Page 10 - Telebrasil - Março/Abril 1991

E x p a n s ã o n a
v a i
A Telesp terá que partir para pro­
cesso licitatório de acordo com o
Decreto-lei 2.300 e, de uma m anei­
ra geral, é o que resultou de inicia­
tivas tomadas, pela nova adm inis­
tração, nas áreas de comunicações
de dados e de expansão.
A Telesp fechou negociações, em
20.12.90 (D.O. Est. de S. Paulo,
de 04.01.91) com a Sprint Internatio­
nal Communications Corp. — uma
das maiores operadoras de comunica­
ção de dados dos EUA — e com a
Netcom Telecomunicações e Informá­
tica Ltda. (formada em julho de 90)
para elaboração de plano para curto,
médio e longo prazos visando a implan­
tação, operação e comercialização de
uma rede de comunicações de dados
(possivelmente de pacotes) para o Es­
tado de São Paulo.
Caberia futuramente à Sprint/Nct-
com prover aos equipamentos que se­
riam cedidos à Telesp para operá-los
e em troca haveria repartição de re­
ceita dos serviços, em base a ser ajus­
tada. Firmaram o documento, pela
Telesp, o presidente Oswaldo Lopes
do Nascimento F° e o diretor de opera­
ções Ercílio de Melo Neto; pela Net­
com, Milton Schickmann (ex-Embra-
tel) e Carlos Rafael Barma (ex-Erics-
son); e representando a Sprint, o advo­
gado Jorge Fischer. Atuaram como
consultores da Sprint, Rômulo Villar
Furtado (ex-Minicom) e Jairo Klepacz.
A pressão das associações de enge­
nheiros da Telesp e da Embratel e
do Sintell/RJ, a divulgação pela impren­
sa da ausência de licitação em todo
o processo, bem como correspondên­
cia endereçada ao Tribunal de Contas
da União (TCU) levaram à manifesta­
ção pública do presidente da Telesp,
sob forma de carta-resposta (O Esta­
do de S. Paulo — 22.01.91), em que
ressaltou: “ainda não é atribuição da
Telesp a exploração de serviços de
comunicações de dados, que se tratou
apenas de estudo feito pela Sprint e
por engenheiros da Telesp, que a im­
plantação do projeto (se viável técni­
ca e juridicamente) seria objeto de li­
citação obedecendo ao Decreto-Lei
2.300, que a repartição de receitas se­
T e l e s p
d e p e n d e r d e l i c i t a ç ã o
Oswaldo do Nascimento F°, presidente da Telesp
e que a ausência de qualquer ônus pa­ cidos por qualquer fabricante de cen­
ria fruto dos estudos de viabilidade
trais públicas. A parcela de 56,5 mil
ra a empresa, na fase de estudos, le­ t seria adjudicada, sem licitação aos
vou a Telesp a prescindir de licitação”. fornecedores citados, justificando a
Oswaldo Nascimento informou que Telesp o fato por se tratar de "forne­
há situações em que o Estado brasilei­ cedor único” e que os demais 13,5
ro procurou associações e citou o ca­ mil terminais seriam licitados.
so da Fepasa com a Cutrale (cítricos), Roberto Miranda, diretor económi­
em que a primeira deu os trilhos e a co-financeiro da Telebrás, disse que
Cutrale, locomotivas e vagões, em tro­ de acordo com o Estatuto de cada em­
ca de redução substancial no valor presa é de “competência da Telebrás
da tarifa. O Secretário de Comunica­ autorizar a viabilidade técnica e eco­
ções, Joel Marciano Rauber, manifes­ nômica das expansões. A Telebrás ve­
tou o sentimento que “poderia ter ha­ rificou que a parte de comutação de
vido precipitação por parte da Telesp, todo o pacote era pequena e que deve­
em tentar solucionar o problema de ria ocorrer concorrência para os de­
comunicações de dados em São Pau­ mais itens do projeto da Telesp, que
lo, antes de uma total regulamentação era turn-key”. Oswaldo Nascimento
do serviço limitado privado”. Segun­ observou que o custo do terminal da
do outra fonte, próxima à Secretaria, expansão caiu para 1,9 mil dólares,
a Portaria 525 (comunicações de da­ quantia bem abaixo da média pratica­
dos) precisará, efetivamente, ser revista. da pelo Sistema Telebrás e com pra­
zo de instalação de apenas 12 meses.
Ao fechamento desta edição a Telesp
Expansão admitia abrir licitação para a compra
de terminais bem como para outros
A Administração da Telesp disse caso£ verificação de linhas residen­
que encontrou a empresa com uma ciais existentes, sendo utilizadas co­
dívida de 466 mil terminais — carnês mo comerciais. Uma ação pública,
vendidos cujo prazo, de 24 meses pa­ movida no Rio de Janeiro, contra con­
ra sua instalação, venceu — a ser sal­ tratações sem licitação, teve ganho
dada até 94, situação que ela reduziu de causa e o assunto prossegue na es­
para 396 mil terminais, com previsão fera do judiciário.
de término até 92. A ampliação da Oswaldo Nascimento afirmou que
planta existente prevê, ainda em 91, a engenharia da Telesp está sendo
a contratação de 320 mil terminais di­ prestigiada — uma antiga reivindica­
vidida em duas parcelas. A primeira, ção da associação de engenheiros da
de 70 mil terminais, para instalação empresa — e que está havende mui­
até 92 e mais 250 mil terminais para to trabalho a realizar. Ele negou ter
instalação até 93. havido influência política nas nomea­
A parcela de 70 mil terminais (t) ções e diz que as demissões estão sen­
do tipo digital, conforme explicou Os­ do efetuadas nos escalões mais eleva­
waldo Nascimento, se destinou a am­ dos “para aqueles que não se enqua­
pliar (com estágios de linha remota) dram dentro dos princípios de moder­
centrais existentes da Ericsson (49,5 nidade que queremos implantar. Ne­
mil t), NEC (6,5 mil t) e Equitel (0,5 nhum peão foi demitido”, afirmou o
mil t) ficando os restantes 13,5 mil t, presidente da Telesp. (JCF)
de uso residencial, para serem forne­