Page 8 - Telebrasil - Setembro/Outubro de 1963
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Prosseguindo seu trabalho o navio ção da resistência elétrica. Os resulta­

cabográfico faz a junção do cabo “In­ dos dêsse teste são passados ao navio

termediário” ao “Terminal” estendido cabográfico que segue em direção ao

pela chata e então principia seu curso. local. Uma navegação perfeita é neces­

Em posição pré-determinada o cabo sária, do contrário o navio nunca loca­

“alto-mar” é emendado ao “interme­ lizaria o cabo no leito marítimo.

diário” . O cabo que está sendo lançado         Para localizar e suspender o cabo, o
é vigiado cuidadosamente, testado dia         navio lança uma âncora-garatéa arras­
e noite e, mantido numa tensão subor­         tando-a em sentido de vai e vem trans­
dinada à velocidade do navio e à pro­         versal ao trajeto do cabo até agarrá-lo,
fundidade do mar. Grande cuidado é            içando-o para bordo. Se, nessa operação
necessário pois em dois mil metros de         êle não se partir, o cabo é cortado e o
profundidade o cabo somente atinge o
leito marítimo aproximadamente a oito         navio testa uma das pontas. Se conse­
quilômetros da popa do navio e como           gue comunicar-se bem com o Rio, diga­
êle pesa entre uma e duas toneladas           mos, o defeito estará na outra secção
por quilômetro com mau tempo a ten­           que, exemplificadamente, aterra em
são é tremenda.                               Recife. Se o cabo partir no içamento e
                                              apenas uma ponta fôr levantada, o na­

Uma vez estendido o cabo, o traba­ vio prenderá a ponta da secção sem de­

lho do navio cabográfico está apenas feito a uma bóia e irá garatear a outra.

começando, pois, a despeito de sua for­ Descoberto o defeito, o navio substitui

te blindagem, ocasionalmente ocorrem o trecho defeituoso lançando cabo nôvo

interrupções causadas por âncoras de até alcançar a outra ponta presa à bóia.

navios, rêdes de pescadores, constantes Feita nova junção, o cabo volta outra

movimentos do mar desgastando os ca­ vez ao fundo do mar, restabelecendo-se

bos contra as rochas e, em águas tropi­ assim êste eficiente meio de comuni­

cais até mesmo por corrosão originada cação.

de mordidas de peixes!                        Contràriamente à crença popular

Vejamos agora o que ocorre quando não se empregam mergulhadores em

um cabo submarino sofre interrupção reparos de cabos submarinos, não só

digamos entre Rio e Recife. Impulsos porque é impossível reparar cabo sub­

elétricos são en\iados através do cabo merso, como também porque não há

e, a despeito de sua grande extensão, é mergulhador capaz de trabalhar nas

possível constatar, com uma margem enormes profundidades onde repousam

de erro de aproximadamente 1 km, o os cabos submarinos, que freqüente-

ponto onde se deu a ruptura pela medi­ mente atingem a 5000 metros.

COMPANHIA TELEFÔNICA D£ ALAGOAS INAUGURA PRIMEIRA
                        ETAPA DO SERVIÇO AUTOMÁTICO

  Em Maceió, foi solenemente inaugurada       S, A. Cumprida essa p rim e ira e ta p a , a
a prim eira etap a de mil linhas do nôvo      Cia Telefônica de Alagoas está p la n ifi­
serviço telefónico automático em instala­     cando a instalação de equipam entos de m i­
                                              cro-ondas para ligações in teru rb an as com
ção, com capacidade de 2 600 linhas. Há       o interior do Estado e com Recife. O em ­
cérca de trin ta anos a capital das Alagoas   preendimento foi executado m ediante a
vinha sendo servida por central automá­       aplicação do sistema de au to fin an ciam en -
                                              to, com a participação de todos os u su á­
tica do tipo passo-a-passo, com capacida­
de de 700 linhas. Èsse antigo equipamento     rios, registrando-se que nem mesmo os a n ­
3a foi desligado e desmontado, sendo subs­    tigos 700 usuários n egaram su a p a rtic ip a ­
                                              ção no custeio do nôvo serviço telefônico,
tituído por eficiente central autom ática do  que muito beneficiará aquela região.
sistem a CROSS-BAR-PENTACONTA, de fa ­
bricação nacional, da Standard Eléctrica
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