                                                                                        operação  que  poderíam os  c h a m a r  de  s u ic íd io ,                                                            p a le stra n te ,  acrescentando:


                                                                                                                                        pois buscaram  a redução do d é fic it p ú b lic o ,  não                                                                     —   Na área de TCs,  para exem plificar, temos

                                                                                                                                        através de  um   program a  a u ste ro  de  re d u çã o  de                                                           q u e  c o n s id e ra r,  re a listica m e n te ,  que estão cor­


                                                                                                                                        despesas de cu ste io  e de  pessoal,  m as s im  n um                                                                retos  os  dados  da  Telebrás,  que apontam a de­

                                                                                                                                        program a  paradoxal:  de  um   lado,  fo ra m   corta                                                                m a n d a  re p rim id a  de 6 ,5   m ilhões de terminaise

                                                                                                                                        dos os in ve stim e n to s na área de  in fra -e s tru tu ra ;                                                        q u e  exige,  para sua recuperação,  uma expansão


                                                                                                                                        e  de  outro,  p e rm itira m   que  os  sa lá rio s  reais  do                                                       de um  m ilh ã o  de unidades/ano, contra quinhen­

                                                                                                                                        fu n c io n a lis m o   p ú b lic o   e  das  p ró p ria s   e s ta ta is                                             tas m il  q u e  vêm   sendo im plantadas nos últimos


                                                                                                                                        crescessem ,  agravando  d e ste   m o d o   a  d e cisá o                                                            anos.  A  co rre çã o   desta  realidade,  que eu cha­

                                                                                                                                        absurda  de  re d u zir  in v e s tim e n to s   em   áreas  vi                                                       m a ria   trá g ic a ,  sem   exagero,  requer investimen­


                                                                                                                                        tais da  N ação.                                                                                                      tos m a ciço s,  que o G overno não tem  capacidade

                                                                                                                                                                                                                                                              de fo rn e ce r.  N ão tem  e não terá tão cedo, poiso

                                                                                                                                                                                Descalabro                                                                    a tu a l  p a ta m a r  de  e n d ivid a m e n to   interno e ex­


                                                                                                                                                                                                                                                              te rn o   do  País  im p e d e   que  imaginemos que re­

                                                                                                                                                Delson  S iffe rt c o n tin u o u   le n d o  o  p ro n u n c ia ­                                            c u rs o s   e s ta rã o   p ro xim a m e n te   disponíveis.  In­


                                                                                                                                         m ento de P aulo V e llin h o :  "P ra tic a ra m -s e ,  nesta                                                      v e s tim e n to s   s ig n ific a m   poupança  e  poupança

                                                                                                                                        década,  ta rifa s  irre a is  para  os se rviço s e  p ro d u ­                                                      re q u e r  re m u n e ra çã o .


                                                                                                                                        tos gerados  pelo  E stado  e  com   isto   levou-se  ao                                                                       Para o p re s id e n te  da Abinee,  "o governo que

                                                                                                                                        d esca la b ro   to d o   o  s iste m a   e s ta ta l  responsável                                                    virá  terá  o  dever  de  buscar,  rapidamente,  uma

                                                                                                                                         pela  área  de  te le c o m u n ic a ç õ e s ,  e n e rg ia ,  s i­                                                  so lu çã o   para  as  d e fic iê n c ia s   da  infra-estrutura


                                                                                                                                        derurgia,  petróleo,  sa n e a m e n to   b á sico   e  tra n s ­                                                      n a c io n a l.  Não  existe  o  que  discutir,  nem o que

                  Delson S iffert,  da Abinee.                                                                                           porte,  sem   fa la r  no  d e s c u id o   a  que  fo ra m   leva-                                                  d u v id a r.  N ecessita-se apenas de ação corajosa,


                                                                                                                                                                                                                                                              e n é rg ica   e e sp e cia lm e n te  determ inada, no sen­


                                                                                                                                                                                                                                                               tid o   d e   b u s c a r  s o lu ç õ e s ,  sejam   quais forem,

                                                                                                                                                                                                                                                              se m p re   em   nom e   dos  interesses maiores do ci­
                                                                                                            J o h n s s o n :                                                                                                                                  d a d ã o   b ra s ile iro ,  que  continua  sendo o grande



                                                                                                                                                                                                                                                               e s q u e c id o   p e ra n te   os devaneios das lideranças


                                                              Privatização com responsabilidade                                                                                                                                                                p o lític a s   b ra s ile ira s ” .





                                                                                                                                                                                                                                                                                              O que deve ser feito

                                  d e p u ta d o   fe d e ra l  R e n a to   J o h n s s o n                                                   R e n a to   J o h n s s o n   a s s e g u ro u ,  p o r  fim ,


                         O (P R N -P R )  re ve lo u ,  em   seu  p ro n u n c ia ­                                                    que  era  favorável  a  um a  p riv a tiz a ç ã o   ju s ta ,                                                                   P a u lo   V e llin h o   a ch a   que  "as  soluções da

                        m ento,  no XX  Painel  T elebrasil,  que  fez c h e ­                                                         a m     p i a m      e n t e   d i s c u t i d a ,   h o n e s t a ,   q u e                                            te le fo n ia   b ra s ile ira   passam   por  diversos cami­


                        gar às  m ãos  de  um   dos  c a n d id a to s   à  P resi­                                                    garanta  o  a te n d im e n to   da  so cie d a d e   e  que                                                            n h o s  e  d e ve m   re to m a r alguns  que  foram aban­

                        d ê n cia   da  R e p ú b lic a ,  d o is  d o cu m e n to s  so­                                              d e vo lva   ao  S is te m a   T e le b rá s   a  a u to n o m ia                                                       d o n a d o s,  nos a n o s recentes.  0  corpo técnico da


                        b re   o  s e to r  d e   c o m u n ic a ç õ e s ,  nos  q u a is                                              q u e   p e rd e u .  “ N ão  te n h o   re ce ita   d e ta lh a d a                                                    T e le b rá s  e a  gestão do  sistem a  sempre foi feito

                        a n a lisa   “ as  causas  do  g ra n de   ê xito   do  setor                                                  para  esta  p riva tiza çã o .  É  algo  q u e ,  co m o   já                                                           em   n ível  e x tre m a m e n te   profissional e é preciso


                        nos  anos  7 0 ,  a  in s u fiê n c ia   a tu a l  dos  s e rv i­                                              disse,  precisa  ser s e ria m e n te   pensado,  m as                                                                  q u e   is to   c o n tin u e   e  que,  a  gerência  política, às

                        ços,  os  m o tivo s  que  levaram   o  se to r à  s itu a ­                                                   estou  c o n ve n cid o   de  que  e xiste m   ó tim a s  a l­                                                          vezes  in c o m p e te n te ,  não  deteriore  um sistema


                        ção p re se n te  e q u a l a  p o lític a   que o novo go­                                                    te rn a tiv a s   para  is to ",  c o n c lu iu .                                                                       q u e   m o s tro u   d a r  c e rto ” .

                        ve rn o   deve  a d o ta r  para  a  so lu çã o   dos  p ro ­                                                                                                                                                                                  —   D eve-se  re sta b e le ce r tam bém  — conti­


                        b le m a s ".                                                                                                                                                                                                                           n u o u   —   n a s  o b ra s  de  serviço  de  expansão os

                                P ara  e le ,  “ os  p rin c ip a is   e n tra v e s   hoje                                                                                                                                                                    c o n tra to s   na  base  de  turn key (chave em mão),


                       e x is te n te s   são  a  in g e rê n c ia   g o v e rn a m e n ta l                                                                                                                                                                    p o is a s s im  se n d o ,  os custos são maistangíveise

                       no  S iste m a   T elebrás,  q u e   lhe  tira   a  a u to n o ­                                                                                                                                                                        os c o n tro le s  da  T ele b rás m ais eficazes. Deve-se


                       m ia   e c o n ó m ic o -fin a n c e ira   e  d im in u i  o  e le ­                                                                                                                                                                     b u s c a r o  b a ra te a m e n to  do custo dos terminais,

                       va d o   g ra u   de  p ro fis s io n a liz a ç ã o ,  e  o  irrea -                                                                                                                                                                     co m   m e lh o r gestão dos program as de extensão,


                       lis m o   ta rifá rio ".                                                                                                                                                                                                                 p o is a  re d u ç ã o   das  encom endas feitas à indús­


                              0   p a rla m e n ta r  d is s e   q u e   d e ixa va   c la ro                                                                                                                                                                   tria   b ra s ile ira   tro u xe   deseconom ia de escala no

                      ser  to ta lm e n te   c o n trá rio   a  um a  p riva tiza çã o                                                                                                                                                                          s is te m a   p ro d u tiv o   e  o  atraso de obras mal geri­


                      p re c ip ita d a ,  le via n a   e  irre sp o n sá ve l.  “ U m a                                                                                                                                                                        d a s a c u m u lo u   o sa ld o  de term inais não operan­

                      e v e n tu a l  p riv a tiz a ç ã o   p re c is a ria   le v a r  em                                                                                                                                                                      te s .  H o  e,  o  c u s to   de  um   term inal  instaladoe


                     c o n ta   m u ito s   fa to re s ,  p o is   n in g u é m   q u e r                                                                                                                                                                       o p e ra n d o  é de U S $  3 ,6 0 0 , quando já foi de US$

                     d o a r  o  S iste m a   T e le b rá s  a  g ru p o s  e c o n ô m i­                                                                                                                                                                      2 ,7 0 0 ,  e  p re cisa rá   ser  m enor,  desde que a ex­


                     cos  p riv ile g ia d o s ,  nem   a b rir  m ão  do a te n d i­                                                                                                                                                                           p a n sã o  seja  m e lh o r gerenciada e os volumes de


                     m e n to   s o c ia l  nas áreas  p o b re s ou  d is ta n te s ,                                                                                                                                                                          d e m a n d a   cre sça m   adequadam ente.


                     nem   d e s c u ra r  da  p o lític a   in d u s tria l,  dos  re­                                                                                                                                                                                 —   F in a lm e n te ,  está  na  hora  de olharmos

                     cu rso s  h u m a n o s,  da  te c n o lo g ia ,  e tc ." ,  e n fa ­                                                                                                                                                                      c o m   re a lis m o   e  sem   paixão,  a  importância das


                     tiz o u .  A firm o u   ta m b é m   ser  to ta lm e n te   c o n ­                                                                                                                                                                        te le c o m u n ic a ç õ e s   b ra s ile ira s   no  contexto de-

                     trá rio  a  um a  p riv a tiz a ç ã o  q u e  tra n s fira  o filé -                                                                                                                                                                       s e n v o lv im e n tis ta .  C rem os  que  está  na  hora de


                     m ig n o n   a o s  p a rtic u la re s   e  d e ix e   os  ossos                                                                                                                                                                           tra n s fo rm a r fa n ta s m a s  em  realidades, em nome

                     co m   o  governo.                                                                                               Dep.  Renato Johnsson,  ex-Telepar.                                                                                       d o s  in te re s s e s   m a io re s do cidadão brasileiro —



                                                                                                                                                                                                                                                                c o n c lu iu .  U P )
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