Page 38 - Telebrasil - Março/Abril 1986
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XIV PAINEL TELEBRASIL
(3 e 4/03/86) - CPqD * Campinas - SP
Roberto Lamoglia, da Telebrás, e Mar Segundo Lamoglia. os principais programas cronograma, não desenvolvem o produto, nào
buscam capacidade tecnológica e querem que "a
cos Graciosa, do CPqD, mostraram em de investimentos para este ano, somente para que gente adquira equipamento sem licitação”
todos tenham uma idéia:
suas palestras como o Sistema Telebrás — Na comutação eletrónica, no que se refere Ele falou também da divisão do mercado em
está se preparando tecnologicamente à família Trópico, a previsão de investimento che quatro grupos, “onde buscaríamos dar proteção a
para enfrentar a evolução rumo à Rede ga a Cz$ 85 milhões. Comunicação de dados Cz$ determinado segmento, seja quanto a origem do
capital, ou quanto ao porte da empresa, prmcipal-
50 milhões, dos quais a Telebrás deverá aportar
Digital de Serviços Integrados (RDSI). com a metade e a Embratel o restante. São produ mente nunca mais cerceando o direito de lici
Do lado industrial, a política de aquisi tos de alto interesse nacional e até o final do ano tação”.
ções deverá se adaptar aos novos estaremos inteiramente independentes de impor Lamoglia ressalvou que isso ainda não era
tempos. tação de determinadas atividades, de determina uma decisão, mas uma proposta da Telebrás.
dos produtos. Mais adiante, ele falou do desejo de uma
maior participação das indústrias nos projetos de
P&D do Sistema Telebrás, Lembrou ainda a exis
tência de Centros de Pesquisas altamente qualifi
O primeiro conferencista do XIV Painel Tele- cados e citou como exemplos a Embratel. a Telerj,
brasil, Roberto Lamoglia de Carvalho, dire
tor de Assuntos Industriais da Telebrás, abordou o a Telesp e a Telemig.
tema “Tecnologia e Indústria". Inicialmente, ele — Não queremos criar um cartel em desenvol
lembrou a revisão da Portaria 622 que mudou a vimento, o nosso interesse é que outras indústrias
política industrial do País, reduzindo as importa participem de produtos. O conceito de pequena e
ções e buscando o equilíbrio cada vez maior de média empresa ainda nào foi totalmente definido
nossa balança comercial. pelo Ministério das Comunicações. Estamos que
A mesma portaria definiu o que era capital es rendo conciliar o interesse da indústria com o de
trangeiro e o que era indústria brasileira (tabela senvolvimento tecnológico com relação a parte de
anexa); além disso contribuiu de forma decisiva RDSI e a parte de tecnologia na indústria.
para a criação do CPqD, em 1976, e o seu relacio Lamoglia revelou, por fim, que, de acordo
namento com universidades, indústrias, etc. com portaria emitida pelo Ministério das Comuni
— Dentro de um panorama industrial hoje cações, “a Telebrás busca uma política para a
existente — disse Lamoglia — , observamos que nossa RDSI, pois até hoje estávamos com vários
já temos uma grande maioria das empresas sob o grupos de trabalho desenvolvendo estudos, bus
controle de capitais brasileiros. Hoje estamos em cando um caminho para isso, mas faltava exata
condições de competir no mercado externo em mente um rumo, como iríamos nos ater com essa
igualdade de condições com indústrias estrangei nova tecnologia, essa nova fase para a qual esta
ras. Hoje temos uma quantidade significativa de caminhando todo o sistema de telecomunicações
produtos resultantes de projetos brasileiros, ou mundial".
seja, alcançamos o objetivo que nos foi dado pela
política de TCs, com a participação do CPqD, das O Secretário Geral do Minicom. Rômulo Villar Hélio Graciosa
empresas do Sistema Telebrás, das indústrias, Furtado, representou o Ministro Antônio Carlos
das universidades, cada uma em seu campo espe Magalhães. O segundo conferencista foi o eng.° Hélio Mar
cífico de atuação. cos Machado Graciosa, Gerente de Transmissão
do CPqD. Ele apresentou o tema “Tendências
Teleinformática — No final de 85 cerca de 90 mil terminais Tecnológicas, o Enfoque do CPqD” dividido em
Trópico foram contratados pelas empresas do Sis três partes: Evolução Tecnológica, Ações oo
Para Roberto Lamoglia “o advento da informá tema Telebrás. A tendência é de aumentá-los em CPqD e Participação Institucional. Alertou de ini
tica e sua convergência com as telecomunicações 1986. Na área de comunicação por satélites cio sobre o futuro de nossa tecnologia "porque eu
vieram de encontro aos nossos interesses e objeti várias indústrias foram contratadas para desen acredito que se não tomarmos certos cuidados va
vos, bem como os interesses do CPqD e da indús volver produtos que integram as estações terre mos chegar ao futuro tendo uma ocupação
tria. A Lei de Informática, queiram ou não, in nas, entre elas a NEC, a Siteltra, a ABC, a Control mercado com uma tecnologia nacional menor
fluencia nossas decisões de forma bastante subs Recentemente, a Telebrás decidiu que apenas que temos hoje". . , H
tancial. E devido a essa convergência — que nos cinco indústrias serão convidadas para participar O palestrante, baseando-se na sociedade
leva a ter uma dependência muito grande em nos da fabricação de equipamentos para estações ter futuro, disse que “0 CPqD parte, então, para v
sas decisões — é que necessitamos nos livrarmos renas via satélite. As importações serão limitadas ficar qual o tipo de sistema que poderia atende
da dependência de importação de mecânica fina a produtos e peças que o Brasil ainda não tem usuários naquela demanda específica de serviç
em microeletrónica. Esses são pontos que ainda condições de desenvolver. e daí deduzir que tipos de tecnologia, de equ' P®
estamos trabalhando, estamos tentando, não só — Quanto aos investimento em P&D nas uni mentos, técnicas, dispositivos, componen ^
no Centro de Pesquisa, como na própria Telebrás, versidades, a previsão para este ano é de aproxi materiais são necessários para se chega t0
dentro de uma política industrial, desenvolver madamente 50 milhões de cruzados. Quando se pensa no futuro pensa-se de im® fa(
cada vez mais esses dois segmentos. num sistema conhecido como RDSI (Rede g
Lamoglia ressaltou que a Telebrás investiu, Pequena e Média de Serviços Integrados)”. . nS_
em 1985, no desenvolvimento tecnológico cerca Hélio Graciosa mostrou, através de
de 153 milhões de cruzados. Este ano, a preten Roberto Lamoglia disse, ainda, que a Telebrás parência, o modelo de evolução de uma KU •
são é de investir 1 bilhão de cruzados, “não só está disposta a apoiar de forma permanente e gráfico anexo) no qual “o usuário utilizara
através do Centro de Pesquisa, mas também da cada vez mais as pequenas e médias empresas, nais multi-serviços e, se ele for de grande Pj* ^
Diretoria de Assuntos Industriais da Telebrás, “porque este foi o grande objetivo da Portaria vai acessar redes internas tipo PABX ou
com o objetivo de fomentar, principalmente, as 622”. Ressaltou, porém, que todas as aquisições que no futuro deverá ser padronizado de
indústrias no desenvolvimento de produtos oriun deverão ser por licitação, a fim de acabar com o neira que essa rede de interconexão se apre
dos de tecnologia, não só do CPqD como das em que ele chamou de empresas “choronas”, que vi mais ou menos transparente. Ela vaiter qu e)
presas do próprio Sistema Telebrás”. vem querendo vender, mas que não cumprem o portar informações sob diversas formas, a