Page 48 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1984
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radio e televisão que seja imune à mfluen dente do Conselho Superior de Etica da radiodifusão tem a finalidade educati a
cia que possa vir de grandes grupos com Abert, defendeu a revisão total dos cri cultural, mesmo em seus aspectos infnr°
muita força financeira” . térios para concessão de canais de radio e mativo e recreativo, e e considerada comn
Continuando sua palestra, Klaus televisão, segundo ele. “ atendendo hoje a de interesse nacional A exploração comer
Schuetz disse que, no seu entender, a li interesses políticos e para políticos", e da ciai e permitida desde que nao prejudique
berdade do indivíduo e a liberdade de in legislação que regulamenta a liberdade de esse interesse e aquela finalidade,
formação não podem ser separadas. 4,E eu expressão. Antonio Neiva destacou os pontos prm
vejo as emissoras brasileiras (embora as Em matéria de radiodifusão disse cipais de sua palestra no I Concm
frequências sejam uma concessão gover Sirotsky duas sociedades estão neces a) A legislação, as normas tecmcas e os
namental) como um importante pilar da sariamente comprometidas: a aldeia glo planos básicos de distribuição de canais
sociedade democrática, a medida que se bal e a aldeia nacional. Assim sendo, nada foram fundamentais no crescimento que a
guem esse espirito” . mais correto que estabelecer, no principio, radiodifusão brasileira experimentou nos
Mais adiante. Schuetz analisou os ha duas premissas universais de onde penso últimos 10 anos
bitos alemães, mostrando que, embora a ser lógico retirar as normas que deveriam b) A radiodifusão de tecnologia ma,s
primeira vista a televisão tenha vindo em reger o radio e a TV” . moderna, em especial a de f M apresou
detrimento do radio, hoje, ele e ainda mais Lembrou o empresário que “ o Brasil op tou taxas de expansao muito elevadas em
ouvido do que antes e que metade dos vei tou por um regime misto na execução dos relação as demais modalidades mais an
culos nas ruas e nas estradas possuem serviços de radiodifusão, com prepon tigas. -ui
aparelhos radiofônicos E o alemão (ou derància para a iniciativa privada Segui c) A poiític a brasileira para a radiodifu
qualquer outra nacionalidade) passou a mos o exemplo norte americano, em opo suo precisa ser reexaminada em face do
ouvir o radio nao como lazer, propriamente siçâo ao que vigorava ate ha pouc o tempo progresso tecnologico.
dito, mas enquanto dirige ou mesmo tra na maior parte da Europa Ocidental onde d) A liberdade de radiodifusão esta as
balha. a radiodifusão era quase sempre absorvida segurada e o território nacional esta prati
pelo I stado. Hoje, na Europa, estamos < umento todo atendido
vendo progredir a tendência privatizanto ” e) Ha marcante desinteresse do empro
Para Sirotsky “ so a liberdade produz li sanado privado na exploração da radiodi
berdade, e so a comunidade livre umvor fusão em ondas tropicais
saliza *i informação Nao me parece justo f) A indústria brasileira para o setor
que o I stado concorra, em vários merca atende a maioria das necessidades nacio
dos. com a iniciativa privada numa disputa nats, enquanto o público brasileirodesfru
que, se por um lado e desigual, por outro e ta de uma radiodifusão de alta qualidade
desnecessária” Ressaltou, logo depois, g) As redes de radiodifusão constituem
que deixava consignada sua posição de um fato auspicioso porque fortalecem a
que, com exceção do radio e TV educati saude econômica das empresas, mas ne
vas. todos os demais serviços de radiodifu cessitam alguma forma de regulamenta
são devem ser entregues a responsabili çáo que proteja as características próprias
dade e competência da iniciativa privada de cada região.
No final de sua palestra, Maurício
Sirostsky ressaltou seus pontos de vista a
respeito da radiodifusão no pais
a) Defende a prevalência da iniciativa
privada na execução dos serviços de radio
e TV com a privatização de Radiobras
b) E contra as concessões ou permis
sóes dadas aos políticos, que concorrem
apenas como políticos e por interesses
políticos.
An tomo Neiva, diretor do Dentei A
radiodifusão e de interesse nacional c) Pede uma melhor distribuição das
concessões e permissões no território bra
sileiro, obedecendo a critérios técnicos, fi
nanceiros e de mercado
Finalizando sua conferência, Klaus
Schetz discorreu sobre o que alemães es d) Defende a obngaçao de informar
peram do futuro no campos das TCs e pre com liberdade, sem censura ou autocen
sura.
viu que, menos depressa do que nos outros
países, certamente também a Alemanha f) Diz ter consciência de que a conces
Ocidental passara a ter uma participação são ou permissão que a radiodifusão re
ativa da empresa privada nos seus meios cebe do governo não e um favor Ela esta
eletrónicos de comunicação belece direitos, mas também obrigações
Maurício Sirotsky, da Abert Antonio Neiva, do Dentei
No dia 10 10 84. pela manhàoempre 0 orador seguinte sobre o tema “ Mo
sano Maurício Sirotsky. presidente da Re delo Brasileiro de Radiodifusão" foi Anto Bacharel Oswaldo Murgel consulto' luri^ °
de Brasil Sul de Comunicações e presi Embratel e um dos debatedores do Con
moF N e i v a . D i r e t o r do Dentei Para ele a