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Êste último encastela-se no próprio governo, que acredita que pode dominar
o movimento paralelo, no momento azado e fruir, sozinho, a messe dos proventos.
O grande público não distingue bem os dois objetivos. Por isso é que o Se
nhor Bilac Pinto alertou o Governo de que pode ser apeado do Poder pelo seu colega
de conspiração, que é infinitamente mais bem organizado, ainda que reduzido em
número.
Está acontecendo aqui no Brasil um pouco do que ocorreu em Cuba, em 1958.
E ’ a hora de surgir a presença “benéfica” do Aparato Soviético para fundir inte-
rêsses para tomada do Poder no rumo que interessa à URSS.
O CONTINU1SMO PARASITA O COMUNISMO
Ao planejamento para a tomada do Poder os comunistas denominam fórmula.
O princípio básico do pensamento comunista é identificar os grupos que podem
servir, ainda que remotamente, à causa dos objetivos da União Soviética; neles
infiltrar; dar-lhes a orientação conveniente e robustecê-los.
O grupo do Brasil mais poderoso é o do Executivo Federal — a Adminis
tração, adequadamente infiltrada de comunistas e orientada no rumo dos objetivos
soviéticos, embora numerosos elementos do Govêrno nisso não acreditem e nem se
dêem conta, imaginando que, com o auxílio da assessoria suspeita, possam alcançar
seus próprios objetivos e iludir os da União Soviética. Êsse arriscadíssimo jôgo é a
política conjuntural interna do Brasil.
Entre nós. os comunistas já firmaram, em amplos setores de opinião, o blo
queio psicológico de boa parte dos dirigentes. Êstes se convenceram que nada há
a fazer: ser já muito tarde para reagir, ser o comunismo fortíssimo e, ser afinal a
ideologia um tanto atraente.
As táticas esquerdistas, efetivamente, impedem distinções entre nuanças. Só
exigem respostas em branco e préto; criam o médo em lugar da confiança no Oci
dente; apresentam os comunistas como reformadores, quando, no fundo, são reacio
nários; manipulam a duplicidade que lhes permeia toda a conduta.
O que é brilhante no comunismo é a destreza e a habilidade da aplicação das
táticas operacionais. A d( ologia não tem a menor importância para os seus adeptos.
As operações psicológicas são eminentemente amplificadoras do pequeno poder
político, por éle ora efetivamente possuído.
Por isso. o movimento comunista brasileiro detesta que se lhe reconheça a
essência, que a sua natureza seja eminentemente conspiratória assim como a enu
meração das suas graves vulnerabilidades. São perigosos, mas não são poderosos.
Perigosos pela sua capacidade de fazer cristalizar em seu tôrno, a fauna continuista,
carreirista, esquerdista comercial e tóda a forma de aproveitadores do povo pelo
mecanismo do Estado recentemer.te crismadas pelo instrutor Darci Ribeiro sob o
nome de contemplados.
Os contemplados do Executivo Federal são exatamente o antipovo. Confun
dem-se com os elementos do Govêrno de Ocupação, como os chama o Prof. Gudin,
isto é, com os governantes sem qualquer ligação efetiva com o Brasil e com o bom
povo brasileiro, interessado apenas no meneio do Govêrno com fonte de renda pró
pria não taxável. Só lhes interessa a segurança e a permanência da ocupação.
Satisfeita essa condição, seus membros podem, livremente, tirar todo o par
tido possível do Brasil e do povo brasileiro.
Em resumo, há dois grupos próximos orientados para empolgar definitiva
mente o Poder.
De um lado, a minoria organizada de cêrca de 600 conspiradores comunistas
profissionais em todo o Brasil, aplicando com inteligência as três táticas fundamen
tais: a fraude; a propaganda para “vender” a fraude de iludir o povo sôbre a im-