Page 3 - Telebrasil - Novembro/Dezembro 1966
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ta e podem, hoje, em contrapartida, pro­     darão a êsses telefones as vantagens de
meter aos seus colaboradores um futuro       um serviço de intercomunicação completo
econômico bem diferente daquele com          e eficiente.
que se contava antes da adoção da boa
política que hoje governa o serviço de te           E* de observar-se, ainda, que, à pro­
lecomunicações de nosso país-                porção que o tempo passa, os circuitos
                                             interurbanos se tornam cada vez mais úteis
      Há um punhado de razões que nos        mais necessários e mais lucrativos. Nos
convencem de que as emprêsas telefôni­       primórdios da telefonia as linhas interur­
cas do Brasil, dia a dia. se tornarão um     banas serviam apenas para o transporte
melhor negócio, em que todos poderão         da voz e. em condições precárias, mais tar­
inverter, espontàneamente, suas economias,   de, se instalaram circuitod telegráficos
sem receios, certos de estarem fazendo       superimpostos, obtcndo.se, assim, maior
boa semeadura para o futuro.                 eficiência dos circuitos existentes. Iloje,
                                             com os cabos coaxiais e os sistemas de mi­
      O Brasil tem hoje cêrca de 82 milhões
de habitantes e em tórno de 1.300.000 te     cro-ondas, os canais de voz transportam
lc-fones, o que dá. aproximadamente, a       todo tipo de sinal; — telégrafo comum,
média de 1,58 telefones por 100 habitan­     telex, televisão, dados para cérebros ele
                                             trónicos, transmissão de fotografias, do
tes.                                         desenhos, de mapas, de cartas, controle cie
      Há, no momento, em todo o território   usinas e de máquinas operatrizes à distân­
                                             cia e cada dia que passa novos usos sur­
nacional uma demanda não atendida pelo       gem dos circuitos telefônicos, criando no­
menos igual ao número de telefones já        vos negócios, maiores lucros e mais con­
em funcionamento, a qual, se satisfeita      forto e bem-estar para a humanidade-
agora, elevaria imediatamente o índice ci­
tado para 3,16 telefones por 100 habitantes        No Brasil já se ensaiam, e nos Esta­
o que equipararia o nosso país à Rússia,     dos Unidos proliferam aos milhares, as
que tem hoje apenas 3.14 telefones por       torres de televisão CATV (Community
100 habitantes.                              Antenna Television — Antena de Televi­
                                             são para a Comunidade) que irradiam nas
      A média de telefones por cem habi­     cidades menores os programas ricos — e
tantes no mundo, como um todo, é de 5,3;     até a côres — originados nos grandes
na Europa é de 8,7 e na América do Nor­      centros, os quais são transmitidos pelas
te, que era de 37.0 em 1957. é hoje de 45.   omprêsas telefônicas, o que tem trazido
esperando.se aue atinja a 57 por cem ha­     um substancial aumento de renda para as
bitantes em 1970.                            emprêsas telefônicas.

       Se tomarmos, modestamente, a média           A indústria telefônica no mundo in­
do mundo conio aplicável imediatamente       teiro procura hoje atingir o grande goal.
ao Brasil, teremos 5.30; deduzindo-se dèsse  que é o de “ comunicação total” e nós, das
número 1.58. que é o nosso índice de ho­     telecomunicações, não vemos motivos pa
je, chega-se à conclusão de que faltam       ra que o Brasil não embarque também
3,72 telefones por cem habitantes para       nesse mesmo programa e. para isso, o pri
que o Brasil chegue àquela média. Assim,     meiro passo é convencer.se cada brasilei­
podemos avaliar que faltam hoje ao Bra­      ro de que é quase um dever cívico —
sil, no mínimo, 3.070.000 telefones, para    além de ser um bom negócio — tornar-se
cuia instalação serão necessários. aproxi­   acionista voluntário de uma emprêsa te­
madamente, 3 trilhões e 700 bilhões de       lefônica, único meio de se obterem os
cruzeiros e, pelo menos, outros tantos tri­  trilhões de cruzeiros de que carece a in­
lhões de cruzeTOs serão necessários para     dústria de telecomunicações.
a construção das linhas interurbanas que

EMPRÊSAS TELEFÔNICAS TERÃO DE REVER CONTRATOS

      O Conselho Nacional de Telecomuni­                                O Globo — Rio 8-11-1966
cações não considerará os pedidos dc au­
mento tartjano das empresas concessio­             .4 medida, segundo informou o
                                             CONTEL, visa a evitar que cada emprêsa
nárias de serviços de telefonia que não sc   apresente suas reiinndicações à sua ma-
enquadrarem, a partir dc dezembro, nas       neira, cruindo embaraços administrativos
cláusulas-padrão estabelecidas pela decisão  para o seu posterior enquadramento nos
n.° 156, de janeiro de 1965.                 dispositivos que passaram a vigorar com a
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