Page 14 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1991
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Tecnologia
F i b r a ó p t i c a , e s t a d e s c o n h e c i d a
João Carlos Pinheiro da Fonseca
Você sabia que um giroscópio de monomodo, operando em 1,3 micron, • Soliton: As ondas solitárias são
fibra óptica, desenvolvido pelo atinge 100 a 200 km, sem uso de repe uma descoberta da hidrodinâmica.
CPqD e pelo CTA poderá ser utili tidor, e com sinais de até 4 GHz e ta Elas caminham longas distâncias sem
zado na Missão Espacial Brasilei xas de 10 Gbit/s. Na janela de 1,55 aparente perda de formato da onda.
O Soliton é um pulso de luz que per
ra? Que Furnas poderá substituir micron dá para chegar a 200 km, com corre uma fibra óptica sem dispersão
taxas de 10 Gbit/s (que é o limite da
um enlace de microondas por uma
do pela dispersão cromática da fonte aparente. O efeito surge associado a
fibra óptica embutida no fio terra? emissora). pulso de luz de alta energia, acima
Que o enlace ótico do assinante • A m plificador Ótico: Este desen de 10 mw, em comprimentos de on
se torna uma realidade? volvimento visa eliminar a atual roti da acima de 1,3 micron. No Soliton,
na da amplificação ótica, isto é, a con ocorre uma dispersão anômala de ve
locidades de grupo dos diversos com
A utilização de fibras ópticas ten versão e reconversão, eletrônica, do primentos de onda do pulso, cujo efei
pulso original de luz. O novo amplifi
de a crescer para o futuro. Pre-
ve-se sua aplicação não só para teleco cador ótico utiliza a injeção de alta to final é a diminuição da largura tem
municações de alta capacidade, co potência ótica, em 0.98 ou 1.48 micron, poral do pulso que caminha na fibra.
mo também para o enlace de assinan que é transferida ao sinal a amplificar A Unicamp estuda o Soliton. A NTT
te, para efetuar a intracomunicaçáo por meio de um acoplador direcional japonesa apresentou na Optical Fiber
no edifício inteligente, como sensor que utiliza a própria fibra. A saída Conference (jan. 90), nos EUA, trans
de grandezas diversas e até como gi do acoplador é uma fibra especial, do missão a taxas de 5 Gbit/s, em exten
roscópio. Eis, a seguir um resumo pada com Érbio (uma terra rara) daí são de 250 km, através de fibra ópti
da palestra proferida por César Évo o nome EDFA (Erbium Doped Fiber ca, sem repetidores, com base no Soli
ra, do CPqD da Telebrás: Amplifier) dado ao amplificador. O ton.
• Atenuação da fibra: A evolução CPqD já produz o acoplador e a fibra • S ensores: O sinal de luz, na fibra
da tecnologia de fibras tem sido pa de Erbio e desenvolve o laser de al óptica, é relativamente imune a inter
ra melhorar as características de trans ta potência (dezenas de miliwatts). ferências. Na ocorrência de campos
missão, e que esbarra em dois obstácu Com 6 mw de injeção ótica se obtém elétricos e magnéticos muito fortes,
los: a atenuação e a dispersão do si até 30 dB (um fator de mil!) de regene porém, ocorrem efeitos magneto-ópti-
nal luminoso. As primeiras fibras, ração do pulso óptico original. cos (varia a polarização da luz na fi
multimodo, operando na “janela de bra). Baseados neste efeito, CPqD e
luz“, de 0,85 micron, acusavam ate Cepel desenvolveram um medidor
nuações de 2,5 dB/km. Posteriormen de intensidade de corrente para li
te, fibras monomodo operando em 1,3 nhas de alta tensão. Uma fonte laser
e 1,55 micron (comprimentos de on envia um sinal ótico em uma fibra es
da do laser emissor) melhoraram a pecial, de baixa birefringência, que
atenuação para 0,5 e 0,25 dB/km. A vai enrolada no condutor de alta ten
atenuação é a resistência imposta pe são. No outro extremo da fibra, um
lo meio ótico e que faz o impulso de detetor de polarização da luz permi
luz perder energia com a distância. te calcular o campo magnético atuan
• Dispersão na Fibra: A dispersão
resulta do comportamento diverso te na fibra e daí a intensidade da cor
das freqüências (comprimentos de on rente que o gerou.
• H idráulica e M ecânica. Um pris
da) que compõe um pulso de luz, ao ma óptico trapezoidal tem sua base
percorrerem a fibra. Na distorção mo maior repousando sobre o líquido a
dal, algumas componentes do pulso analisar. Por meio de fibra óptica se in
de luz chegam atrasadas em relação
a outras e o pulso inicial se distorce jeta, num lado do prisma, um raio la
(se alarga) na saída da fibra. Na dis ser. Parte de sua energia será absorvi
persão cromática, é a própria fonte da pelo líquido e o que resta é reco
lhido por outra fibra colada ao pns*
de luz que, na prática, não é de abso ma. A atenuação que sofrerá o raio
luta pureza espectral (isto é concentra óptico recolhido será função do tipo
da num só, único, comprimento de
de líquido analisado (água, acetona,
onda). Fibras monomodo e lasers de benzeno). O aparelho serve também
alta pureza espectral ajudam mas não como detetor de vazamentos em ole
resolvem o problema da dispersão. odutos. Já na área de resistência de
Um novo fenômeno, o Soliton, é ex
materiais, diversas fibras ópticas, Pef*
tremamente promissor para eliminar corridas por luz, formam uma matriz
os efeitos da dispersão. que vai embebida no corpo do mate
• Limites Práticos: Fibra multimo
do operando em 0,85 micron dá para rial a monitorar (uma placa de mate
rial termoplástico). Ocorrendo urn^
chegar a 20 km (se a informação for rutura do material, como num tanqu
de baixa freqüência) e a 1 km (com de combustível, a luz se interrompe
taxas de pulsos de 1 Mbit/s). Já a fibra
e o estudo da matriz de fibra per