Page 62 - Telebrasil - Setembro/Outubro 1976

1) Geração de propostas de investi­
mento;
2) Estimativas dos fluxos de caixa das
diversas propostas (3);
3) Avaliação dos fluxos de caixa;
4) Escolha de projetos com base num
critério de aceitação.
A empresa pode realizar investimentos
de capital em várias modalidades —
condicionados ao tipo de empresa e a
fase com que está envolvida.
Podemos agrupar os projetos de inves­
timento retratando as situações mais
normais ocorridas no meio empre­
sarial, no seguinte quadro:
1) Substituição de itens do ativo fixo;
2) Expansão: novos produtos e,
capacidade adicional das
linhas existentes;
3) Pesquisa e Desenvolvimento;
4) Exploração;
5) Outros.
Dentre os tipos de investimento co­
locados, os referentes a reposição,
tendem a apresentar maior simplici­
dade que os demais, em vista de um
conhecimento da situação — embora
muitas vezes, a experiência anterior
seja com um outro tipo de investimen­
to.
Os investimentos,
apresentam altas dificuldades, refe­
rem-se à expansão de novos produtos.
A empresa não conta com experiên­
cias anteriores que auxiliem na decisão
da viabilidade econômica de uma nova
decisão.
Os investimentos, dentro da categoria
"outros", apresentam também gran­
des dificuldades na sua avaliação.
(3) A razão pela qual se analisam as propostas de inves­
timento de capital, pelos retornos em fluxos de
caixa, e não com base no lucro contábil, é em vista
de os recursos monetários serem vitais em qualquer
decisão na empresa. 0 fluxo de caixa também é con­
siderado mais importante, devido ao envolvimento
da empresa com sKuaçôes de reinvestimento.
(4) Van Home — Política e Administração Financeira.
Cap. 3, pág. 40. 2* ed.
(5) Os projetos de investimento podem ser mutuamente
exclusivos, independentes e dependentes. São
mutuamente exclusivos, quando a decisão por uma
proposta elimina a possibilidade de adotar uma
outra. Quando independentes, a decisão por uma
proposta não interfere na decisão por outra pro-*
posta. No caso de dependência, a decisão por um
projeto exige a adoção de um outro projeto*
(6) Weston e Brigham. Managerial Finance. Cap. 7, pág.
144 _ 4? ed.
(7) Joel Dean. Avaliação da Produtividade do Capital,
Leituras da Adm inistração C ontábil e Financeira,
Frediano Quilici. Fundação Getúlio Vargas. Cap. 19,
pág. 297.
Dentro desta categoria estão inves­
timentos, como a instalação de apa­
relhos de som num ambiente de
trabalho, aquisição de um dispositivo
que reduza a poluição ou o dispêndio
de fundos, para preencher certos
requisitos de higiene. Investimentos
dessa natureza apresentam enormes
dificuldades de avaliação dos retornos.
3. MÉTODOS DE AVALIAÇAO DE
INVESTIMENTOS
3.1 — Método do Payback
0 período do "payback" de um projeto
de investimento nos indica o número
de anos necessários para que um in­
vestimento seja recuperado (4).
Para se alcançar o número de anos de
recuperação de
toma-se o investimento inicial
vide-se pelas entradas anuais de caixa.
Por exemplo, se o investimento inicial
de uma proposta é de Cr$ 10.000 e as
entradas anuais são de Cr$ 2.500,
to ma-se:
10.000 = 4 anos
2.500
logo, este período é o necessário para
que o investimento aplicado, retorne
exatamente no montante desembol­
cujas análises
sado.
Pode haver a ocorrência de fluxos
irregulares de caixa. Por exemplo,
retorna Cr$ 2.000 no primeiro ano,
Cr$ 3.000 no segundo e terceiro anos e
Cr$ 4.000 no quarto ano, para um in­
vestimento inicial de Cr$ 7.000; neste
caso, poder-se-ia somar os fluxos
anuais até alcançar o valor inicial in­
vestido:
2.000 + 3.000
(1? ano) (2? ano)
1 ano + 1 ano + 2/3 ano = 2 2/3 anos,
ou seja 2 anos e 8 meses.
O processo decisório, diante deste
método, tem como base o critério de
aceitação fixado em termos de anos,
que a empresa exige para o retorno do
investimento.
Por exemplo: a empresa exige que o
investimento tenha retornos neces­
sários à cobertura do investimento
inicial de, no máximo, 3 anos (período
máximo de aceitação); a decisão é a de
aceitar as propostas que apresentarem
o período de payback, menor que 3
anos, e rejeitar as propostas com
período de payback superior a 3 anos.
Por outro lado, quando se tratar de
propostas mutuamente exclusivas (5),
optar-se-á pela que apresentar um
menor período de payback.
O método de payback, apesar de
apresentar algumas notáveis deficiên­
cias, tem alcançado um alto nível de
utilização, em vista da sua simplici­
dade; as empresas apresentam dificul­
dades na aplicação de técnicas de
análise de investimentos mais sofis­
ticadas. A utilização do método, é
realizada por 60% das empresas dos
Estados Unidos, segundo uma pes­
quisa feita pelo Instituto de Produtos e
Máquinas e Afins — MAFI (6).
um investimento, A maior deficiência do método de pay­
e di­ back é a não consideração dos fluxos
de caixa registrados após o período de
payback. Este critério pode fazer do
payback um método bastante en­
ganoso. Por exemplo, na decisão entre
dois investimentos:
Fluxo de caixa
#
A N O A B
0 - 10.000 - 10.000
1 3.000 5.000
2 4.000 5.000
3 6.000 —
4 8.000 —
Pelo payback a decisão é pela proposta
B, por apresentar a possibilidade de
retorno em 2 anos, enquanto que a
proposta A apresenta um payback de
2,5 anos. Uma análise elementar apon­
taria como mais vantajosa a proposta
A, por apresentar volumes signifi­
+ 2.000 = 7.000 cativos de fluxo de caixa no terceiro e
(3? ano) quarto anos. A empresa, ao buscar
suas decisões através do payback está
dem onstrando uma preocupação
exagerada pela liquidez. Nenhuma em­
presa deve ignorar a necessidade de
liquidez, mas podem ser utilizados
métodos mais diretos e menos dispen­
diosos do que o sacrifício do lucro;
concentrando-se na liquidez, a em­
presa está desprezando a questão vital
* da qual será o padrão de duração dos
lucros (7).
Um outro aspecto, apontado como
falha do método, é que não leva em
conta a magnitude da distribuição no
tempo. Por exemplo: