Page 11 - Telebrasil - Março/Abril 1979
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L i d e r a n ç a
e f i c a z x H u m a n i z a ç ã o
d a g e r ê n c i a
GETÜLIO PONCE DIAS
Currículo já publicado em Telebrasil (jan./
fev./79).
Escrever algo com respeito à lide fatos e fenômenos de grupo, de mo cultural — da maioria das fam ílias,
rança eficaz é escrever sobre a habi do especial às suas relações com os começou-se a questionar este bom
lidade de se levar um grupo à reali respectivos líderes e vice-versa. Den estilo de liderança e concluiu-se que
zação de determinada tarefa. Como tre estes, os mais importantes, em as pessoas precisavam de mais aten
não se encontrará jamais grupos e nossa opinião, seriam K. Levin, ção, que não era mais possível ape
tarefas iguais, para se falar em lide Bonnis & Shepard, Bion, Tuckmann nas ordenar-lhes para fazer isso ou
rança eficaz cumpre estar sempre e Cartwright. Muitos outros deram aquilo. Era necessário, sim, valori
falando em liderança situacional. sua contribuição nos últimos 30 za-las. Florescia, então, a escola de
Com ou sem suporte teórico, a ma anos, porém entendemos que, de E. Mayo, na década de 30, e o esti
neira de se liderar ao longo da histó uma forma ou de outra, os conteú lo ideal passou a ser o que coloca as
ria da humanidade sempre tom ou dos se assemelham; variam mais por pessoas em prim eiro lugar. Era, co
contornos diversos, em diferentes nomenclatura e detalhe de interpre mo se vê, uma nova situação.
momentos, repetindo-se muitas ve tação dos fenômenos de liderança
zes séculos mais tarde, simplesmen que por revelação de outros, novos. O exame de consciência daqueles
te porque a situação muda. novos tempos e o advento da p ro li
E como se tem avaliado e extrapola feração da literatura adm inistrativa
Recentemente, com a sistematiza do, em diferentes épocas, o fenôme trouxeram a geração dos questiona-
ção teórica do que acabamos de re no da liderança gerencial? Em fun dores e, com o cataclisma da 2?
cordar de forma superficial, a ques ção dos resultados por ela obtidos Guerra, a concepção de que o estilo
tão da liderança vem trazendo à em seus diversos momentos históri gerencial ideal seria aquele em que
baila uma discussão a propósito da cos. Recordemos que, até o começo se tomariam decisões indagando, es
qual parece-nos oportuno revisar al da década de 10, quando somente cutando e participando. Era uma
guns pontos. conseguiam progredir verdadeiros outra situação.
pioneiros que vislumbravam um
0 primeiro deles refere-se à atuali mundo totalmente imperceptível Por estes pequenos detalhes, o leitor
dade do enfoque situacio na lista; o pela massa, considerava-se um bom pode perceber o quanto o ideal é
segundo, à operacionalidade e o te r gerente o duro, o que assumia todos momentâneo, como, aliás, já nos re
ceiro, ao seu aspecto pragmático. os riscos. E, certamente, não pode ferimos e sempre nos ensinou a His
Com respeito ao primeiro, é preciso ria ser de outra forma. tória. O que não se aplica somente à
tomar em conta aspectos históricos • — • gerência. Na realidade, representa
das teorias de liderança aplicados â Logo após essa época, pela consoli ram contribuições importantes que
gerência. Em. boa verdade, todas dação de uma série de fenômenos significaram o avanço das diferentes
elas derivam de estudos de teóricos sócio-econômicos e pela ascensão teorias psico-sociológicas. Não se
que se dedicaram à verificação de econômica — e cqnseqüentemente pode esquecer, entretanto, que os