Page 39 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1984
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DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO
PAINEL I - PALESTRAS
A t e c n o l o g i a c i v i l e m i l i t a r
As palestras do l. ° Ciclo, Vimos que a vulnerabilidade da dependèn
após a solenidade de abertura cia é fatal, culminando com o exemplo da
guerra das Malvinas, fato que muito m
, do XIII Painel Telebrasil, mos fluenciou nossas Forças Armadas — expli
traram a “ Visão dos Centros de cou o conferencista.
Sem nada nos ameaçando, náo somos
Pesquisas” nas palavras do
um pais que vive de fronteiras ameaçadas,
Gen. Hermano Lomba Santoro, isto nos deu certa tranquilidade para nos
diretor do CTEx; do Brig. Tércio lançarmos à pesquisa e ao desenvolvi
mento, o que permite hoje vermos, com
Pacciti, reitor do ITA; e do Eng.
absoluta tranquilidade, uma guerra con
Jorge Marsiaj Leal, diretor do vencional moderna, para a qual o país esta
CPqD. Os três dedicaram-se a em condições de fabricar, com tecnologia
própria, 97% do equipamento necessário
historiar o que se fez, o que está
disse o General Santoro, acrescentando
se fazendo e as perspectivas em que o material de interesse militar compre
relação à pesquisa, desenvolvi ende do cordáo do sapato ao míssil inter
continental.
mento e recursos humanos para
Quanto à Imbel, do Ministério do Exér
o domínio de novas tecnologias cito, a tendência é manter apenas duas de
de ponta dos setores de teleco suas fabricas- a de polvora, sendo reequi
pada em Piquete (MG) e a de artefatos
municações e informática den-
pirotécnicos e explosivos de Estrela (RJ),
\ tro do ponto de vista c iv il e General de Divisão Hermano Lomba Santoro, associando as demais à empresa privada.
Diretor do Centro Tecnológico do Exercito
1 militar. (CTEx). Com o IME, o Campo de Provas e o Insti
tuto de Pesquisas e Desenvolvimento de
Guaratiba (este bifurcado em duas organi
zações: Sistemas e Balística Mecânica), o
General Santoro, do CTEX jm acordo m ilitar que tínhamos com os exército poderá desenvolver pesquisas de
Estados Unidos. Foi apenas à partir da dé- tecnologia “ avançadíssima" de ponta.
0 “ Modelo de Desenvolvimento do :ada de 70 que a idéia da modernização do A fim de minimizar sua dependência
f Exército" foi o tema da primeira palestra íquipamento bélico, com tecnologia na- tecnológica, o exército brasileiro deu o
da manhã, do dia 27, proferida pelo Gen. :ional, começou a amadurecer. “ pulo do gato", através do IPD (Instituto
de Divisão e chefe do Centro Técnico do Com jeitinho brasileiro, essa busca da Pesquisa e Desenvolvimento), do IFI (Fo
Exército - CTEx, Hermano Lomba San nacionalização gradativa dos produtos do mento Industrial e Controle de Qualidade)
toro (arma de artilharia, turma de 48). íxército, numa reação em cadeia, está nas edo INI (Normasde Informática Teconoló-
Dizendo estar ali “ representando o meu nrigens do novo Centro Tecnológico do gica), além de provera capacitação no Bra
exército", discorreu o conferencista sobre Exército, localizado a 120 minutos do Bar- sil e no exterior de engenheiros civis e m ili
a nova investida tecnológica do exército a Shopping, na Barra da Tijuca, no Rio de tares, até o nível de doutoramento em
brasileiro, que “ tem sido ao longo de nossa laneiro. Maior que “ os bairros de Copaca áreas críticas no país como: sensoria-
história pioneiro, em tanfa coisa, inclusive nana e Leme, juntos", ele tem 28 milhões mento remoto, plasmas, propelentese ser
tecnologia", e que ultimamente estava vol Je m? (três vezes maior que o CTA), fora vomecamsmos.
tado para a área de fabricação, o que se nutros tantos constituídos pelo campo de Reiterando que “ ninguém passa tec
gundo a análise de um grupo de oficiais de 3rovas da Restinga da Marambaia. Com nologia a ninguém" e que existem até leis
grande visão "náo era isso o que se devia jmaárea já reservada para o Instituto Mill contra sua transferência", Santoro falou
fazer, e sim pesquisar, desenvolver e fo ar de Engenharia - IME, que para lá deve da Missáo Espacial Completa Brasileira,
mentar a indústria nacional". Com trinta ie deslocar da Praia Vermelha, o complexo para a qual se desenvolvem satélite e veí
anos de atraso em relação à força aérea, :ontará com uma infra-estrutura de 800 culo lançador, constituindo áreas críticas
que acreditou no investimento em tecnolo noradias para pesquisadores c i v i s e mili- a correção da atitude do artefato (e que
gia", afirmou Santoro que “ se formos pes ares, alunos, como faz o ITA. Por que essa ninguém fornece) e a catalise da hidrazina
quisar os motivos chegaríamos a várias nova postura? com lítio irradiado (com base em tecnolo
conclusões", entre elas "nossa brilhante — Há 5 ou 6 anos, após a denúncia do gia francesa).
atuação na Segunda Guerra Mundial, que \cordo Militar com os Estados Unidos, nos As áreas de excelência do IME, disse o
' nos deu certo torpor", além de contar com jentimos como rei nu, náo tínhamos nada. palestrante, se situam na ciência dos ma- t