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O plano de tom ada do P oder tem com o objetivo a fusão constitucional, isto é,
a desfiguração da C a rta M agna n a su a essencialidade, a se r obtida por incoercível
coação calculada da associação sim biótica sôbre o povo brasileiro, utilizando as téc
nicas de conflito e o poder ad m in istrativ o e m onetário.
O povo, um a vez acuado, se decidirá por a c e ita r os princípios revolucionários
im postos por u m a F rente Ünica e adotados pelo C ongresso quaisquer que éles sejam ,
contanto que se veja libertado da ansiedade coletiva em que a associação sim biótica
o vem aprisionando nos últim os dois anos de crise in in terru p ta e concertada.
A tática com unista da frau d e consiste no caso em prom eter o m elhor dos m un
dos desde que se instalem , por consentim ento do povo ou de seus representantes, os
princípios novos que criarão um a república so cialista no B rasil. A m udança se
ciaria assim pelo percurso do cam inho pacífico, com aquiescência, portanto, das
F orças A rm adas, porque não flag ra n tem en te inconstitucional.
A agitação n ecessária à intim idação e coação se rá a dos sindicatos urbanos
de serviços públicos, principalm ente os do Rio, cu ja objetiva é criar um estado de
angústia p ara o b rig ar o povo a ceder e assim in flu ir no re stan te da população b ra
sileira, de olhos voltados p a ra a G u an ab ara.
A propaganda consiste em a trib u ir ao estran g eiro , ao p ro p rietário urbano, ao
em presário rural, ao C ongresso, aos líderes dem ocráticos todos os m ales so ciais.
Êstes deverão desaparecer in stan tan eam en te com a fu sã o constitucional a ser im
posta pela F rente Ünica.
E ’ afcsolutam ente necessário p a ra a eficácia do plano que a aceitação das
profundas e cabais alteraçõ es constitucionais seja legal p a ra que o E x ército não ju l
gue do seu dever intervir, o que fa ria p a ra im pedir ilegalidade fla g ra n te e violações
frontais à C onstituição ju ra d a .
O golpe revolucionário acessório se rá m ero d etalh e p a ra conseguir-se o sim
definitivo do povo. o seu consentim ento final p a ra que se proceda à a lte ra ç ã o ca
bal da nossa atu al m aneira de viver. P oderá, o golpe revolucionário, co n sistir na
tom ada do Poder estadual no Rio. no assassin ato político ou no te rro r planejado, em
pequenas ações repetidas, ou aplicação de técnicas sem elh an tes.
A época da execução désse plano teo ricam en te passou porque já p erd id a a
grande oportunidade do sítio m alogrado. P a ra as fo rças revo lucionárias é indispen-
sáve1 um esforço derradeiro da associação sim biótica, cum pre o trab alh o com um ,
inteligente e árduo do p arasito e do hospedeiro, an te rio rm en te ao lan çam en to oficial
das candidaturas presidenciais.
Porque essas, um a vez lançadas, p o larizarão a aten ção do povo p a ra os can
didatos e os alen tarão de esperanças novas, em intensid ad es cap azes de re tira r in-
terêsses ao teatro da ação pretendida pelo grupo sim biótico co m un o -co ntin uísta.
O prim eiro sem estre de 1964 certam en te re p re se n ta a d e rra d e ira oportunidade
de tom ada pacifica do Poder por ésse g ru p o .
Todavia, se o povo brasileiro com preender o plano, a te n ta r p a ra o reduzido
volume da conspiração tm enos de 1 000 com unistas e cérca de 2 a 3.000 co n tin u ístas
ativos) não se a ssu sta rá com a agitação, d esp rezará a p ro p ag an d a am p lificad o ra que
procurará m ultiplicar por 10 mil os núm eros m odestos dos que in te g ra m a bernard a.
C um pre a ird a que o povo perceba que a d erro cad a fin an ceira que atin g e o
povo brasileiro faz p arte do plano revolucionário. O povo deve vencer êsses tem pos
difíceis, g an h ar confiança em si m esm o, p a rtic ip a r m elhor da vida pública e da
prática, dem ocrática.
Se assim fizerem en sejará condições de recu p eração de um p aís form idável
como o nosso, que. com a m aior facilidade tem “se erguido d a lona*’, onde p o r vêzes
cai p ara reviver e vencer tôdas as vêzes que o quis.
A FIN A L , O QLTE D EV E O POVO F A Z E R ?
E ssa é. de fato, a grande questão. — Que deve fa z e r o bom povo b rasileiro
trabalhador, inteligente, alegre, sábio, leal, não revolucionário, p a ra c o n tin u a r g a
nhando sua vida sem prejuízo da p ró p ria liberdade e da dignidade pessoal, a m e a
çadas por conspiradores de dois naipes e idêntico p ro p ó sito ?