Page 50 - Telebrasil - Janeiro/Fevereiro 1984
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CONGRtSSO NACIONAL DF
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO
Imprensa e Publicidad
d e f e s a d a l i b e r d a d e
Ciclo de conferências sobre Comunicação Publicitaria; (E-D) Publicitário Mauro Salles, da Inter-Americana
S A., coordenador Gustavo Bandeira de Mello, do Mmicom, e antropólogo Roberto da Matta, do Museu
Nacional.
A importância de uma efetiva liber de julgamento, como considerar que existe Outros conferencistas
dade de imprensa no processo demo um pacto não escrito entre o jornal e seus
crático e o fim da Lei de Imprensa leitores, que leriam todo o conteúdo das Ainda sobre o tema “ Comunicação Im
foram dois dos principais aspectos de notícias, enquanto se sabe que pelo menos pressa" falaram os seguintes conferencis
30% dos leitores lêem apenas os títulos e tas: Roberto Civita, diretor da Editora
fendidos pelos empresários, políticos,
jornalistas e técnicos que partici cerca de 50%, além dos títulos, os chama A b ril; o advogado Evaristo de Moraes Fi
dos “ leads’'. Segundo o o m b u d s m a n , as lho; Georges Suffert, diretor da revista
param como conferencistas e debate-
estatísticas também mostram que a maio francesa Le P o in t, José Marques de Melo,
dores do setor de mídia impressa. Por ria só lê jornais aos domingos. professor da Escola de Comunicações de
sua vez, o setor publicitário, além de ^ Zagoria divide os leitores de jornais em São Paulo; e José Luiz de Faria Neto, Se
defender também a liberdade, mos três grupos: os que compram para ler as cretário Geral da Associação de Jornais e
trou-se otimista com seus investimen notícias e reagem ao seu conteúdo; os que Revistas.
tos e rentabilidade. representam organizações com interesses Segundo o jornalista Roberto Civita, a
específicos e são rápidos em apontar erros solução mais sensata para coibir eventuais
quando suas ideologias são atingidas; e os abusos da imprensa não é uma legislação
membros da própria equipe jornalística. específica, como a Lei de Imprensa, mas
Ombudsman Ele citou algumas maneiras que consi uma legislação comum. Civita lembrou
dera importante para ajudar os leitores: ex que, em países desenvolvidos e com sólida
O o m b u d s m a n do jornal W a s h in g to n plicações clara e diretas; títulos nas ma tradição democrática, bastam a Justiça
P ost, Sam Zagoria, trouxe a explicação de térias analíticas e colunas; publicação de comum para punir excessos como difama
uma nova forma de profissionalismo em mais gráficos, mapas e cronologias; dar ção e atentados à moral e aos bons cos
pregada nos Estados Unidos como um um toque de humor às matérias relativas a tumes.
meio de aproximar os leitores do jornal e ao consumidores, trabalhismo e meio am 0 advogado Evaristo de Moraes Filho
mesmo tempo aumentar a objetividade e o biente no noticiário principal. previu que a Lei de Imprensa será m o d i f i
comportamento ético da equipe. A pre Entre os fatores que desanimam o lei cada em breve, e apontou dois pontos fun
sença de um o m b u d s m a n num jornal serve tor, Zagoria falou de artigos muito longos damentais que, segundo ele, d e v e m ser
de ligação entre os leitores e a redação, que tiram o interesse e a paciência de mudados. Atualmente, quem r e s p o n d e a
uma espécie de Relações Públicas que quem os lê, aberturas de matérias que não processos por calúnia e ofensa, em ma
corrige, inclusive, osmal-entendidosentre se referem ao assunto principal; histórias téria não-assinada, é o diretor ou redat
a equipe jornalística e o grande público. humanas que defendem mais o criminoso chefe. 0 advogado acredita que esses P
Sam Zagoria lembrou que geralmente do que a vítima; e perfis que glorificam o cessos deveriam ser contra a pessoa J
os editores cometem alguns graves erros personagem da notícia. dica da empresa, que poderia ser pe