Page 14 - Telebrasil - Outubro/Novembro 2002

Sob a bandeira da

inclusão

O acesso à telefonia fixa e móvel pela população de baixa renda avançou,
mas ainda há muito a se fazer. Já a Internet permanece quase uma
exclusividade das classes A e B. A boa notícia é que cresce no Governo e
na iniciativa privada a mobilização contra a exclusão nas comunicações.

Augusto Góes

m tempos de convergência, os tanto à telefonia fixa quanto à móvel nologia avançada como telefonia IP
E conceitos de universalização esbarra, mais do que nunca, no mes­ e níveis menos sofisticados de metas

mo problema: abaixa capacidade dos
dos serviços de telefonia e
de qualidade para permitir custos mais
segmentos mais amplos da população
inclusão digital através da Internet se acessíveis aos serviços de telefonia.
confundem e se complementam. A em arcar com as despesas inerentes O último item está sendo tratado co­
identificação dos elos mais fortes e aos serviços. Mesmo com os recursos mo prioridade pelo órgão regulador
fracos desta corrente, fundamental pa­ do Fundo de Universalização das Te­ nas discussões sobre a renovação dos
ra otimizar as ações do Governo fede­ lecomunicações - Fust - tendo des­ contratos de concessão.
ral e da sociedade, motivou intensas tino ainda incerto, a Agência Nacional - Temos mais de 10 milhões de
discussões durante a Futurecom 2002, de Telecomunicações está estudando linhas instaladas na telefonia fixa que
realizada no final de outubro em alternativas para minimizar a barreira. estão ociosas, enquanto 20 milhões de
Florianópolis (SC). Antonio Carlos Valente, vice-presi­ domicílios continuam não-atendidos
dente da Anatei, citou planos de pré- pelos provedores de telecomunicações.
Os avanços pago para telefonia fixa, uso de tec­ Resolver esta equação vai se tomar
Até pelo esforço de universali­
zação sacramentado pela Lei Geral de
Domicílios de São Paulo com telefone fixo (%)
Telecomunicações - LGT na tele­
fonia fixa foram registrados os maio­
res avanços no acesso às classes
menos favorecidas. No estado de São
Paulo, por exemplo, houve um cres­
cimento de 320% na penetração do
serviço nas classes D e E em menos
de quatro anos (veja quadro 1). Já o
uso da telefonia móvel, apesar do
espetacular salto registrado no nú­
mero de acessos, continua concen­
trado, compenetração abaixo de 10%
nas classes C. D e E, mesmo nas re­
giões de maior densidade de acessos,
Classe A Classe B Classe C Classe D/E
segundo informou recentemente o Crescimento Crescimento Crescimento Crescimento
d e g f, de,21% de 11 «til de 320%
ministro das Comunicações, Juarez
Quadros. Evolução maior no acesso Fonte: Telefonica P+D