Page 12 - Telebrasil - Setembro/Outubro de 1963
P. 12

pelo prefeito e pelos representantes da      e a irresponsabilidade sentaram praça,
companhia que venceu a concorrência          o autofinanciamento não pôde ser pra­
internacional promovida pelo governo         ticado, muito embora provasse bem em
da cidade, verificamos que se aceitou,       todas as experiências levadas a efeito
virtualmente, o esquema que a conces­        em cidades menores.
sionária vinha propondo há uma déca­
da. Referimo-nos ao sistema de auto-           Mas, depois de sofrer durante quase
financiamento, pelo qual, cercado de         uma década os inconvenientes da defi­
garantias e inclusive com o direito ao       ciência do serviço telefônico, o povo do
reembolso no caso de transferência,          maior centro industrial da América La­
cada usuário pagará o custo de instala­      tina vê seus interêsses defendidos, gra­
ção do aparelho, custo êsse medido pe­       ças à compreensão demonstrada, com
las despesas gerais de centrais e rêdes      muito atraso embora, pela Câmara Mu­
                                             nicipal, e graças à ojeriza do prefeito
telefônicas.                                 Prestes Maia à demagogia vulgar.

   É, reconhecemos já faz dez anos, a           No entanto é preciso reconhecer que
fórmula ideal para equacionar o pro­         a solução do problema telefônico foi
blema telefônico, não apenas da Capi­        apenas parcial, porquanto, no seu todo,
tal paulista como de todo o país, como       a regularização dêsse importante servi­
se comprova pela sua adoção por qua­         ço público está na dependência do Go-
se duas centenas de Municípios brasi­        vêrno Federal cuja atuação, mesmo
leiros. Isso porque, diante do processo
inflacionário, são os serviços de utilida­   no caso de S. Paulo, se caracterizou
de pública os que mais sofrem, visto         pelo empenho em evitar ou adiar a fór­
que suas tarifas são fixadas artificial      mula posta em prática com o contrato
e àrbitrariamente. tornando impossível       assinado anteontem. É que o govêrno
                                             central, vinculado à mesma ideologia
a mobilização de recursos financeiros        que responde pelo atraso do serviço
reclamados para sua atualização ou ex­       telefônico em todo o país, ainda não se
pansão. Nenhum detentor de capital           definiu a respeito da questão, manten­
sente-se animado a aplicar suas dispo­       do o clima de incertezas, ora ameaçan­
nibilidades em empresas dedicadas à          do encampar as empresas particulares,
prestação de serviços públicos, onde a       ora confessando que êsse plano se en­
remuneração do investimento é pràti-         contra muito acima da capacidade fi­
camente nula enquanto em qualquer            nanceira do país. Enquanto a adminis­
outro setor de atividade econômica
obtêm-se lucros capazes de cobrir, pelo      tração federal continuar indecisa, in­
menos, a violenta e constante deprecia­      sensível aos grandes problemas nacio­
ção do valor da moeda nacional. Assim,       nais, a situação não se alterará, muito
para que o serviço telefônico não fi­        embora as soluções locais — no caso do
casse muito atrás do progresso brasi­        telefone — encontradas por quase duas
                                             centenas de prefeitos brasileiros cons­
leiro, a fórmula do autofinanciamento        tituam uma experiência que qualquer
foi concebida. Acontece, porém, que na       administrador capaz e consciente não
Capital paulista, como em outros gran­       deixaria de aproveitar”.
des centros urbanos onde a demagogia

MELHORIA DO SERVIÇO TELEFÔNICO PARA O RIO, CAMPINAS E SANTOS
                                           Diário S. Paulo de 4-9-63

     Por determ inação do sr. Silvio Fer­    lefônica Brasileira. De acordo com os p ro ­

nandes Lopes, secretário de Obras, serão     jetos elaborados pelo D epartam ento de
intensificados os trabalhos do “Plano B an­  Águas e Energia Elétrica, serão providas
deirante”, que estão confiados à Cia. Te­    tódas as necessidades do Estado, preven­
   7   8   9   10   11   12   13   14   15   16   17