Page 15 - Telebrasil - Setembro/Outubro de 1963
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cionais e que a dem anda de linhas, no A alegação de que as indústrias em
Brasil, crescera assustadoram ente consti funcionam ento no Pais não passam de
tuindo séria crise, e tendo em vista, por subsidiárias de em prêsas estrangeiras deve
outro lado, a gravidade da conjuntura eco ser repelida vigorosamente, porque injus
nômica e a carência de divisas deliberou ta e tendenciosa. As indústrias nacionais
o Govêrno Federal, h á 3 anos passados, têm autonom ia completa, são brasileiras,
instituir o plano nacional para a instala nacionalizadas, e das emprêsas originárias
rão da indústria de equipamento telefô conservam os nomes porque êstes consti
tuem, ninguém o ignora, um patrimônio
nico. moral e inestimável, uma tradição hon
A ésse plano se vincularam em presas rosa de técnica e de probidade que o Brasil
não se envergonhará jam ais de haver as
de reconhecida tradição no País, assum in
similado.
do sérios encargos financeiros edificando Muito ao contrário da alegação da
imensas áreas industriais, contratando téc
nicos especializados e recrutando e prepa CRT haveria sensível economia de divisas
rando m ilhares de operários brasileiros. se fòsse acolhida proposta nacional. Os
Tão grande e tão bem sucedido foi é^se observadores da CRT incidiram em êrro,
esforço, que, nos prazos previstos, conse pois falam em 30% e 50% de índice indus
guiu a nossa indústria atingir índices-va- trial. ao se referirem ao grau alcançado
pela indústria nacional, quando ésse ín
lòres de nacionalização inteiram ente sa dice chega, em certo caso, a 85%. Aliás,
tisfatórios e cum prir am plam ente os com no próprio processo de concorrência da
promissos assumidos para com o Govêrno, CRT lá estão as propostas das_ em prêsas
que, por sua vez, proporcionou às em pre brasileiras com a especificação exata:
sas integradas no plano as condições in ATE — 50%; Ericsson — 80%é Siemens
dispensáveis para 'todo ésse desenvolvi
— 85%.
mento.
Como corolário, contava a indústria Só poderíamos entender o lapso da
CRT adm itindo que ela se refira a índi
nacional, como conta, com as encomendas ces registrados há mais de um ano atrás.
de todos os pontos do território nacional,
e só assim poderá m an ter a sua produção Em doze meses o progresso foi imenso;
em índice econômicos. E ntretanto, jã . e. quanto a êste aspecto, ninguém com
prim eira concorrência pública que encon mais autoridade p ara julgar do que os pró
tra a indústria nacional aparelhada para prios órgãos oficiais responsáveis pela
fornecer o seu produto, frustra-se tanto, apreciação do pedido de im portação, pois
esforço e se procura im portar equipamei. que dispõem a respeito de elementos se
to estrangeiro, fabricado por uma em pre guros, colhidos na fiscalização periódica
sa que nem ao menos domicilio possui no a que submetem as emprêsas vinculadas
ao plano nacional.
Pais.
Q uanto a preços, só um artifício de
Que a CRT procure defender os seus cálculo, como passaremos a dem onstrar,
pontos de vista podemos entender É um poderia dar o resultado apresentado pela
direito seu. O que é incompreensível é que CRT. Dada a natureza das propostas, viu-
vá ao ponto de ignorar não só o progresso se a CRT obrigada a analisar preços de
da indústria nacional de equipamento te equipamentos de tipos e qualidades dife
lefônico, mas a própria existência desta. rentes. Produtos heterogêneos. Por via
Neste passo é que vão os nossos mais enér
gicos reparos à lam entável m anifestação de conseqüéncia, de preços tam bém diver
cia CRT. no seu afã de denegrir, desacre sos. E a em prèsa estran g eira ofereceu p re
ditar e desnaturar a nossa indústria. cisam ente dois produtos heterogêneos: o
Crossbar e o STROWGER, o primeiro mais
Afirma a CRT: ai que as indústrias caro. O que a CRT fêz, para encontrar
de equipamento telefônico que aqui fun na proposta da emprêsa estrangeira um
cionam são meras subsidiárias de emprè- custo médio aparentem ente inferior, foi
sas_ estrangeiras: somar as duas parcelas, a do custo do
Crossbar, e a do STROWGER. Resultado
b) que a com pra do equipam ento n a artificial, irreal. Por êsse processo poder-
cional não constitui economia de divisas: se-ia ir m ais longe ainda, se a emprêsa
estrangeira incluísse um terceiro e um
c) que a in d ú stria nacional teria a tin quarto produtos de preços ainda mais
gido apenas 30% de indice industrial: b aix o s. . .
d» que não existe produto nacional si Mas o resultado seria outro se os pre
m ilar àquele cuja importação é preten ços oferecidos pelas em prêsas nacionais
íòssem cotejados pelo critério correto, que
dida: seria a com paração com o preço do equi
e) que o preço apresentado pela in pam ento do mesmo tipo. da emprêsa es
trangeira. Então se m ostraria m eridiana-
dústria nacional era superior ao ofereci m ente que a indústria nacional apresen-
do pela competidora estrangeira;
f) finalm ente, que as condições de fi
nanciam ento desta eram mais favoráveis.
É fácil dem onstrar que tòdas essas
afirm ativas carecem inteiram ente de pro
cedência.