Page 59 - Telebrasil - Julho/Agosto 1981
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A contínua evolução da tecnologia dos componentes, semicondu
tores e CIs, desde seu advento, no início da década de 60, tem per
mitido dobrar, a cada ano, a densidade de componentes elemen
tares integrados numa pastilha (chip) e não hã sinais de que isso
tenda a decrescer, porquanto ainda se trabalha longe dos limites
teóricos. As novas tecnologias, como a MOS e a submicron, conse
guem, cada vez mais, compactar funções no espaço antes ocupado
por apenas uma função. Em cerca de 20 anos, o número de funções
integradas num componente cresceu de 1 por 10 mil. Obviamente,
no mesmo espaço de tempo, o custo por função lógica decresceu na
mesma proporção. A figura 2 dá uma idéia clara da comparação de
tamanho.
/ »>; 1 Fun% iVc das p*n filha* atra v#1* do tvnifu»
De modo geral, tais avanços tèm pennitido o desenvolvínjonto de
sistemas, a custos mais baixos do que os de tecnologias ate então
disponíveis, para executar as mesmas funções Existo também a
possibilidade de realizar sistemas muito mais versáteis, a custos
competitivos com os das gerações anterioivs A figura 3 mostra a 0CT0
projeção das funções das pastilhas através do tempo O aumento CornfY.ncêi
das funções por pastilhas, obviamente, traz consigo um decroscimo
do preço por função, o que permite pensar num uso generalizado
de chip e microprocessadores. A figura 4 mostra claramente esta ckn
projeção.
Por outro lado, esta rápida evolução tecnológica traz consigo a ob- Booii»«
*
solescêndã dos componentes num período de dois a très anos, pro
vocando, às vezes, dentro de um determinado projeto, a sua invia
bilização, antes de estar acabado, porque surgiu um componente
mais sofisticado ou até mais barato. Também temos que os compo
nentes, agora muito mais diversificados, aliados à grande quanti
ANOS
dade de fornecedores, tomam a escolha dos mesmos mais difícil.
As diferenças de desempenho, ou mesmo de funções, estão escon Fig. 4 — Uso de chips e microprocessadores.
didas entre centenas de sofisticados parâmetros, cujos estudos
transfonnam o técnico em pesquisador. Um Sem icondutor: o Silício
Este desenvolvimento da técnica de componentes e, consequente Atualmente, a grande maioria das tecnologias dos circuitos in
mente, de microprocessadores, periféricos etc, incentivou e criou tegrados (CIs) emprega silício. O silício é um material cujo
usos e concretizações de idéias que não era possível executar. Na átomo tem quatro elétrons na periferia. Se temos uma estru
área específica de telecomunicações, por exemplo, podemos fazer tura de silício puro, ela é pouco apta para conduzir a corrente
uma verificação, e ainda uma projeção, do que será o futuro em elétrica. De fato, o silício está entre os condutores e os isolan-
tomo de uns dez anos. Além disto, ninguém poderá imaginar.o tes. Em razão da sua resistividade, ele é um semicondutor. No
que o homem será capaz de criar, em termos de tecnologia ou de entanto, pode-se convertê-lo facilmente em um condutor, for
novas aplicações dos mesmos. necendo-lhe um excesso de elétrons, portadores negativos
(N) ou então um excesso de buracos. Estes buracos são a defi
C IRC U ITO S IN T E G R A D O S nição do portador de carga positiva (P). Para tanto, empre-
gam-se corpos que possuam 5 ou 3 elétrons periféricos, como
Começaremos pelas características dos transistores bipolares o fósforo, o boro etc., cujos átomos se alojam na rede de silício
e MOS e, posteriormente, serão vistas as famílias a que per e somam um elétron ou um buraco suplementar. Devido a
tence cada um: Schottky, PMOS, NMOS, ECL, CMOS etc e os isto, é possível a circulação de corrente. Introduzir estas im
tipos de tecnologia: PL, SOS, implantação iônica etc. purezas na rede intrínseca se chama "dopar" o silício.