Page 13 - Telebrasil - Março/Abril 1991
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— E importante frisar que as conces cessionárias aumentamos o quadro de pes
sionárias recebem ainda outros 30% sobre As seis coirmãs soal e na medida em que foram automati
forma de produto, que vem a ser os exem zados os procedimentos reduzimos de 2
plares das listas editorados, fotocompos- mil para 1.700. Hoje, porém, estamos com
tos, paginados, impressos, transportados As áreas de atuação das editoras 1.800 empregados”, explicou o executivo.
e entregues nos domicílios dos assinantes. de listas telefônicas são as seguintes: O presidente da Listei disse que, prati
Não fora os contratos com cláusulas de Listei/Abril: RS, SC, interior de camente, até 1989, todas as editoras traba
exclusividade certamente as concessioná SP (220 municípios), parte do interior lharam no vermelho. "Os seus balanços
rias estariam pagando para ter suas listas. de MG, DF, GO, Tocantins, MS, MT, podem ser examinados e os prejuízos acon
A Telerj, há 5 anos, desembolsou cerca RO, AC, AM, RR, AP, PA, MA, PI, teceram durante 4 ou 5 anos nos primei
de 4 milhões de dólares para imprimir CE, RN, PB e PE. OESP: SP (capi ros contratos. Isso se deve principalmen
sua última lista de Assinantes e ainda dei tal), Guarulhos (SP) e interior do Esta te ao processo de cobrança e reparte da
xou de receber outros milhões. do do Rio de Janeiro. E ditei (ECTB): participação das editoras na receita das
PR. ES, BA, SE e AL. Guiatel: BH
e parte do interior de MG. LTN: Par edições. Numa época de inflação que che
Cartel e Recessão gou a mais de 80% isso transformou-se
te do interior de SP e a lista de telex
da Embratel (atualmente em nova lici em prejuízos consideráveis para todas as
_ Os presidentes da Editei e da Listei editoras. Mas, no ano passado, apesar da
não concordam com a denominação de tação). ABC/Sãbe: Triângulo Minei recessão, as editoras trabalharam com al
“Cartel’' para as atividades de listas telefô ro e Noroeste de SP (interior). gum resultado positivo”, afirmou Grego
nicas. Na opinião de Ronaldo Pinheiro, riano de Castro.
“cartel tem como uma de suas caracterís
ticas suprimir a livre concorrência. No ca
so de listas quem suprime a livre iniciati
va é a legislação que assegura às conces no Bresser. e Plano Verão, a Editei não
sionárias a exclusividade da edição. Assim, demitiu empregados. Nossa política é pre
se existisse cartel, este seria exercido pe servar os funcionários, estes, na verdade,
las concessionárias, por força da legislação”. são o que há de mais importante na em
— Quanto às editoras — prosseguiu presa. Estamos vivendo agora o Plano
Pinheiro —, elas não trabalham em áre Collor II e ainda não podemos fazer uma
as de sua livre escolha e nem se organi avaliação segura do que poderá ocorrer
zam para distribuir entre si cotas de pro na atividade de edição de listas. Estamos
dução. Tampouco efetuam acordo sobre apreensivos”.
preços, mesmo porque cada uma atua A situação na Listei, no entanto, foi
em regiões diferentes. Como se pode cons um pouco diferente. Segundo Gregoria
tatar não há cartel das editoras e, pelas no de Castro, em 1990 houve algumas de
características da regulamentação a que missões, mas ele não atribui isso à crise
são submetidas, nem poderia havê-lo. porque passa o País. "Na verdade foi
Para Wanderley Gregoriano de Castro, um processo necessário porque nós atua
“é um direito exclusivo das concessioná mos em 87% do território nacional e pa
rias de contratar editoras privadas median ra atender nossas obrigações com as con- G rego rui no de Castro, presidente da Listei.
te licitação pública, podendo concorrer to
dos os interessados. Nas últimas licita
ções concorreram exatamente 10 empre
sas, todas cadastradas naTelebrás. Portan
to, não existe cartel”. Histórico e legislação
“Na Editei a recessão não se fez sentir,
pelo menos por enquanto”, afirmou Ro S<‘gundo o advogado Wanderley
naldo Pinheiro, acrescentando: “Justamen Gregoriano de Castro (Revista Tele- go 23 do Regulamento de Telefonia;
te nos períodos ."ecessivos é que a propa brasil, J/F.81, págs 55 a òO), "a pri Decreto 73.380/73, bem como a Porta
ganda se faz mais necessária e os bons em meira lista telefônica surgiu em ria 663 (18-07-79) dá nova versão ao Re
presários sabem disso. O maior proble 21/02/1878, dois anos após o primeiro gulamento; Lei 6.874/80, consagrando
ma são os "pacotes econômicos”, estes sim aparelho telefônico ter sido apresenta os direitos das concessionárias, respei
são verdadeiros "mísseis” que explodem do por Graham Bell, em 1876. Ela foi tando-se os legítimos interesses das
os resultados das editoras. Mesmo em si editada em Connecticut (EUA) pela editoras privadas; Decreto 88.221/83,
tuações muito difíceis, como as vividas New Asia Telephone Company, com definindo que as listas fossem organiza
nos funestos Planos Cruzados I e II, Pia- das por Assinantes (ordem de nomes)
50 assinantes. Esta lista não continha Classificadas (produtos e atividades) e
o número do telefone e as ligações Endereços (logradouros), esta última
eram feitas por intermédio das telefo editada em função do número de habi
nistas". No Brasil, ao que se sabe, a tantes, dispensável com menos de 500
primeira lista telefônica foi editata mil; Portaria 189/83 regulamentando
em 1882 pela Cia. Telephonica do Bra- a edição de listas telefônicas em todo
zil sob o título "Guia do Viajante do o País; Em 1986, a Portaria 189 foi al
Rio de Janeiro", contendo a relação terada pela Portaria 303; Diretriz 090
de 414 assinantes. Até 1946 as listas da Telebrás e mais 17 práticas totaliza
continuaram a ser editadas no Brasil ram 23 atos normativos; Decreto 97.684
pelas concessionárias. A partir de 47, e uma Portaria n° 62, ambos de 89,
as listas passaram a ser editadas pelas substituída no mesmo ano pela Porta
concessionárias mediante contratação ria 154; Decreto 99.679/90, seguindo-
de terceiros. se a Portaria 887, do Minfra, as porta
Vários decretos, portarias e regula rias 116, 128 e 130/90, da SNC, faltan
mentos formaram uma série de legisla do ainda editar duas portarias, conten
ção até os dias atuais. São eles: do indicadores de desempenho das edi
Decreto 57.611/66 atribuindo às con toras de listas telefônicas, a título de
cessionárias a organização, publicação desregulamentação. Portaria 29 de
e distribuição dos catálogos: Decreto 7/2/91 substituindo a Portaria 009/90 e
68.417/71, dando nova redação ao arti dando nova regulamentação.
Ronaldo Pinheiro, presidente da Editei.