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Finalm ente, com a propaganda multiforme: imprensa, rádio, televisão, lite
ratu ra, conferências e filmes, o comunista colima simultâneamente alvos externos c
internos. O principal alvo externo é o isolamento do país vitim a do Ocidente, a co
m eçar pelos Estados Unidos. O alvo interno tem por fim os em presários estran
geiros, o latifundiário, o grande proprietário urbano e, em certos países latinos-
-americanos, informa Reidy, o pessoal das Forças Armadas (.Chile e A rgentina) .
Reidy cham a a atenção para a impossibilidade de auxílio m ilitar russo na
Am érica Latina, devido à reação americana, demonstrado em Cuba. em outubro de
1962. Por isso as “operações de conflitov se resumem em guerra política e guerra
econômica.
O grande objetivo da Guerra Política é a Organização dos Estados Americanos
cujo funcionamento se em perra pela constante alegação de Yankism o (im peria
lismo y an k ee ).
O segundo objetivo é a Aliança para o Progresso, território onde os adeptos
da extrem a esquerda e os da extrem a direita se encontram de completo acordo.
A principal m eta da Guerra Econômica é a intervenção desfavorável no cres
cim ento do produto nacional bruto da América Latina, mediante adoção de pro
gramas fantásticos de nacionalizações irrealizáveis e ineficientes, confiscos e per
seguições aos investidores privados.
P a ra a liquidação do proprietário agrícola, o comunismo sugere o Confisco
Agrário sob o nome a todos simpático de Reforma A grária. Tôda a propaganda do
govêrno sôbre reform as de base combina as técnicas de Guerra Política com as de
guerra econômica, ao mesmo tempo que incentiva à inflação e o aumento dos salá
rios, tudo colimando o colapso da sociedade para a instalação da Nova Ordem.
No atual govêrno do Brasil, essas técnicas vêm sendo aplicadas com bastante
intensidade e sob nossas vistas. O produto nacional bruto per capita apenas iguala
o crescimento demográfico: o dinheiro já não serve para investimento, nem para
capital de movimento. Dá apenas para comprar e vender o quotidiano.
No próximo mês de março o movimento comunista promete arranque final,
em busca da desorganização social total no Rio Janeiro. Surgirá então, segundo a
teoria comunista, a oportunidade para “the assumption of power by a disciplined,
higly-trained and wel organised comunist elite)} isto é, teremos a ocasião de co
nhecer quem são, afinal, os técnicos de conflito que vão assumir o Poder, e que com
tanto sucesso, se têm escondido.
Isso se não forem impedidos pelo Exército Nacional ou pela reação am eri
cana, a julgar-se pelo discurso do Presidente dos Estados Unidos no Hotel Statler,
em W ashington, sôbre balanço do Poder.
A agitação program ada é para nos pôr em estado de “ansiedade coletiva :para
que dela queiramos sair a qualquer preço”, isto é. ao preço de uma guerra totali
tária socialista.
FRENTE ÚNICA E GOLPE REVOLUCIONÁRIO
Ainda continuamos explicando a essência das investigações do Reidy. do Insti
tuto de Pesquisas da Política Exterior da Universidade da Pensilvânia, sôbre o mo
vimento comunista sul-americano, com aplicação ao caso brasileiro.
As duas táticas básicas do comunismo são a frente única e o golpe revolucio
nário. As definições dessas táticas, antes reveladas do que formalmente anunciadas,
são calculadam ente imprecisas.
No têrm o frente única cabe a revolução democrática burguesa de Lênine; as
coalizões partidárias entre setores democráticos e comunistas: e as frentes de li
bertação nacional, am álgam a das esquerdas de várias nuanças. — Todos os partidos
brasileiros de hoje são frente únicas setoriais entre a' sua fração democrática e o
seu complemento esquerdista.