Page 13 - Telebrasil - Outubro/Novembro 2002
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Mudanças                     tidores e como modelo para o futuro”,   A defesa  do  consumidor é  com
                  Fato marcante na trajetória do se­  disse  Nelson  Takayanagi,  gerente-   o  Procon; a da concorrência, com o
               tor é a prorrogação dos contratos de   geral  de  Comunicações  Pessoais  e   Cade; e a política industrial, com os
               concessão das operadoras de Serviço   Terrestres da Anatei.     ministérios. Cabe à Anatei defender
               de Telefonia Fixo Comutado -  STFC   Segundo  Marcelo  L.  Camargo,   o  setor de telecomunicações.  A in­
                 a ser objeto de consulta pública. A   da  Americel,  a  mudança  do  SMC   dependência  do  órgão  é  um  mito.
               Anatei  distribuiu para  as  concessio­  para  o  SMP  vai  exigir  a  renego­  Tal como em outros países, ele deve
               nárias e para os escritórios de advo­  ciação  dos  contratos  de  intercone-   ser um árbitro.
               cacia  um questionário,  com  15  per­  xão e da propriedade das receitas de   Regular é promover as regras  de
               guntas, e contratou a consultora IDC   longa distância. Ele prevê que novas   repartição  do  mercado  de telecomu­
               para dar suporte à Agência em ques­  licenças  no  STFC vão exigir novas   nicações  entre  grupos  econômicos,
               tões quantitativas.             metas de universalização.  As redes   com interesses contraditórios.
                  Segundo Luiz  Schymura,  não  se   das  carriers, no  entanto,  permane­  O poder aquisitivo do consumidor
               prevê  nenhuma  mudança  radical  na   cem  subutilizadas.      e a tributação contribuem para limitar a
               prorrogação das concessões. Nos itens                           expansão do sistema que operadoras e
               em discussão, ocorre a simplificação,   A voz do regulado       fornecedores querem aumentar. A regu­
               sem prejudicar o  usuário,  da verifi­  O  presidente  da  Portugal  Tele­  lamentação. no Brasil, é complexa, nrun
               cação das metas de qualidade do ser­  com ,  Eduardo  P erestrelo  C.  de   país  de  grande  dimensões  com  urn
               viço  que  datam  de  1997/1998.  As   Matos,  analisou,  durante  a Future-   modelo implantado -  viável para as con­
               operadoras  são  campeãs  de  recla­  com 2002,  o  m odelo               dições políticas da época -
               mações no Procon.               atual das telecomunica­                   que produziu vários agen­
                                                                           "A que
                  A prorrogação  dos  contratos  de   ções,  centrando  o  foco          tes ern datas distintas.
                                                                           cuidar
               concessão amadurece. A Agência es­  de  seu pronunciamento                   -   Flá  que  cuidar  do
                                                                        do perigo da
               tuda.  tal  como  em outras  partes  do   sobre o órgão regulador.        perigo da iwer regulation
                                                                      over-regulation"
               mundo, o segmento da infra-estrutura.   Reconheceu o execu­               -  alertou Eduardo Peres­
               Um novo conceito sendo estudado pela   tivo  que  a  entidade  no         trelo C. de Matos. Em urn
               UIT  é  o  do  mercado  relevante  ou   Brasil  produziu,  com  quantidade  e   novo mundo das comunicações, cada
               Significant Market Power.       qualidade, capacidade técnica e trans­  vez mais complexo -  urn pântano peri­
                  Outro importante tema é o  regu­  parência. Para Perestrelo. os recursos   goso -, o  caminho  a ser seguido  por
               lamento da migração do Serviço Mó­  existentes  na área regulatória,  ainda   urn órgão regulador c "regular menos".
               vel Celular -  SMC -  para o  Serviço   que escassos, são suficientes se forem   Se o regulador quiser intervir ern todas
               Móvel Pessoal -  SMP. “O regulamen­  bens distribuídos e se a Agência regu­  as frente, irá  se perder.  A humildade
               to foi baseado no interesse dos inves­  lamentar menos.         do  regulador frente  à  complexidade
                                                                               passa a ser urna exigência.
                                                                                  No  entanto,  o  presidente  da  PT
                                                                               observou  que  o  caminho  futuro  do
                                                                               órgão  regulador  deve  ser  de  menos
                                                                               regulamentação,  menos  intervenção
                                                                               nos  preços  praticados  e  se  ater aos
                                                                               grandes  ternas.  Devem  ser evitadas
                                                                               “originalidades” corno o SMP, que ele
                                                                               rotulou  de  “estratégia  tupiniquim
                                                                               totalmente diferente ern outros países,
                                                                               com um código  de  seleção  de pres­
                                                                               tadora  peculiar -   urna  situação  que
                                                                               pode  se revelar perigosa,  com resul­
                                                                               tados de difícil previsão”.
                                                                                  Quanto  ao  atual  cenário,  a  Por­
                                                                               tugal  Telecom reduziu  seus  investi­
                                                                               mentos  ao  essencial  que  o  mercado
                                                                               pode comportar. (JCF)
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