Page 8 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1991
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Pirelli
U m a ó t i c a a l o n g o p r a z o
João Carlos Pinheiro da Fonseca
Do alto de seus 119 anos de exis tros forma uma gigantesca linha de alumínio, chumbo, fibras de vidro e
tência, incluindo mais de 60 anos montagem, onde partindo da trefilação até aço.
no País, a Pirelli mostra sua capa do cobre — importado e nacional (Ca- A Pirelli S/A fabrica, utiliza e até
cidade de contornar crises. No seg raiba Metais) — o fio, já com 0,40 a vende muito das maquinárias utiliza
das na produção de cabos. Para casos
mento *de cabos telefônicos, no 0,90mm, passa pela aplicação de isola especiais, a maquinaria é especial.
mento (papel, polietileno ou PVC) e
Brasil, agora afetado pela estagna através de operações, sucessivas, de Tal como para cabos ópticos embuti
ção das estatais, a estratégia da binagem, cordagem e reunião irá cons dos em fios pára-raios de energia elé
Pirelli, com bons resultados, foi a tituir pares, grupos e núcleo dos ca trica e que exigem solda contínua de
de aumentar as exportações. bos, eletricamente já compostos. A fa um tubo de alumínio, com a fibra
se subseqüente será a da aplicação em seu interior. Em cada estágio da
A pesar de não considerarem co de capas e blindagens externas com produção ocorrem testes e de contro
mo o apocalipse a queda dos in
materiais tão variados quanto APL,
le de qualidade, além do controle fi
vestimentos das estatais, os dirigentes PVC, papel, fita higroscópica, cobre, nal das características elétricas do ca
da Pirelli S/A, Companhia Industrial bo frente às suas especificações. Isto
Brasileira, Pio Gavazzi e Ludgero é feito, de modo automático, auxilia
Pattaro, disseram à Revista Tclebra- do a computador. “Produzir uma veia
sil que a área de crescimento do mer é como fazer um capacitor cilíndrico
cado interno foi compensada com de características determinadas, porém
uma agressiva política de exportações com alta velocidade e regularidade”,
de cabos para telecomunicações, o resume Ludgero Pattaro.
que inclusive evitou demissões de pes
soal. Fibra óptica
“Nos dedicamos a desenvolver com
petência tecnológica para competir Consoante com o desenvolvimen
nacional e internacionalmentc, numa to da tecnologia, a fábrica de Soroca
estratégia de total quality rnatmgv- ba da Pirelli ainda mantém maquiná
ment", explicou Pattaro, acrescentan rias para quadras coaxiais, mas a ênfa
do que a empresa vem acumulando se já está sendo dada aos cabos ópti
experiência na área de exportações cos cuja fabricação, mais delicada,
de cabos telefônicos, como sucedeu exigiu um ambiente climatizado. Ope
de 84 a 85 com o Irã, através da Inter- rando com fibras da ABC Xtal, Phi
brás. Já na América Latina, a empre Ludgero Put taro, da Pirelli S/A, Cia. Industrial lips (importadas pela Telebrás) e da
sa participou de licitações na Bolívia, Brasileira. própria Pirelli S/A, a unidade de ca-
Chile, Colômbia, Equador e México,
“já contando com contratos significati
vos, inclusive para este ano“. Tradição e organização
Para a Itália, que empreende gran
de plano de expansão com vistas à in Há quase 119 anos, um empreende A Pirelli S/A, Companhia Industrial
tegração da Europa, em 92, as expor dor italiano de 24 anos, Giovanni Bat- Brasileira, gerenciada pelo engenhei
tações da Companhia Industrial Brasi tista Pirelli, fundava em 28 de julho ro (UERJ-67), Pio Gavazzi, 50, está es
truturada nos centros de produção de
leira foram significativas. “Foram de 1872, num subúrbio de Milão (lt.), cabos telefônicos, cabos de energia,
uma empresa destinada à produção
mais de 3 mil bobinas (180m cada) de artigos elásticos e de borracha. Trin fios esmaltados, produtos padroniza
de cabo SP-1240, de 2400 pares, com ta anos mais tarde, a Pirelli se expan dos, além da Cobre Sul (reciclagem
especificações próprias para comunica dia para fora da Itália (na Espanha). de metais) e da Fábrica de Máquinas
ções digitais de alta eficiência e para Ela chegaria ao Brasil há pouco mais Especiais (bens de capital). De particu
RDSI”, frisou Edson Del Dottore, ge de 60 anos (10.05.29) para produzir ca lar interesse para o setor das telecomu
rente industrial da fábrica de Soroca bos e depois, em 1940, pneus. nicações é a businnes unit de cabos e
ba (SP), acrescentando que até um sis A holding no Brasil, Pirelli Empre fios telefônicos com fábrica em Soroca
endimentos & Participações S/A, com
tema especial de containers foi desen preende um impressionante conjunto ba (SP), e dirigida pelo engenheiro (E-
volvido para exportar, através do por de 22 unidades industriais, empregan PUSP-68), Ludgero Pattaro, 45, que
também participa do gerenciamento
to de Santos, as bobinas para a S.I.P. do cerca de 13 mil pessoas, sob coman executivo do Centro de Pesquisa e De
italiana (a Telebrás de lá). do do diretor-superintendente, Piero senvolvimento, situado em Santo An
Uma grande parte das instalações Sierra. As atividades principais do gru dré. Ainda se reportam a Pattaro, na
telefônicas do País utilizaram produ po são representadas, no Brasil, pela área de cabos e fios telefônicos, as ge
tos Pirelli da fábrica de cabos de So Pirelli Pneus S/A e pela Pirelli S/A rências comerciais e de marketing, in
rocaba, inaugurada em 27 de setem Companhia Industrial Brasileira /fios dustrial, de controle de qualidade, ad
bro de 76 — a maior do gênero na e cabos), além de produtos diversifica ministrativa e financeira, da instalação
dos. SAME é o nome de uma empre
América Latina — que possui 234 mil sa associada para condutores especiais de cabos e acessórios, de engenharia
de TCs (em conjunto com P&D) e de
n\2 de área construída (2/3 para cabos (informática, eletrônica de consumo e Recursos Humanos.
telefônicos). Na fábrica de cabos, uma assemelhados).
estrutura linear de centenas de me