Page 12 - Telebrasil - Março/Abril 1979
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diversos fenômenos por elas realça idêntico. ( O homem em situação é Trata-se, portanto, de uma questão
dos não foram acontecendo indivi fato consumado). A liderança situa- de interpretação distorcida em be
dualmente, como tampouco deixa cional é, pois, a simples interpreta nefício próprio. Como já nos referi
ram de acontecer os que os antece ção recente de um fenômeno uni mos antes, consideramos todas essas
deram, à medida que uma nova in versal já presente e manejado, quem ciências ainda incipientes, se bem
terpretação surgiu. Os fenômenos sabe, até com o mesmo propósito que muito avançadas em relação ao
em questão e os estilos valorizados desde que o mundo passou a contar que apresentavam há 15 anos. Tal
de uma ou outra maneira, sempre com mais gente além de Adão e vez por isso mesmo a discussão e in
foram manifestações presentes. As Eva... terpretação venham se centralizan
sim como os médicos não podem do mais no que respeita ao estilo de
pretender só encontrar pessoas cujos O segundo ponto básico, que enten liderança (ou estilo gerencial) do
males eles saibam curar, também os demos relevante, é a operacionalida que em torno dos fenômenos que
técnicos em liderança não podem, e de das abordagens situacionistas. levam à caracterização de determi
felizmente a maioria está neste caso, Algumas vezes encontra mos referên nados comportamentos que, como
procurar gerentes que apenas vali cias do tipo: Esta não é uma boa tal, são interpretados. Neste sentido,
dem seus modelos, nada mais. Cada abordagem, pois as pessoas, a fim a contribuição do Prof. W. Reddin,
situação tem seus próprios valores, de não fazer esforço para mudar, criando o conceito de Sensibilidade
decorrentes da localização espaço- dizem que este é o seu jeito e que a Situacional, talvez seja maioratéque
temporal de que emergem. situação o pede. Neste caso, é pre o modelo de estilos que construiu.
ciso verificar em primeito lugar se
Patriarcas, juízes, reise também pro a instrumentação oferecida para
fetas sempre representaram lideran análise foi construtiva ou não. A Realmente, entendemos que esta é
a mais significativa demanda que re
ças em situações, respondendo a si- operacionalidade de uma aborda
cai sobre um gerente. Segundo o
tuaçõés distintas. Se tomarmos ape gem, seja qual for, não está nela em
nas os exemplos de profetas através si, mas nos instrumentos que forne autor, esta seria a habilidade básica
de registros bíblicos, lançando mão ce para uma incorporação operati que permitiria a um gerente ler a si
tuação — e ler aqui significa encarar
de Cristo — o mais conhecido entre va daqueles que a utilizarão no dia
o fenômeno com todas as implica
nós — encontraremos uma demons a dia. é bastante provável que um
ções físicas e metafísicas. Muitos
tração de perfeita sintonia e flexibi modelo, situacionista ou não, pou
psicólogos têm estudado e se apro
lidade onde Ele ajustava-se a dife ca correlação esteja tendo com os
fundado nesse campo, explorando
rentes demandas, agindo de modo instrumentos que sobre ele se de
diferentes aspectos da percepção
bem diverso em diferentes momen senvolvem. das demandas interpessoais e talvez
tos. Assim podemos registranSe sá
aqueles que façam um estudo dentro
emprestardes àqueles de que possais Logo a seguir, é preciso aceitar a re de uma visão mais abrangente (co
esperar o mesmo favor (. . J ( . . . )
sistência á mudança como um pro mo esta da sensibilidade situacio
Pelo que vos toca, amais os vossos cesso natural e legítimo, muito liga nal), venham a dar outra contribui
inimigos e fazei o bem a todos ( . . . )
do ao medo do desconhecido e que ção marcante e histórica.
Lucas, Vs /32 a 36. Ou, (.. J o fes
necessita ser trabalhado adequada
tim das bodas está inteiramente pre mente, dando-se tempo para a sua Tenhamos em conta que se o geren
parado; mas, os que para ele foram
assimilação. Todos compreendem te tiver bem desenvolvida sua sensi
chamados não eram dignos dele. Ide,
corno é difícil mudar comportamen bilidade situacional, se for capaz de
pois, às encruzilhadas e chamai para
tos em si mesmos, quanto mais nos interpretar corretamente a situação
as bodas todos quantos encontrar
outros. Ocorre que os gerentes que e suas diferentes exigências, a ques
des ( . . . ) Mateus, 12a 14.,
ficam usando um modelo situacio tão de liderança ideal ou situacional
nista para se manter numa posição passa a ser mero detalhe, pois ele te
Antes e depois de Cristo até aqui, comporta mental rígida, nada mais rá condições de decidir, melhor que
todas as ações de liderança foram e estão revelando do que uma forte qualquer modelo teórico, a partir
continuam sendo situcionistas;o re tendência para o que Freud deno de seus recursos pessoais e, como
sultado depende é do modelo, pro minou racionalização, ou seja, a uti não poderia deixar de ser, de acor
cesso ou óculos utilizados para in lização de argumentos lógicos apli do com sua escala de valores. Sem
terpretá-las nos vários momentos de cados parcialmente em defesa de essa habilidade, a utilização de mo
evolução dessas ciências do compor uma posição que, se alterada, pode delos de qualquer espécie passa a
tamento, aliás ainda incipientes. ria causar angústia. Para as pessoas ser um simples jogo, um intelectua
com acentuada propensão desse t i lismo de gerência, prestando-se a ra
Sabemos que não podemos tratar po, pouco representa a contribuição cionalizações e manipulações, sejam
todas as pessoas da mesma maneira, dos modelos, pois, se não dispuse através de modelos situacionistas
seja por razões afetivas, seja porque rem de uma desculpa tal, usarão ou ideais ou, quem sabe, de qualquer
elas, mesmo recebendo igual trata tras como: é uma questão de perso outro que venha a surgir, é uma
mento, não responderão de modo nalidade ou se mudo, fico doente. questão de ponto de partida para