Page 40 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1989

do processo e para assegurar o clima inicial. No
entanto, a nação estável somente existirá, a
longo prazo, se o Pais lograr atingir um bom ní­
vel de taxas de progresso económico, capaz de
neutralizar os naturais reclamos por melhor dis­
tribuição de renda de suas respectivas popula­
ções, cada vez mais competentes e exigentes”.
Para Ozires Silva, as áreas do mundo que
tém experimentado altas taxas de desenvolvi­
mento, além de fatores naturais internos como
competência, cultura e eficiência, têm sido be­
neficiadas por uma conjuntura favorável carac­
terizada, principalmente, por: globalização da
economia, cenário de reduzida taxa de cresci­
mento e de baixa inflação a nível internacional;
flexibilização de produção, a informática apli­
cada em larga escala; maior sofisticação dos
consumidores, maior demanda por salários; e a
organização das empresas tenderá a se achatar.
Telecomunicações
— As telecomunicações — alertou o pales­
trante — , com seu intenso significado na vida
do homem moderno, será no futuro (como já o é
no presente dos países mais avançados) muito
mais importante do que possamos pensar agora.
E acrescentou: “Quando vemos o nosso sis­
tema brasileiro sofrendo o furacão da inflação,
as limitações de investimentos e decisões, te­
mos que nos preocupar. Devemos trabalhar para
que as companhias responsáveis pelas nossas
telecomunicações sejam mais empresas e me­
nos governo. Que possam buscar padrões de ex-
B a n c o s
Wilson Gutierrez. além de diretor da Federa­
ção de Bancos— Febraban. é presidente do Cen­
tro Nacional de Automação Bancária — CNAB e
diretor de recursos humanos e de produtividade
do Unibanco. Sua palestra abordou a evolução
dos serviços bancários culminando com as neces­
sidades tecnológicas e as arquiteturas de infor­
mações que os bancos irão utilizar nos anos 90. A
instituição bancária, disse ele, evoluiu de um mo­
delo tradicional, austero e rígido do passado para
o cenário que se vê hoje, mais aberto e mais co­
municativo. “0 Banco moderno possui depen­
dência total da informática e dos meios de teleco­
municações”, enfatizou o conferencista para
quem os bancos, hoje, são uma mistura de super
mercado, cuja mercadoria é o dinheiro, e de gui-
chê para recebimento e pagamentos de contas e
impostos.
Automação
Das antigas máquinas de escrever e de cal­
cular mecânicas, os bancos evoluíram para em­
pregar modernas máquinas financeiras e micro­
computadores eletrônicos e para as redes de
teleinformática A automação não só afetou a
parte mais visível dos bancos — as agências —
como também a retaguarda que dá suporte aos di­
versos serviços e à compensação de cheques ban­
cários Dentre os objetivos perseguidos pela auto­
mação bancária, citou o conferencista o emprego
de terminais bancários automáticos, de caixas
eletrônicas, e de terminais na casa do cliente com
a finalidade de diminuir o afluxo de clientes e as
filas intermináveis das agências bancárias.
— 0 serviço bancário automático visa prestar
C Uchóa, da TV Bustos
í Poihni, da Telebras
M Martins, da En et ele.
G u t i e r r e z
n ã o p o d e m c r e s c e r s e m b o a s T C s
atendimento 24 horas por dia. 365 dias ao ano
(não bissexto); favorecer o auto-serviço e a trans­
ferência automática de fundos, e tomar corrente o
uso do cartão magnético ou equivalente. Para os
clientes pessoais, os bancos pretendem expandir
as redes de caixa automático e de teleprocessa­
mento para atingirem diretamente o escritório e o
lar. Já para os clientes jurídicos, a tendência é a
de integrar cada vez mais as ligações, entre com­
putadores e terminais do banco e com os de seus
clientes. A fim de desafogar agências bancárias
Wilson Gutierrez, da Febraban.
celencia sem que o acionista controlador as li­
mite, por melhores que sejam suas razões. Que
novos esquemas capazes de gerar mais investi­
mentos sejam concebidos."
Ozires Silva continuou dizendo que nao era
possível se assistir à falência de um sistema
criado com competência e entusiasmo, e ser
dilapidado da forma como ocorre hoje, frus­
tra ndo os responsáveis e colocando milhões de
consumidores atônitos, sem alternativas para
responder os desafios que já sentem no próprio
Pais e no mundo. Em seguida, enfatizou.
— Os homens brasileiros das TCs tém pelo
menos, duas obrigações fundamentais— uma a
de serem mais cidadãos do que tém sido, ístoé.
de procurarem exercer suas obrigações com o
País. pressionando o sistema político para que
nào continuem a prevalecer os bloqueios ao de
sen volvi mento nacional, hoje já tão característi­
cos E outra, a de usarem o máximo de sua cria­
tividade para conceber e praticar as mudanças
F Ferreira, da Telepar necessárias para voltar a gerar e deixar crescera
atitude, a crença, o entusiasmo e todos os de
mais atributos que impregnaram o sistema nos
últimos 20 anos.
Concluindo sua palestra, Ozires Silva disse
que “houve um momento que a iniciativa do Es
tado foi importante e suas ações puderam modi­
ficar o quadro de atraso e de estagnação onde
nos encontrávamos. Hoje, certamente o mundo
mudou, como mudou o Brasil. Precisamosabrir
nossas mentes e imaginar novas soluções, em
face dos fatos claros que estão à nossa volta"
J Van Damme, da Telerj
serão criados Postos de Arrecadação e Pagamento
{Paps) destinados a prestar, com exclusividade,
serviços de recebimento de contas e de pagamen
tos de assalariados e aposentados.
Para a década de 9 0 , os bancos irão uUhzar
computadores cada vez maiores e mais potentes
que serão ligados a terminais dotados de limitado
processamento local, disse Wilson Gutierrez, que
leu no Painel a lista de reivindicações do CNAB
para o sistema de automação bancaria Da indus­
tria, o setor bancáno quer sistemas redundantes
com recuperação automática de falhas, sistemas
de grande porte para aplicações transacionais e
terminais especializados, de baixo custo Das
operadoras de TCs. querem os bancos dispomb»li-
dade de novos serviços, melhoria dos atuais senn-
ços, acesso livre ao satélite e. sobretudo, banco
custo das tarifas.
“Os bancos vèm entregando suas necessida­
des futuras de TCs, com dois anos de antecedên­
cia, para a Embrate! e mesmo assim nào temos
obtidos as facilidades de que necessitamos* , dei­
xou registrado o representante da Febraban. Ou­
tro problema sendo enfrentado pelos bancos é o
do crescente volume da compensação de cheques
bancários que passará a sêr feito de modo auto­
mático, via digitação e atualização de arquivos
magnéticos, com impressão remota de relatór«os
“Com a entrada de serviços transacionais bar
cários para o grande público crescerão mude as
necessidades de TCs confiáveis e de ba» xo custo”,
enfatizou Wilson Gutierrez acrescentando que
“um mesmo nível de atendimento precisara sei
mantido pela rede bancária junto a todo usuane,
V . em todas as praças, mdependentemente. do «to
me potencial de transações em causa '. iJCFl *