Page 43 - Telebrasil - Março/Abril 1986
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delas é o acesso à tecnologia já existente no M H
rPaD e que está aberto a todas as indústrias dos
up0S 1, 2 e 3. Outra é a de ser selecionado Delson Fontes
nara participar junto do CPqD, de novos desen Siffert
volvimentos. Finalmente, a empresa pode ter falando em nome
ufna ideia e chamar o CPqD a participar (algo da ABC Sistemas
qüet no entanto, nunca ocorreu). Eletrônicos.
Ripper: No caso de com ponentes, não vejo ne
cessidade do País ser auto-suficiente em toda a
cama. Para uma emergência seria m ais econô Carlos Alberto
mico manter estoques estratégicos visto que o Monteiro
mercado interno é real m ente pequeno e expor
de Can/alho,
tar é difícil. Será esta a m elhor estratégia? presidente do
Meirelles (NEC): Definir estratégia para a área CA da Telebrasil.
de componentes é difícil. No tocante a compo
nentes comerciais só há mercado na área dos
produtos de consumo para justificar uma im
plantação econômica. Mas é na área dos materi entre os centros de pesquisas conjugado a pro demanda crescente. A estimativa é 20 mil km
ais (cerâmicas; plásticos) que os esforços no gramas de treinamento, assim o pessoal de ainda multimodo, transitando para monomodo,
Brasil são isolados, não existindo um só centro componentes saberá o que acontece na área de dentro de três anos.
de coordenação dessa tecnologia, algo que pre materiais.
cisa ser melhorado.
Carvalho (Elebra): 0 que a ABC vem fazendo a
Aprá (Mapra): Gostaria de apontar que m uita nível de desenvolvimento de cabos?
Fonseca: Como se desenvolverá no B rasil, a coisa que se faz no Pais, em termos de desenvol Siffert: A ABC-Xtal ainda não produz; cabos. Há
RDSI? vim ento de produto, nào é contabilm ente regis uma definição da Telebrás que nossa empresa
Graciosa: A RDSI é, antes de tudo, uma maneira trado, o que poderia explicar nossos baixos per deve produzir só a fibra e existem 8 empresas no
de pensar o futuro das TCs. Já temos uma série centuais de investim ento tecnológico, em rela Brasil que fazem cabos ópticos, cabos de modo
de dispositivos e de equipamentos que vão de ção ao PNB. Ê isso verdadeiro? geral. A ABC já tem capacitação para isso, mas
encontro à RDSI. Vamos partir para uma expe- Ademar (PHT). Sim, as nossas estatísticas nes muitas vezes no Brasil as definições são maiores
nència-piloto (Portaria do Minicom), que acre se sentido baseam-se em declarações de Im do que a realidade.
ditamos ainda será nesta década. Por outro la posto de Renda, o que nao conduz a resultados
do. a Telebrás esta testando a aceitação comer confiáveis. Algum comentário? Fonseca (Telebrasil): O setor de TCs foi descrito
cial de novos serviços. Estamos convergindo Maurízio (PGM): Na indústria de informática se aqui com o basicam ente de hardware. Sabem
para a RDSI. fez um levantamento estatístico específico: que os custos de software, em inform ática, sáo
8,7% do faturamento e empregado em desen da ordem de 85% dos custos do hardware. Mas
volvimento tecnolóRico. as TCs usam cada vez mais software. Como esse
Siffert: À Telebrás caberia avaliar a demanda. O Siffert: Por incrível que pareça o setor das Tele
processo produtivo e o desenvolvim ento de pro comunicações não tem incentivo, nenhum, tal fato afetará o futuro das telecom unicações?
dutos ficariam com a indústria, ao passo que o como acontece com o setor de informática. Maciel (PGM): Eu d.isse que havia uma valoriza
CPqD cuidaria da tecnologia de sistem as e de çào dos equipamentos com a introdução das
transferência da tecnologia, principalm ente nos S iffert: Impressiona saber que sâo 6 ou 7 esta CPAs. Hoje não existe diferença em termos de
casos de tecnologia de risco. É esse o m odelo a tais que carregam o desenvolvim ento tecnoló proporção entre o uso de software e hardware,
ser adotado? gico brasileiro. Nào poderia isto ser extendido a tantoem TCsquantoem informática. Maso par
Graciosa: 0 CPqD pretende bancar os desenvol outros setores? que instalado ainda é predominantemente de
vimentos de risco (não é pesquisa básica ou li Marco Aurélio (M onytel): Nestes setores exis hardwaree a gente percebe que há certa dificul
miar do conhecimento), isto é aqueles que a m tem recursos gerados pelas estatais e que são dade em considerar que software é um produto
dústria privada não poderia bancar. A indústria aplicados em pesquisa. Sem a parceía de 1% que custou muito caro para ser produzido. Há
uma tendência de que se compra o equipa
entraria na area do desenvolvimento de produ dos recursos da Telebrás aplicados no CPqD, o mento primeiro e o software é algo que vem de
tos, a partir de protótipos dela própria ou do modelo não funcionaria. Houve uma vontade pois. Na realidade, para quem está desenvol
CPqD (no caso da tecnologia de risco). O CPqD política de fazer isto em TCs e está acontecendo vendo o produto, você comprou aquilo que cus
pararia o desenvolvimento quando o protótipo o mesmo na área de informática, onde existe be tou 20, 30%, e quer receber de presente o que
fosse variável (e o passaria à indústria) ou então nefícios fiscais e proteção do mercado, além de custou 70, 80%. Do ponto de vista das relações
quando fosse verificado sua inviabilidade. É ne um lobby muito bem feito. de mercado a situação deve mudar rapidamente
cessário, no entanto, que as indústrias estejam nos próximos anos.
capacitadas a absorver tecnologia. Ripper: Qual a política a ser seguida pela Tele
0 que desejamos e que a indústria produza brás para evitar que se traga tecnologia já pronta
equipamentos a partir de sua capacitação tec do exterior e seja vendida apenas pintada de Sérgio H enrique (Microlab): Volto a perguntar
nológica. Os recursos do CPqD são limitados e " verde e am arelo"? sobre como e quando se desenvolverá a RDSI?
quanto mais aplicarmos à nível de produto, Graciosa: Um ponto fundamental dentro do nos Graciosa: Como disse está prevista para esta dé
quanto menor será o número de linhas de proje so modelo é o de prestigiar o desenvolvimento cada uma experiência piloto de RDSI, de faixa
tos que poderemos atacar. Uma sugestão é a de local. Fiscalizar todos os produtos será muito di estreita. Antes teremos a etapa básica da espe
que cada indústria acompanhe o desenvolvi fícil, mas queremos que os produtos sejam fei cificação da interface, do acesso digital integra
mento do protótipo em causa, então a licitação tos segundo normas brasileiras; com documen do e de como os diversos sinais que chegam ao
para sua escolha tem que ser feita anterior tação e cadernos de laboratórios brasileiros; nó RDSI serão distribuídos pelas redes. Até ja
mente a esta fase. com circuitos integrados dedicados desenvol neiro de 87 essas especificações deverão estar
vidos no País e sujeitos à auditoria técnica. prontas e a partir daí passarão a ser feitas as de
Siffert: Verifica-se assim que a Telebrás saberá vidas adaptações.
qualificar indústrias. Noutra linha de idéias, o Á v ila (Engesa): Qual é a expectativa de de
que pode ser feito para sincronizar o desenvolvi- m anda para as fibras monomodo e m ultim odo, Carvalho (Elebra): Na França, o CNET desen
mento de materiais com o de com ponentes? em base anual, para os proxim os anos? volve pesquisa própria e tam bém repassa m uito
Meirelles (NEC): A engenharia de materiais tem Siffert (ABC): A demanda está sendo melhor de dinheiro à indústria. Não seria o caso do CPqD
a ver com física, com eletrônica e provém de finida agora. Devíamos produzir este ano 8 mil fazer o mesmo?
Erupos especializados que buscam, muitas ve- quilômetros. Quando começar o uso da fibra óp Graciosa: A Telebrás vem financiando a indús
*eS( outras aplicações. Um alvo importante é a tica como meio de transmissão interurbano, nas tria para participar dos desenvolvimentos do
mvulgação e a centralização das informações maiores cidades, devemos ter uma tendência de CPqD.