Page 78 - Telebrasil - Julho/Agosto 1994

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TELEBRASIL
Luiz Carlos Bahiana (C o m te c h )- Gostaria
de saber do Sr. Schorer se a ABRICEM
tem uma opinião em relação aos rumo­
res originados nos Estados Unidos, so­
bre a possibilidade de a telefonia celular
causar câncer?
Hans Gerhard Schorer (A B R IC E M ) - A
resposta é sim. Peço que o nosso Secre­
tário Executivo, que esteve bastante en­
volvido com o assunto, dê o seu depoi­
mento.
Secretário - A ABRICEM realizou, por so­
licitação da Comunidade de Campinas
(que fez um abaixo-assinado) verificação
sobre os danos que as emissões das an­
tenas instaladas nas estações de telefo­
nia celular, poderiam, possivelmente,
causar à população daquela cidade. Fo­
ram realizadas duas medições: uma utili­
zando um medidor de banda larga e ou­
tra, utilizando o instrumento sp e ctro a n a -
lize r. Após vários ensaios, chegamos à
conclusão que as radiações causadas
pelas estações da telefonia celular si­
tuam-se em nível quinze vezes abaixo do
limite fixado pela OMS. Ficou, então,
provado que esse problema não existe.
Ludgero Pattaro (P ire lli) - Para o Prof.
Gregório: entre os princípios da quali­
dade total, quais são as principais carac­
terísticas de uma empresa vencedora?
Para o Quadros: quais são os impecilhos
ou vantagens que a Telebrás (e empro-
sas do Sistema) tem na implantação dos
programas de qualidade?
Gregório Bouer (USP) - Nos anos 90, as
empresas têm que se adaptar rapida­
mente às mudanças. Portanto, têm que
ser flexíveis. Devem ser magras, com
rapidez de resposta e devem estar orga­
nizadas por processos e não por funções.
Com capacidade de monitorar, em curto
circuito, as vontades do cliente.
Juarez Quadros (T e le b rá s) - No caso, o
monopólio é relativo. Veja-se as ligações
internacionais, que estão com tarifas re­
lativamente altas; não só o Brasil enfren­
ta problemas, a Itália teve problemas
também. Os Estados Unidos, com o
avanço tecnológico do setor de teleco­
municações, teve o processo da chama­
da reversa - o c a ll b a ck - fazendo com
que o serviço tenha de baixar a tarifa. In-
felizmente, não se trata somente da
estrutura tarifária, tem também o proble­
ma da estrutura tributária, uma vez que
aí se embute 38% de impostos. Entre as
dificuldades, encontra-se a legislação,
que muda a toda hora no processo lici-
tatório.
Gregório Bouer - Como falei durante
minha apresentação, temos um fantásti­
co elenco de siglas de técnicas que po­
dem ser aplicadas. Os quatro "M " talvez
seja a que teve mais divulgação, ligada
H L A Q U A L I D A D E T O T A L D E P R O D U T O S E S E R V I Ç O S
D e b a t e s
A m e s a c o o r d e n a d o r a d o s d e b a te s
ao diagrama “ espinha de peixe” . Depois maior comprador de insumos de teleco­
vieram os cinco ” S", ligados a seguran­ municações do Brasil. Visando o usuário
ça, ordem, arrumação, limpeza. Temos o final, ela se preocupa com a qualidade
"TPM” - o T o ta l P ro d u c tiv e M a in te n n a n - do atendimento. Como fabricantes e for­
ce - para o controle das seis grandes necedores, temos que ter em vista que
perdas. De um lado temos que ter o isso faz parte da estratégia da Telebrás.
interesse de internar esses conhecimen­ Gostaria de perguntar ao Dr. Quadros, se
tos o buscar introduzí-los rapidamente ele concorda que pode haver algum con­
nas organizações. Fazer uma pesquisa flito , entre o objetivo de aprimorara
sobre o que acontece no mundo inteiro e qualidade - um alvo em movimento: a
quais as contribuições que podem nos melhoria da qualidade não é estática,
ajudar, ó o segundo passo. mas contínua - e as rígidas condições
dos editais?
Juarez Quadros - Durante minha pales­
tra, disso, utilizando a projeção de uma Quadros - A questão é muito delicada,
transparência, que a avaliação de uma
empresa está vinculada à sua imagem. para que eu possa dar uma resposta no
Esta imagem em parte é transm itida momento. Hoje o critério para o julga­
muito mais pelos empregados dessa mento de licitações obedece aos parâ­
empresa do que pela mídia. Isso é que é metros: técnica e preço. É muito difícil de
o mais importante, ou seja, o empregado ju s tific a r depois, até para a própria
estar convicto de estar trabalhando mídia, por exemplo, quando o contrato
não é fechado pelo critério do menor
numa empresa de serviços em que toda preço, mas pelo da técnica.
a estrutura e a organização como um
todo está tentando realmente prestar o Gregório Bouer - Acho que o Quadros
melhor serviço. acaba de reconhecer, nitidamente, que o
processo de licitação necessita de uma
Lenine (LR E le trô n ic a ) - Como somos melhoria. Isso é um trabalho tanto para
uma pequena empresa prestadora de fornecedores quanto para compradores.
serviços para empresas do Sistema Tele­ E leva algum tempo, dado que a cultura
brás, inclusive a Telesp, gostaria tam ­ sempre foi a da compra pelo critério do
bém de saber se essa tendência à tercei­ preço.
rização está enquadrada no enfoque da Kleber Castilho (A b e rim e s t) - Dr. Qua­
qualidade total na Telebrás. dros, quando teremos a qualidade total
Quadros - Dificuldades do setor estatal na obediência às regras fixadas pelas
determinaram a terceirização. Cito, como Portarias?
exemplo, o Sercomtel, em Londrina, que Quadros - Considero-me suspeito para
trabalha com o seu pessoal em todas as responder a essa questão, uma vez que
suas atividades. Apesar disso, não tem represento a parte que defende a Tele­
nenhuma limitação na contratação de brás com relação ao assunto. Todavia,
pessoal. Trata-se de uma autarquia mu­
considero importante dizer alguma coisa;
nicipal, que admite e demite pessoal na primeiro, que as Portarias (acho que há
hora em que julga necessário. Não é um equívoco do Dr. Kleber) não impe­
bem essa a realidade vivida na Telebrás. dem que as empresas operadoras pres­
Werner Dittmer (E q u ite l) - A Telebrás é o tem serviço.