Page 26 - Telebrasil - Maio/Junho 1979
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fone tornou-se realmente uma par na Organização; b) a relação dos Este último se fundamenta em
te do indivíduo. Realmente seria valores das pessoas que detêm o compartimentos denominados
difícil distinguir entre o ouvido e o poder com os valores de Recursos órgãos (Departamentos, Divisões,
telefone que serve ao ouvido. Sua Humanos. seções, etc.), enquanto que o sis
opinião é que não podemos ‘cor têmico se fundamenta em siste
tar’ o telefone, assim como não po 4.5. Cultura Organizacional: ma, subsistemas e componentes.
demos ‘cortar’ a orelha de uma
% Portanto, a grande deficiência do
pessoa de uma maneira satis A Cultura Organizacional é outro enfoque linear como instrumento
fatória. O telefone é parte do siste aspecto do enfoque sistêmico que de análise é que este não vai além
ma que chamamos de pessoa indi merece cuidadoso diagnóstico. A da fronteira do órgão, enquanto
vidual” . Quando falamos no Am Cultura Organizacional é um refle que o sistêmico facilita a análise
biente, queremos dizer que o siste xo da filosofia organizacional. Co da Organização como um todo e
ma pode fazer relativamente pou mo as pessoas se comunicam? A sua interatuação com o ambiente.
co a respeito de tal coisa. Recor comunicação é de cima para bai Ao utilizar o enfoque sistêmico,
rendo ainda a Churchman para es xo? De baixo para cima? Em am não seria analisado o Órgão de Re
clarecer melhor o que nós chama bas direções? Em todas as di crutamento e Seleção, mas o sub
mos de Ambiente, utilizaremos as reções? Como as pessoas tomam sistema de Recrutamento e Se
perguntas que ele utilizou: “ posso decisões? As decisões são toma leção que vai além da fronteira do
fazer alguma coisa a respeito dis das por uma única pessoa? As de Órgão. Primeiro seria analisado
to? e isto tem importância com re cisões são tomadas sem partici cada componente deste subsiste
lação aos objetivos” ? Se a respos pação e sem dar importância à opi ma e suas interações com os com
ta à primeira questão é “ não” , mas nião de outros envolvidos? Ou sem ponentes destes e dos demais
a resposta à segunda é “ sim” , en participação, mas justificada? subsistemas. A titulo de exemplo,
tão o “ isto” está no Ambiente. No Com participação procurando na poderíamos considerar no subsis
nosáo modelo consideramos co medida do possível atingir consen tema de recrutamento e seleção o
mo Ambiente os sistemas político, so? Delega ao Grupo? A que as componente “ análise profis-
social, econômico, financeiro, pessoas dão maior importância? siográfica” . Este componente da
jurídico, administrativo e cultural. As normas da organização são ri ria subsídio ao componente ‘‘pro
Embora a Organização não possa gorosamente seguidas mesmo cesso seletivo", ao indicar as ca
atuar diretamente no ambiente, é que estas dificultem a consecução racterísticas e aptidões ne
importante que ela tenha um dos objetivos? Ou dariam maior cessárias aos ocupantes dos car
quadro-diagnóstico do ambiente e importância aos objetivos mesmo gos, possibilitando que as baterias
possa, de certa forma, influir neste que para atingir a consecução des de testes sejam montadas para
quadro. tes fosse necessário, em alguns mensurar estas e não outras apti
momentos, desobedecer a algu dões. Este componente dá
4.4. Estrutura de Poder: mas normas? Ou dariam maior im subsídios também para o compo
portância à pontualidade, assidui nente “ planejamento de treina
Ao considerar a Estrutura de Po dade do que à produtividade? Ou a mento" do subsistema de treina
der, não devemos confundi-la com produtividade ó prioritária? Como mento, ao indicar a situação ocu-
a estrutura de autoridade indicada as pessoas planejam, coordenam, pacional de cada cargo, possibili
pelo organograma. No organogra controlam, executam? Enfim, o tando um planejamento de treina
ma se percebe a distribuição de diagnóstico da Cultura Organiza mento fundamentado na situação
autoridade na Organização, mas cional como da Estrutura de Poder ocupacional, evitando um treina
nem sempre esta estrutura de au é uma poderosa ferramenta que in mento acadêmico, desligado da
toridade coincide com a Estrutura dica a viabilidade da implemen re a lid a d e empresarJal. Dá
dé Poder. A autoridade é a investi tação do modelo, no todo ou em subsídios, ainda, ao componente
dura legal em determinadas po parte, ou até mesmo a inviabilida “ avaliação de desempènho" do
sições hierárquicas, e poder é ca de da implantação. subsistema de avaliação, possibi
pacidade de influir no processo de
litando uma avaliação de desem
cisório. Em muitas organizações, 4.6. Recursos do Sistema: penho centrada na situação de tra
embora a autoridade maior seja a
balho. O enfoque sistêmico nos
do Presidente (ou do primeiro ho Evidentemente que é básico. Os possibilita, assim, fazer uma
mem, o que está no topo), o poder recursos humanos, financeiros e análise integrada de todos os sub
se encontra não nas suas mãos, materiais irão indicar em que pro sistemas de Recursos Humanos
mas muitas vezes nas do Diretor porção se implantaria o modelo. através dos componentes dos
Superintendente (segundo homem Entretanto, para a eficácia do mo vários subsistemas.
do topo), e às vezes até mais abai delo é de alta relevância o estabe
xo ainda na hierarquia organizacio lecimento de prioridades na utili
nal, nas mãos de um Diretor (ter zação destes recursos. 4.8. Administração do Sistema:
ceiro homem no topo da organi
zação). Outro aspecto a conside 4.7. Subsistema e suas intera- Estabelece os planos para a im
rar seria indagar em que percen tuações: plantação do sistema, determina
tual o poder é distribuído pela es- as finalidades dos subsistemas,
trurura organizacional. É importan Como já observamos, o enfoque estabelece o orçamento e controla
te saber: a) a distribuição do poder sistêmico difere do enfoque linear. a eficácia do sistema.