Page 9 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1991
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bos ópticos inclui operações de pintu
ra da fibra (identificação), binagem,
cordagem e formação dos cabos ópti
cos (tipos loose ou estelar).
A Pirelli S/A possui torno e torre
de fabricação para fibra (processo
MCVD) localizadas no centro de pes
quisa e desenvolvimento, em Santo
André, e com capacidade para 10 mil
km fibra/ano. O centro de P&D da
Pirelli teve sua instalação decidida
em 75 e foi inaugurado em 83, repre Vista aérea
sentando 11 milhões de dólares de in da unidade
fabril de
vestimento e passou a desenvolver fi
Sorocaba (SP).
bras ópticas. A Secretaria Especial
de Informática — SEI iria porém im
pedir — com base da Lei de Informá para a Bolívia, havendo outras licita des fabris para fibra destacam-se as
tica — que a fibra da Pirelli fosse fa ções semelhantes em andamento. da Itália (400 a 500 mil km fibra/ano,
bricada. Hoje, inclusive com a libera No Brasil, a Pirelli S/A contribuiu com tecnologia OVD, da Cornning
lização e abertura da economia (a fi com cabo óptico no Io sistema de co Glass) e a da Inglaterra (tecnologia
bra óptica não consta do listão da re municação óptica, com tecnologia do VAD da Sumitomo) cuja produção
serva de informática) a Pirelli S/A CPqD daTelebrás, instalado em Uber mal dá para atender à crescente de
está livre para agir como melhor lhe lândia (CTBC-MG); com cabo pára- manda do mercado europeu. No Bra
aprover. Frente à realidade do atual raios e óptico na Usina de Tucuruí (£- sil, a empresa aguarda melhor defini
cenário econômico, os dirigentes da letronorte); mais recentemente, de 88 ção do mercado e poderá até expan
Pirelli são cuidadosos ao falarem em a 90, com contratos para 100 km de dir sua fabricação local de fibras, mas
expandir suas atuais facilidades para fibra monomodo e 80 km de multimo- deixará a importação como último re
produção de fibras ópticas. “Uma coi do, para a CRT; e, no ano passado, curso a ser utilizado, é o que se de
sa é certa, iremos competir com fibra, com contrato junto à Telesp, para a duz da entrevista exclusiva que a Te-
mesmo com as importações liberadas rota São Paulo—Campinas (250km lebrasil manteve com os dirigentes
e pelas regras do jogo das alíquotas de cabo com 36 fibras fornecidas pe da Pirelli S/A. ‘‘As telecomunicações
decrescentes, que julgamos correta”, la ABC Xtal). são infra-estrutura essencial ao desen
afirmou Ludgero Pattaro. Ele expli A Pirelli, em termos mundiais, até volvimento do País e cedo ou tarde
ca ainda que a empresa, junto com a bem pouco tempo ocupou o Io lugar a demanda reprimida existente preci
Ericsson, já exportou cabos ópticos (hoje é da Alcatel) no ranking da in sará ser atendida e lá estaremos pa
para o Uruguai e junto com a NEC dústria de cabos. Dentre suas unida ra contribuir”, finalizou Pio Gavazzi.
Furukawa: e a demanda para cabos continuar em de agrega ao produto não é muito levado,
clínio”. Do faturamento total da empre frente ao insumo básico que são os gazes
sa, cerca de 30% foram gerados na área necessários à produção da fibra.
Cada empresa, portanto, frente à libe
Otimizar o produto de telecomunicações (leia «1! Sistema Tele- ralização da economia, deverá encontrar
brás), 20% pelo setor privado (informáti
e beneficiar cliente ca) e o restante para energia elétrica e pa solução que melhor lhe convier — fabri
ra exportações, dando um perfil bastante
car localmente, comprar ou vender no
equilibrado para a empresa enfrentar a mercado nacional ou mundial, ou sair pa
atual crise econômica. ra uma mixagein destas — desde que se
“Frente à liberalização da economia, Anselmo Nakatani diz que o mercado obtenha um produto final que venha a be
cabe a cada empresário optar pela solu internacional de fibra óptica está satura neficiar o cliente.
ção que maior benefício trouxer ao clien do, com o produto sendo ofertado a 10 “Queremos manter a qualidade de nos
te. Maior qualidade e menor preço do pro centavos de dólares por metro. Máquinas, sa produção de cabos ópticos e temos até
duto final é o que queremos sempre ob no Japão, produzem ininterruptamente substituído fibras por conta própria, quan
ter”. Assim se expressou Anselmo Nakatí de 400 a 1000 km de fibra. Já o processo do aquela que nos é fornecida para fazer
ni, diretor-presidente da Furukawa, um MCVD, que é aqui utilizado, tem a limita mos cabos correspondentes não alcança
empresa que encerrou o ano de 90, con ção natural do tamanho do bastão (cilin o padrão que seria desejado”, observa não
um faturamento de 90 milhões de dólares dro) inicial e é do tipo semicontínuo. Acres sem certa sutileza o presidente da Furuka
O executivo vê a conjuntura econôm ce que o mercado brasileiro para fibra é wa, enfatizando que qualidade deve ser
ca continuando difícil, mas lembra que “d< relativamente acanhado e o valor que se preservada a todo custo, pois é ela que
pois da indústria do petróleo, as telecomi mantém o cliente. Para o ano de 91, ele
nicações são o melhor negócio do mur espera que 20 mil km de fibra venham a
do’, o que faz prever para o setor “um f ser transformados em cabos ópticos de
nal de 91 razoável apesar das dificuldade alta qualidade.
conjunturais”. Por outro lado, ele é d A Furukawa Industrial S.A., Produtos
opinião que o Plano do Governo de con Elétricos, não tem medo de concorrer in
bate à inflação deve sofrer pequenos reí ternacionalmente, já tendo exportado ca
justes no sentido do reaquecimento d bos de energia para hidroelétricas da Chi
produção e das exportações. na, bem como cabos telefônicos para a
Operando com 1100 empregados (o tc América Latina Sempre preocupado com
tal do grupo é de 2 mil pessoas), a Furi o desenvolvimento de novos produtos a
kawa procurou não demitir pessoal ma empresa lançou o cabo RP com fita de
já diminuiu e suspendeu o regime de tr< chumbo e polietileno, própria para aten
balho em horas extras e se verá "obrigj der à indústria química, bem como cabos
da a reajustar a organização, se a receit Anselmo Nakatani, presidente da Furukawa. ópticos e para telemática.
Telebrasil, Jan./Fev./91