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portância do comunismo, apresentando-o falsamente como movimento da m assa, e a
agitação, destinada a instilar mêdo na alm a do povo para privá-lo de reação no ins
tante do golpe. A agitação objetiva o bloqueio ;psicológico da boa m assa brasileira,
já confusa pela propaganda.
O Continuísmo é um movimento eminentemente parasita do comunismo. Sò-
zinho nada conseguiria porque * carece organização. Descansa sôbre a cabeça de um
homem e de seus assessores. Por isso, parasita o comunismo para beneficiar-se da
organização dêsse movimento, ao mesmo tempo que o estim ula para que sobreviva
e possa ser parasitado.
O objetivo do Continuísmo é a permanência definitiva do Govêmo de O cupa
ção, lavrando tranqüilo o espêsso canteiro de corrupção que se estende por tôda
a máquina oficial. Pertencer hoje ao Executivo *é altam ente rem unerador e lucrativo.
O objetivo de ambos os movimentos é a destruição da ordem dem ocrática e
do princípio representativo. Estabelecido o regime totalitário, o Continuísmo im a
gina estar em condições de destruir o comunismo e apresentar-se ao fim como sal
vador da P átria e da democracia.
Mas se aí surgirem os elementos altam ente disciplinados do Partido para em
polgar o Poder (higly disciplined, well trained) o Continuísmo será destruído e pre
dominaria o comunismo.
Assim, na hora do golpe, de que o Carnaval Vermelho de m arço espera ser
première, pode ocorrer luta entre o parasita e o hospedeiro, entre Fidel e Bias
Rocas. P ara um instante dêsses é que cobre o Aparato Soviético, que prontam ente
acenará com o líder para conjunção das correntes, o Che Guevara necessário (Leo
nel Brizola, Miguelito A rrais ou Assis B rasil).
Essa manobra é bem descrita em Strategy for the Am éricas. P ara evitar o
desenrolar eventual de movimentos dessa natureza, Kennedy, em 1961, acudiu com
um aviso prévio aos navegantes dêsse possível m ar vermelho. A firm a simplesmente
“que não hesitará em fazer cumprir os seus deveres elem entares para com a segu
rança dos Estados Unidos” .
De outro lado, um bom continuísta nada tem a perder. Não se acha prêso ao
Brasil e ao seu povo por qualquer laço afetivo. Sua fortuna se encontra lá fora, /na
Union des Banques Suisses. N a eventualidade da derrota só tem que atravessar a
fronteira e gosar a vida ao lado de Perón, de Jacob Arbenz, de Batista, de Rojas,
juntam ente com o séquito de fiéis a quem o Sr. Darci Ribeiro provàvelmente cris
m ará de: Govêmo dos Contemplados no Exílio.
A SIMBIOSE COMUNO-CONTINU1STA
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Anteriormente explicamos a associação simbiótica do continuísmo e do comu
nismo no Brasil dos nossos dias. Nessa associação, o comunismo é o anim al hospe
deiro e o continuísmo o parasito. A associação, o hospedeiro fornece os seguintes
elementos para o sucesso da vida em comum:
a) organização e devotamento;
b) técnicos de conflito;
c) táticas de conquista do Poder;
d) apoio externo no setor da guerra política e econômica;
e) plano para a tom ada do Poder.
O parasito, isto é, o grupo dos interêsses continuístas coopera para a asso
ciação com os seguintes valiosos elementos:
a) ampla base adm inistrativa com acesso e com autoridade aos últimos
rincões do País;
b) comando monetário e creditício capaz de desregular todo o funciona
mento do sistem a de livre emprêsa;
c) sistema de comunicação;
d) recursos financeiros e de favores pessoais infindáveis oriundos das com
panhias do Estado, principalmente da Petrobrás.