Page 47 - Telebrasil - Março/Abril 1986
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forma, seja criada uma legislação para discipli
nar a padronização dos componentes, de modo — Outro ponto abordado por Paulo Roberto
a deixar o grau de qualidade bem definido. diz respeito ao trabalho desenvolvido junto a for
Nos últimos cinco anos o Brasil fez, através necedores.
dos seus Institutos de Pesquisas, progressos — Visamos uma estratégia de máxima hori-
substanciais na área de componentes. Entre zontalização pelo fato de podermos realizar
tanto, a área de materiais só agora está sendo compras de volume significativo. Dentro da fá
contemplada com recursos adequados para o brica IBM procuramos ter somente teste final, e
seu desenvolvimento. Sobre isso, Meireles dis em alguns casos específicos, até esta atividade
correu: deixamos a encargo dos fornecedores. Persegui
__ Essa área é bem mais complexa que a de mos o máximo agregado, procurando eliminar
componentes e o Brasil só agora começa a se importações. 0 nosso desafio é o setor de com
preocupar com a formação de pessoal capaz de pras para exportações, porque para competir
atacar o problema realisticamente, dentro de mos com o mercado lá fora, prmcipalmente o ja
perspectivas de curto e médio prazos. Antevejo ponês, precisamos ter qualidade.
o desenvolvimento de componentes para a in
dústria de consumo. Indústria muito maior, ca Exportação
paz de se auto-sustentar. Mas o horizonte de de
senvolvimento de materiais ainda está muito A pretensão de exportar, diretamente, peças
obscuro. É possível que dentro de 4 ou 5 anos' de fornecedores brasileiros para fábricas ameri
nós estejamos na área de materiais equivalentes canas e européias, levou à criação de um centro
ao nosso desenvolvimento, hoje, em compo de compras para exportação. Paulo Roberto ex
nentes. plica:
E finaliza: — Em 1968 nós comprávamos cerca de 2
— Até lá, nós vamos ter que importar materi mil peças. Eram 298 fornecedores. Atualmente
ais durante muito tempo. ampliamos essas peças numa ordem de gran-
desa de 10 vezes mais, e contamos com 480
Paulo Roberto Mattos, da IBM/Brasil.
IBM fornecedores. Ao mesmo tempo em que aumen
tamos a nossa participação, em número de com
pras e em valor, consegumos ter 99% de quali
Já o representante da IBM Brasil, engenhei
ro Paulo Roberto de Carvalho Mattos, procurou da Empresa. Gostaria de citar ainda convênios dade nas peças recebidas.
relacionar Desenvolvimento Tecnológico com com a Petrobrás para, através de processa Se em 1970 os esforços eram tímidos junto
Tecnologia Local, baseado nos trabalhos insti mento de imagens, fazer análise de recursos mi aos fornecedores, a década de 80 marca uma
tucionais e de negócios propriamente dito da nerais, e com a CEMA Centro de Energia Nu maneira bastante agressiva da IBM para exigir
empresa, no Pais. clear para Agricultura onde chegamos a ela um produto final de qualidade.
Abordando primeiramente os esforços de borar a análise de um modelo matemático sobre 0 Centro de Compras para Exportação é
senvolvidos pela IBM Brasil, no setor de Recur a safra da Cana-de-Açúcar. um grande agente exportador que manda direta
sos Humanos, comentou sobre alguns procedi Em seguida, abandonando o setor institu mente para as fábricas IBM no mundo peças,
mentos da empresa para contar com quadro cional passou a falar sobre a atividade de negó conjuntos e ferramentas. É um mercado alta
funcional altamente qualificado, realizados fora cios da IBM, reafirmando a preocupação de in mente promissor para a indústria de componen
da empresa, com beneficio imediato para o pró vestir no próprio funcional. tes nacionais, já que a IBM compra cerca de 1
prio País. — Para dar uma idéia do investimento feito bilhão de dólares por ano. Em torno de 65 mi
— Durante 85 patrocinamos a vinda de 15 com o nosso pessoal, somente durante 85 tive lhões em peças para produtos de informática.
professores do exterior, para proferirem pales mos cerca de 90 pessoas morando no exterior Alguns outros produtos estão sendo analisados
nas áreas que começamos a concorrer: mecâ
tras dos mais diversos aspectos tecnológicos. com suas famílias. nica fina e microeletrônica.
No programa Bolsa de Estudos, patrocinamos Em média 1 ano e meio cerca de 50 pessoas Finalizando, Paulo Roberto afirmou que vê
» 25 de mestrado e doutorado. Estabelecemos al estiveram trabalhando em laboratórios e unida na área de mecânica fina um desafio muito
guns convênios como, por exemplo, o do ITA des de fabricação da IBM nos EUA e na Europa. grande para demonostrar a capacidade brasilei
para cursos de graduação e pós-graduação ou da Além disso, no Brasil, tivemos entre nosso pes ra de produção.
Universidade de Brasília, onde a IBM está colo soal, há trèsanos, no Sumaré, nossa unidade de
cando terminais de processamento de dados fabricação, movimento e exportação de peças.
para que a U N B possa acessar o Banco de Dados Nós vimos a necessidade, devido a mudanças
tecnológicas, alcançando a produtividade dese
jada e a passagem de trabalho para fornece
dores, de manter o emprego de todos os nossos
funcionários, dando-os condição de melhora
rem o currículo e conhecimento pessoal.
Terminada a exposição a respeito dos esfor
ços feitos para aumentar a capacitação tecnoló
gica de seus empregados, Paulo Roberto tocou
nas estratégias da IBM Brasil para industrializa
ção de produtos.
— Temos hoje, no município de Sumaré, 45
mil metros quadrados de área construída abri
gando 1.085 pessoas, cobrindo a fábrica, o la
boratório e o centro de exportação de peças. Lá
produzimos máquinas de escrever, unidade
central de processamento, terminais de vídeos,
impressoras seriais (incluindo a 3287 especí
fica) para exportação, porque está dentro da
área de reserva de mercado) e unidade de dígi
tos. Sessenta por cento de nossa operação no
Sumaré é dedicada a exportação para capacitar
a IBM. Quando iniciamos aqui, em 72, manda
mos nossos engenheiros para serem treinados
Osório Meireles, da NEC do Brasil. em fábricas do exterior. Vista parcial do auditório do XIV Painel