Page 4 - Telebrasil - Setembro/Outubro de 1963
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Art. 2.° — A ( omissão referida no       imóveis pertencentes á União, presetí-
artigo anterior compete:
                                            temente sob a administração do Depar­
   a) — elaborar os atos constitutivos      tamento dos Correios e Telégrafos,
da nova entidade que assumirá a for­        aplicados nos serviços transferidos.
ma de empresa pública, de cujo capital
participem exclusivamente pessoas ju­          Art. 3.° — A Comissão de que trata
rídicas de direito público interno, ban­    êste decreto poderá efetuar requisições
cos e empresas governamentais;              de pessoal, instalações, informações e

   b) — estudar e sugerir uma ade­          estudos pertencentes a órgãos públicos
quada organização interna para a em­        federais, autárquicos e sociedades de
presa, tendo em vista a respectiva fi­
nalidade, consistente em explorar in­       economia mista, as quais serão atendi­
dustrialmente os serv iços de telecomu­     das em regime de urgência.
nicações, sob o regime de exploração
direta da União;                               Art. 4.° — Fica estabelecido o prazo
                                            de 30 (trinta) dias, contados da vigên­
   c) — relacionar os serviços que,         cia dêste decreto, para término dos es­
executados atualmente pelo Departa­         tudos nêle referidos e apresentação, à
mento dos Correios e Telégrafos, de         Presidência da República, das respecti­
vam ser de imediato transferidos ã          vas conclusões.
nova entidade, mediante decreto do
Poder Executivo;                               Art. 5.° — Êste decreto entrará em
                                            vigor na data de sua publicação, revo­
   d) — indicar as providências que         gadas as disposições em contrário.
devam ser adotadas para incorporação,
à nova entidade, dos bens móveis e             Brasília, (D F), 3 de setembro de
                                             1963; 142.° da Independência e 75.°
                                            da República.

                                                     a) João Goulart

     TELEDEMAGOGIA
Correio de Minas de 28-9-63

     O deputado Eugênio Klein Dutra é       Fabricava até 3 mil cam inhões por mês.
                                            Hoje, graças à eficiência da a d m in istra ­
um bichão em m atéria de inteligência e     ção estatal, com 10 vêzes m ais em p reg a­
sabedoria. Homem lúcido, debatedor ar­      dos, fabrica cem vêzes m enos — tr in ta c a ­
                                            minhões por mês, isso mesmo p a ra evi­
guto e tenaz, é um parlam entar de pri­     tar o clamor de quem tem FNMs rodando
                                            por aí.
m eira linha.
     Pois é justam ente êsse môço, meu           E você, Eugênio, quer e n g a ta r o c a r­
                                            ro municipal ao desgovernado trem da
amigo, que vem dizer peios jornais que      estatização, que só dá certo n a Rússia,
só a Telebel resolve o problema dos tele-   terra lá dêles, os Carlos P restes & Cia
                                            Assim como deu certo a construção das
íones em Belo Horizonte.                    Pirâmides, das M uralhas da C hina. No
      O ra, Eugênio, você está grisalho de  próprio Brasil, a agricultura nunca teve
                                            problemas, enquanto pôde contar com o
saber que o govèrno é o último arranjo
em m atéria de adm inistração de empre­     braço escravo.
sa Êsse seu “Bel'’ é a versão municipal
das ‘Mig” do Estado. E você sabe como            E não me venha falar da Ferrobel.
andam essas empresas, enxovalhadas e        Lá está o Ubaldo Pena, m ãe e am a de
                                            leite da emprêsa, que deu a luz e con­
cuspidas, cum prindo um a verdadeira “via   tinua a nutri-la no peito. A m anhã não
crucis” pela rua da am argura, dos escân­   teremos o Ubaldo. E você vai ver o que
dalos e das falcatruas. A Camig, Hidro-
m inas, Fertisa, que até se cham a “F ur-   acontece.

tis a ’\ não sei porque.                         Você está cansado de sab er que o que
      A Frim isa tem mais empregado que     dá certo mesmo, em notícia de telefones,
                                            é auto-financiamento. Mas cadê peito
o núm ero de bois que abate na safra.       para íalar? Esta cidade poderia estar hoje
                                            nadando em telefones, se o povo fôsse
E tudo vai pelo estalão do descalabro, a    chamado a falar diretam ente, sem a bri­
exceção da Cemig, onde pontifica o Celso
Azevedo, um varão de Plutarco.

      A FNM, a emprêsa mais tipicamen­
te governam ental, é uma desmoralização,

tão grande que desmoraliza a propria des­
moralização.
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