Page 24 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1989
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vés de contrato negociado com a Ibrape croeletrônica situados no Rio de Janei passo que o Instituto de Física desen
(o braço de componentes da Philips do ro. Para ele, “a postura da UFRJ é do volve tecnologia de filmes finos (na re-
Brasil). Com o acordo, que já foi devida tipo conservador, mas está em forte gião dos GHz) e trabalha nos insurnos
m ente aprovado pela SEI, a Philips transformação; a PUC é moderna em necessários aos dispositivos de silício e
transferirá, sem ônus para Sid, m ás seu ensino e se volta mais para a optoe- de arseneto de gálio.
caras para a produção de chips de silício letrônica; a UFF, pouco participa em No Coppe (pós-graduação da UFRJ)
em tecnologia bipolar, considerada m icroeletrônica; o IME é m uito bem trabalha-se em dispositivos de potência,
apropriada para a indústria de entrete equipado e se volta para fins militares; e de processamento de peauenos sinais é
nimento. Em contrapartida, a Philips a UERJ é ihelásf) “apenas um grande de sistemas digitais. Do lado do Núcleo
do Brasil conquista assim o direito de prédio vazio”. de Computação Eletrônica — NCE, de*
comercializar até 50% da produção da Acha Mário Vaz que transferência de senvolveram -se CIs destinados a im
Sid, para vendas no mercado interno. tecnologia duradoura ocorre na fase da plantar uma rede local, cuja pastilha
Além disso, a Ibrape poderá encapsular formação de alunos, uma tarefa que Fundida no e x te rio r não chegou a
pastilhas im portadas pela Sid, até a deve incluir, no caso brasileiro, não só a operar, mas mostrou a viabilidade da
data limite de 30 de junho de 1990, pra graduação de técnicos, mas também de iniciativa, informa Mário Vaz, expli
zo em que a Sid Microeletrônica já de gerentes habilitados a operar num am cando, ainda, <jue este órgão da UFRJ
verá ter implantada, no País, a produ biente de alto conteúdo tecnológico. Eis, desenvolveu forte ferram ental para
ção em massa de pastilhas, com difusão a seguir, como ele descreve as ativida computação gráfica, além de logiciais
CMOS a 2 micra. des em microeletrônica na PUC e na para sim ulação lógica e elétrica (em
Enquanto isto, do exterior, chega a UFRJ: convênio com a Elebra) e para gate-
notícia que os Laboratórios Bell da Na Pontifícia Universidade Católi array.
AT&T, desenvolveram novo transistor ca, o Cetuc se volta para dispositivos de Por outro lado, ele informa que o
bipolar, à base de fosfeto de índio e arse- microondas e para microeletrônica, ao Dept.0 de Engenharia Elétrica, da Es
neto de gálio e índio, apropriado para co cola de Engenharia da UFRJ, gradua
mutação a 140 bilhões de operações por cerca de 50 alunos por semestre, metade
segundo, ou seja, 12 vezes mais rápido dos quais se orienta para microeletrô
do que os atuais componentes existentes nica e que incluem na sua bagagem pro
no mercado. jetos de Cls e de edição de máscaras, ao
passo que o restante dos alunos se dedi
Recursos Humanos cam à análise de superfícies atômicas,
metalurgia e sensores a gás. “Até o pró
A capacitação em microeletrônica prio Dept" de Física já inseriu em seu
passa necessariam ente pelo crivo dos currículo tópicos especializados como os
recursos humanos correspondentes e, relativos à física cio estado sólido e ao
neste ponto, o Brasil conta com uma de eletromagnetismo. Quanto ao mercado
zena de universidades e de centros de de trabalho, não há problemas. Pratica
pesquisa que operam na área (vide N l) mente, todo aluno sai empregado como
88; p. 36). Mário Vaz da Silva, que é da Mário Vaz da Silva F?, da UFRJ: "Todo for engenheiro e muitos prosseguem carrei
UFRJ, possui uma visão própria sobre mando com base cm microeletrônica já sai ra rumo à pós-graduação”, observa, com
os centros de ensino e pesquisas em mi empregado”. satisfação, Mário Vaz. *
3 . a F e n a s o f t m o v i m e n t a á r e a d e i n f o r m á t i c a
A área de informática volta a se mobilizar Max fez questão de enfatizar que a Fena meu conhecimento que apenas a Só Software
com a realização de 14 a 17 de março, no Rio- soft é grande geradora de tendências e que se ocupa do filão. Nossa idéia seria colocar re
centro, Rio de Janeiro, da 3.“ Fenasofl-Feira tem vida própria. Exemplificou com empre des como Mesbla e Mappin, por exemplo, tra
Nacional do Software, e do 3.° Congresso In sas que passaram a “existir” a partir do balhando com departamentos especializados
ternacional da Tecnologia do Software, Tele evento, como a Pars, o supermercado Só Soft em software, e mesmo em hardware, ou
mática e Informação. “Permanece o caráter ware e a Interface (do software da Peniten ainda criar dentro delas microlojas da Só
essencialm ente comercial e técnico do ciária). Aliás, quanto a esta última, ele con Software, visando expandir sua atuação.
evento”, esclareceu o presidente da empresa tou que na época (2/ Fenasoft) deixou-a par Também precisamos investir mais em publi
organizadora Fair-Feiras e Empreendimen ticipar de graça, com a intenção de “dar uma cidade para o software, afinal somos uma das
tos, Maximiano Gonçalves Filho. força”, já que o produto era realmente bom. grandes perspectivas de mercado”.
Até o fechamento desta edição, entre as “Hoje, a Interface se constitui numa empresa O segundo problema, segundo Max, é que
200 empresas esperadas para a exposição, na bem formada, que deu certo, porque conse o conceito de similaridade estabelecido na lei
Feira, 134 estavam confirmadas, sendo que guiu se projetar, aparecer.” de Informática “está gerando uma via de dois
11 estrangeiras, assim como 16 palestrantes Um dos pontos vitais a serem analisados, caminhos, que é tanto a validade para o soft
internacionais, dos 18 aguardados para o na opinião do dirigente, é que a lista dos pro ware nacional, quanto para o estrangeiro. Os
Congresso. Explicou Max Gonçalves que, das dutos que visam participar da Fenasoft é produtores estrangeiros estão correndo para
71 mil pessoas esperadas, 31 representam o muito grande, “mas 90% se constituem em o mercado brasileiro a fim de chegar primei
mercado de compradores, caracterizado por intenções de produções, ou seja, não podem ro, antes que se descubra um similar na
profissionais qualificados. Ainda, segundo ser considerados um produto final”. Por isto, cional”.
ele, até aquela data não era possível se esta tornou-se vital, ele afirmou, a orientação re Quanto ao Congresso, informou o presi
belecer uma avaliação de rendimento dos ne cebida no evento para que estas empresas se dente da Fair, “este ano terá um cunho emi
gócios a serem gerados na 3." Fenasoft, “mas profissionalizem e possam gerar negócios. nentemente didático x profissional, muito
a nossa previsão é de ultrapassar os US$ 600 Como novidades, será apresentado ao pú voltado ao tipo dos congressos médicos, escla
milhões, gerados na 2.n Fenasoft”. blico uma fábrica de software, mostrando fi recendo a todo tipo de perguntas e dúvidas”.
A época da entrevista, as previsões de no sicamente o modo de fabricação, além da re As três Forças Armadas irão também parti
vos lançamentos, na exposição, estavam por vista ao vivo, intitulada Mundo IBM, feita de cipar, “tentando desta forma conseguir abrir
conta de 25 a 30 empresas, informou Max, em forma toda falada, e de uma série de mesas- o mercado militar para o brasileiro, mos
sua maioria de software—já que as de hard redondas que contarão com a participação de trando as oportunidades na área do software.
ware também irão participar. “Mas nosso jornalistas para discutir problemas, tendên Seria importante abrir parceria tanto in
real objetivo fica voltado no sentido de apre cias e tentar traçar uma perspectiva de mer telectual, tecnológica, quanto financeira,
sentar ao usuário o casamento de soluções cado para 1989. com o setor militar, e naturalmente contar
entre hardware e software, pois nisto con Max Gonçalves, tam bém diretor- com garantia futura de mercado”, comenta
siste nosso sucesso.” presidente de três produtoras de software, a Max.
No sentido de manter o intercâmbio pro Esquema, Grafex e Fenasoft, com sedes no Haverá 42 palestras distribuídas por as
dutor x usuário, a Fair criou o balcão de negó Rio, São Paulo e Santa Catarina, levantou suntos específicos de interesse de três grupos
cios, consultas efetuadas através do compu alguns problemas que considerou impor distintos que atuam na área de informática:
tador. Elas foram responsáveis, em dois me tante. profissionais do setor, usuários de produtos e
ses, por cerca de 300 consultas que renderam O primeiro é que a distribuição do soft executivos em geral. *
36 negócios entre os interessados. ware continua muito precária, “visto ser do