Page 39 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1987
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à




















             com  o que vêem,  mas  na  hora  da  compra  vão


             comprar europeu ou americano.





              S.  Wajnberg  (G eicom ) —  Quem  quer exportar


             tem que fazer investimento  pesado e  não  pode

             contar só com o Governo, que possui outras prio­                                                                               *  *                                                                       « •
                                                                                                                                                                                                                       • '
             ridades,  como  às do  Nordeste.  Mas  há  muita                                                                                                                                                  ¦ •

                                                                                                                                                                                                                »•
             coisa  a  ser  feita,  por  exemplo  não  temos  ne­


             nhum  catálogo  de  equipam entos  de  TCs,  vi­                                                                                                                                                :: •   • • • # *
                                                                                                                                                                                                              .
                                                                                                                                                                                                             .
                                                                                                                                                                                                                M
                                                                                                                                                                                                                  M
                                                                                                                                                                                                                       «
                                                                                                                                                                                                                     «
             sando a exportação.                                                                                                                                                                              •MM».
                                                                                                                                                                                                                4
                                                                                                                                                                                                                      M
                                                                                                                                                                                                                    »
                                                                                                                                                                                                                  «
                                                                                                                                                                                                              M
                                                                                                                                                                                                              * *
             M. Aurélio (M onytel) —  Para se ter eficazmente                                                                                                                                                                                       M arco A urelio  Rodrigues  (M onytel).
             um  bom  programa  de  aquisições,  que  todos                                                                      Arm ando Pontedeiro (Elebra).

             acham importante, é necessário partir para uma


             campanha  de  conscientização  de  suas vanta­


             gens,  a  nível  de  M inistério,  da  Telebrás,  das                                                                                                                                                                                  ções de produção com  tecnologia externa9

             operadoras e de que como este programa trará o                                                                                                                                                                                         M. Aurélio                   Acho que a resposta deve voltar ao


             compromisso da indústria de entregar os produ­                                                                                                                                                                                         tom do velho  PSD mineiro:  o que é  bom  para o

             tos no prazo devido.                                                                                                                                                                                                                   País é a  mistura  de  ambas atitudes.  As  indús­


             Alm ir  Dias —   Nosso  plano  é  realmente  este.                                                                                                                                                                                     trias precisam de vez em quando trazer tecnolo­


              Partir para as contratações, com dados concre­                                                                                                                                                                                        gia  de  fora,  para  manter atualizados seus cen­


              tos que  nos são dados  pela aprovação do orça­                                                                                                                                                                                       tros de tecnologia  própria.

              mento através da Seplan.  Isto acontece no meio                                                                                                                                                                                       A.  Pontedeiro                         O  problema  de gerar ou  com


              do  ano e  aí  vamos  quantificar as encomendas                                                                                                                                                                                       prar  tecnologia  nào é  só o de atualização,  mas


              para as empresas, um trabalho difícil. Nosso en                                                                                                                                                                                       também o de preservar espaço no mercado,  não

              trosamento com a  Seplan  está cada vez maior,                                                                                                                                                                                        perdendo oportunidade  aqui  e  agora.  Mas  só


              mas a  sistemática,  conforme  nosso entender,                                                                                                                                                                                        compra  bem  tecnologia,  lá  fora,  quem  tem  ca­

              ainda está centralizada demais.  Por outro lado,                                                                                                                                                                                      pacidade  de  criar  tecnologia,  senão  só  estará


              do ponto de vista da Telebrás e da  indústria ha                                                                                                                                                                                     comprando papel  inútil.


              que ter coragem de investir logo, e depois fazer

               com  que  o  planejam ento  se  efetive.  Haverá                                                                                                                                                                                     D.  Siffert (ABC)                          Por que nao se pode ir colo­


               sempre  uma  margem  de  risco,  mas  nem  tudo                                                                                                                                                                                      cando licitações e  ir negociando com as  indús­

               pode ficar preto no branco, ao longo de todo um                                                                    Euchdcs Quandt de Oliveira  (Splice).                                                                             trias e ativar o resultado só quando fosse libera­


               processo de planejamento.                                                                                                                                                                                                           da a aprovação do orçamento e de suas revisões?

                       Plurianual,  no  entanto,  é  palavra  que  não                                                                                                                                                                              A.  Dias                  A  coragem,  a  ousadia  está  exata-


               existe  no  dicionário das  estatais,  que  sofrem                                                                 pelo princípio de que a proposta de menor preço                                                                   rnente aí.  Mas o receio de eventuais  punições,


               variações de todos os tipos.  Costumamos,  por­                                                                    leva a encomenda da operadora.  É necessário já                                                                   mesmo quando o presidente da Telebrás dá o re­

               tanto, trabalhar com a tese que se temos dinhei­                                                                  o diálogo com  o setor de redes.  Mas encontra­                                                                   cado (não formal) que pode começar a contratar


               ro  vamos aplicá-lo  e  aí  planejamos em  cima                                                                    mo-nos  mais animado com  a  visita  que  o Cel.                                                                 é  poderoso.  Do  lado  das  industrias,  todavia,

               deste dinheiro.  Se  não temos dinheiro na  mira                                                                  Antonio Joáo, da Telerj, prometeu fazer pessual-                                                                  existem as que tem  mais iniciativa  e  preparam


               (ele não vai aparecer mesmo) e não adianta pro­                                                                    mente à  minha empresa de redes.                                                                                 seu programa de contratações e o enviam para a


               gramar em cima de uma  ilusão.                                                                                     A. Dias —  Ha de se ver que os problemas do lado                                                                  Telebrás.  Quanto a  promover  um  programa  de
                                                                                                                                  da  indústria  privada  e do  lado das operadoras                                                                contratações não oficial surge o famoso risco (já



               A. Anibal ( Tepal) —  Em 76, aTelebrasil, no Pai­                                                                  são os  mesmos.  Todo  negócio  envolve  risco e                                                                 comentado) que a indústria venha depois cobrar

               nel sobre Esforço Nacional de Redes, houve pro­                                                                    não  existe  negócio sem  risco.  Concordo  que                                                                  o que estiver nesta  programação.  Todos devem


               messa da Telebrás para um mercado de  10 m i­                                                                      existe  um  problema  de  mão-de-obra,  mas  isto                                                                arriscar.


                lhões de  telefones.  Então,  criamos centros de                                                                  acontece tanto na empresa privada, quanto nas

               treinamento,  formamos  pessoal  e  instalamos                                                                     operadoras.  Quanto a  dar garantias concretas,                                                                   Helmut (Em bratel) — O que se sabe em Brasília


               muita  rede.  Posteriormente,  com  a  recessão,                                                                   ninguém  em  sã  consciência  pode dá-las,  além                                                                 sobre um  possível controle das estatais,  via  re­

               desativou-se o mercado e  perdemos a  mão-de-                                                                      de dizer que havendo dinheiro haverá obras.                                                                      sultados,  e  não  mais através da  aprovação dos


               obra que treinamos.  Fala-se que a Telebrás não                                                                                                                                                                                      meios?

                pode dar maiores garantias ao empresário.  Mas                                                                    O.  Barradas (ABC) —  Qual é o melhor caminho                                                                    A.  Dias —   Lamentavelmente,  não vejo a  curto


               estamos com  um  problema sério na área de re­                                                                     para a industria brasileira: o da geração de pro­                                                                 prazo esta  possibilidade.  Há  todo  um  passado,


               des,  com a  pulverização de empresas, causado                                                                     dutos,  com  P&D  próprios?  Ou  buscar adapta-
                                                                                                                                                                                                                                                   toda uma cultura que leva ao controle das esta­


                                                                                                                                                                                                                                                   tais, vistas como um todo.  O problema é desen­


                                                                                                                                                                                                                                                   volver  confiança  dos  orgãos  controladores  do

                                                                                                                                                                                                                                                   desenvolvimentos das estatais.

                                                            Ricardo Ferreira, da Telesp



                                                                                                                                                                                                                                                    Múcio (Daruma) —   Falando de exportação,  te­


                                                                                                                                                                                                                                                    mos  ótimos  produtos  brasileros.  O  pessoal  lá


                              Por ocasião do XV Painel, Ricardo Ferreira,                                                        no  patamar operacional  e  industrial.  0 se­                                                                     fora fica entusiasmado com o Trópico.  Mas para


                       da  Telesp,  falou aos participantes sobre três                                                           gundo é o dos recursos humanos, área no qual                                                                       exportar é preciso ter o apoio do Governo,  indu­

                       principais problemas que, a seu ver, afetam o                                                             está ocorrendo alterações de ordem  qualita­                                                                       bitavelmente.


                       desenvolvimento industrial e das operadoras,                                                              tiva devido à introdução de novas tecnologias,


                       referindo-se ao ciclo produtivo das TCs, à mu­                                                            tais como fibra ópticas e digitalização da rede.                                                                   D.  Siffert —  É  importante,  neste contexto,  ter­

                       dança da tecnologia e ao atendimento da de­                                                               0  terceiro,  é  o  atendimento  da  demanda,                                                                      mos um  catálogo de  produtos para  exportação,


                       manda.                                                                                                    como  no caso de  São  Paulo,  mas que vem                                                                         algo que já foi tentado diversas vezes,  mas não

                               Um  resumo das colocações de  Ricardo                                                             sendo afetado pela erosão tarifária ao longo do                                                                    levantou voo.


                       Ferreira:                                                                                                 tempo. Sem dúvida, é difícil conviver com ter­


                              —  Destacaria três problemas no setor das                                                          minais comercializados a  mil  dólares e que                                                                       A.  Carreira —  Tal  catálogo  pode  ser  inclusive

                       Tcs.  0 primeiro,  é o dos ciclos de ampliação                                                            custam  o dobro.  Assim,  é cada vez mais im­                                                                      perfeitamente financiado com o preço de anún­


                       da  sua  capacidade  produtiva,  que são de 3                                                             portante existir um planejamento plurianual e                                                                      cios. ATelebrasil, juntamente com  a  Abinee eé

                       anos,  para ocorrer qualquer mudança efetiva                                                              a  longo prazo.                                                                                                    claro todos juntos  com  a  Telebrás,  poderia  se


                                                                                                                                                                                                                                                    encarregar  de  coordenar a  feitura  de  tal  ca­

                                                                                                                                                                                                                                                    tálogo.
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