Page 38 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1989
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A z e v e d o :
ção da Lei de Informática referente a im planta O palestrante citou, ainda, as seguintes
ção da indústria nacional do setor, predom i diretrizes que devem ser observadas na PN
naram as discussões de caráter técnico-indus utilização prioritária de incentivos em lugar de
trial. Neste momento, diversos outros segmen restrições; as regras e normas devem ser esta
tos da sociedade começaram a perceber que as belecidas a níveis de país e não a nível de em
questões relacionadas com a informática não se presas; os incentivos, subsídios e restrições
esgotavam nos lim ites até entáo enfocados e com o objetivo de fomento as atividades de in
que refletiam as correntes de opinião ligadas formática devem ser sempre considerados como
diretamente ao exercício da atividade industrial transitórios e declmantes em seus benefícios; a
em si — fabricar computadores e equipamentos avaliação permanente das implicações sociais
periféricos — , interessados em conquistar e decorrentes da disseminação do uso da infor
consolidar um espaço político específico para a mática, em especial, do nível de emprego
defesa de seus interesses". Depois de sugerir algumas soluções para os
Hélio de Azevedo continuou relatando os en diversos problemas da informática no País Hé
volvimentos para a implantação da informática lio de Azevedo disse que “é fundamental que a
“num País com escassos recursos para o desen PNI seja elaborada de forma articulada e com
volvimento de programas prioritários de atendi patível com outras políticas de desenvolvi
mento das necessidades básicas da popula m ento, o que náo tem acontecido ate o pre
ção”. Para o orador, “a Política de Informática sente, em especial com a política industria ea
no Brasil só se justifica caso ela contribua de política de desenvolvimento científico e tec
forma mais direta possível nas soluções dos pro nológico". E acrescentou:
blemas da sociedade como um todo". — Complementarmente é indispensável re
HeIio de Azevedo, da Sucesu-RJ. ver os decretos de regulamentação da atual Lei
Novo caminho de Informática, retirando deles os resíduos au
toritários que restringem a atuação do Conin —
— 0 objetivo da Política Nacional de Infor Conselho Nacional de Informática e Automa
Dres dente da Sucesu-RJ (Sociedade dos
0 Usuár os de Computadores e Equipamentos mática — assegurou o palestrante — deve ser o ção, e que mantém uma excessiva centralização
Subsidiár os) Hé'io de Azevedo, no início de desenvolvimento de uma informática forte, a ser de poderes na burocracia da SEI
utilizada como importante instrumento trans
sua paiest^a disse que “ a questão da informá formado rumo a uma sociedade justa, nos seus Concluindo sua palestra, Hélio de Azevedo
tica no Brás; i se tornou, antes de tudo, um pro aspectos sócio-económico, político e cultural, disse que “para assegurar o aperfeiçoamentoaa
blema deoiógico, mais do que tecnológico ou através do desenvolvimento harmônico e arti Política Nacional de Informaticaé desejável
económ co" para ele, isso ocorreu devido a culado dos agentes que dela participam, a partir que os responsáveis pela sua elaboração sejam
forte ação política de grupos comprometidos do incentivo do uso da informática. sensíveis ao processo histórico desta tecnolo
com as diretrizes até agora adotadas e que, face Hélio de Azevedo afirmou que a Política Na gia, ciente do novo ciclo que se reinicia, centra
as necessidades de implantação de uma indús cional de Informática deve se fundamentar nas do no uso, coincidentemente com um novo go
tria nacional de equipamentos de informática, seguintes premissas básicas adequadas às suas verno plenamente democrático, não comprome
minimizaram a importância de outras variáveis características e ao Brasil que se pretende cons tido especificamente com nenhum dos segmen
fundamentais para o equacionamento da ques- truir: valorização do homem, processo decisório tos em disputa edisvinculado do sistema autori
*ao e compreensão da problemática dentro de aberto; apoio à iniciativa privada; proteção fun tário característico da fase que ora se encerra,
uma perspectiva global, vinculadas à realidade damental ao usuário; e informática é um meio, com visão global abrangente desta problemá
brasileira. tica e com respaldo de amplos segmentos da so
um instrumento, e não um fim em si mesma. ciedade". fj p )
— Não obstante a ideologia se constitua
num substrato da questão — prosseguiu o exe
cutivo -. não é vetor exclusivo para a sua expli
cação Em verdade, a informática é tudo isto*,
questão econômica, técnica, política e ideoló
gica. de fundamental importância para nossa
estratégia de desenvolvimento e até condiciona
dora do nosso futuro, enquanto Nação que se
pretende economicamente forte, politicamente
independente e socialmente justa.
Hoje já se sabe que o uso da informática é de
fundamental importância para todos os setores
de atividades, seja pelo aumento da eficácia
gerencial, seja na melhoria da produtividade
dos processos de produção e aperfeiçoamento
dos controles que lhes são associados, aum en
tando a competitividade dos agentes económi
cos e inclusive melhorando a qualidade final
dos bens e serviços produzidos.
Novo ciclo
Mais adiante em sua palestra, Hélio de Aze
vedo afirmou que “ a indústria nacional de com
putadores é hoje uma realidade, protegida por
uma reserva de mercado assegurada em lei,
para cuja aprovação, no Congresso Nacional,
conseguiu m obilizar significativa parcela da
opinião publica, coroando o ciclo do processo
de sua implantação no PaísH.
Em seguida, o palestrante explicou que (E D) A lm ir Vieira Dias, presidente da felebras, e Luiz de O liveira Machado, presidente da Tele'
durante a discussão que culminou na aprova- brasil.