Page 8 - Telebrasil - Abril/Maio 1962
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Epitacio Pessoa e Borges de Medeiros» O Lhoyd telefônico mineiro poderá
ser posto na rua por uma recua de de
quando» cegamente, os dois marcharam pa magogos, mas nunca pelo antigo presiden
ra a encampação do porto do Rio Gran te do Banco Nacional. "
de e da "A uxilliaire".
n Ao TEM SENTIDO DESMEMBRAR OS
Eu estava em Londres, no outono de SERVIÇOS DE UM ESTADO, QUANDO SE
1920. Tudo o que escrevi, e disse pes TRATA £ DE INTEGRAR E ARTICULAR
soalmente a Epitácio Pessoa, acerca da
criminosa exportação de capitais, e de téc Em uma de suas magnificas va
nica ferroviária e portuário, se cumpriu. rias, o "Jornal do Comércio", edição de 4
A liçao, porem, de nada serviria aos seus de abril, registra os acontecimentos rela
compatriotas do dia de amanhã. cionados com a intervenção na CTB, assi^
nalando, com toda a propriedade, o quanto
Fui, um dia, visitar o porto do Rio vem o problema sendo colocado perigosa-
Grande, que e um edifício monumental. mente, em termos inaceitáveis e como tem
Tanto as obras de mar, como a outra par sido funesto o choque que ocorre entre as
te das instalações na terra firme, eram" administrações estaduais e o Governo Fe_
um cemitério. deral.
Tal o resultado da encampação do por Diz a "vária" em questão o se
to do Rio Grande pelo Estado brasileiro.“ guinte :
Em nenhum da atividade naclo O problema dos telefones está sen
do colocado perigosamente em termos de
nal, exerceu-se nociva a influência inaceitável inatualidade e focalizado de
um ângulo errôneo e funesto de choque
outubrista, quanto no terreno, do qual nos entre os governos federal e estadual e
no terreno da luta contra o investidor es
vimos ocupando. 5 trangeiro. Assim, o resultado poderá
ser mais algum fulgurante volume na li
E, em face da situação cambial, de teratura polemica nacional mas, nunca, a
corrente da queda das taxas cambiais, no construção de um serviço eficiente de que
ano de 30, o governo provisório recusava o Brasil atual já não pode mais prescln
se, por tõda parte, a autorizar os reajuiT dir. É precisamente isto que cumpre e
tamentos indispensáveis nas tarifas dos vitar.
contratantes dos serviços públicos. Excep
cionalmente, os consentia com fundamento Se a violenta expropriação de que foi
nas majorações de salários. vítima a Companhia Telefônica Rxo-Gran
dense foi um sinal de alarma e tantos
Disse o nosso insigne colaborador A prejuízos e dificuldades nos trouxe,o pro
belardo Carneiro da Cunha que, em nosso blema que, então, se criou transforma-^"
país, o serviço telefônico é dado de ^ra se num detalhe de significação e impor
ça. Êle parece ter ouvido um notável tância menores, diante da magnitude que
engenhe ro e empresário, na Suiça, per a questão das telecomunicações atinge, -
guntar-me, um dia, em Zurich: quando se trata da C .T .B .. E isto é
assim não só porque se trata de uma
— "Quanto pagam os senhores,em fran empresa que enfeixa cerca de 82% do
serviço telefônico de todo o país, mas,
cos suíços, pela unidade de tempo, pelo u principalmente, porque se trata do Rio de
Janeiro que é, na realidade, a central te
so do telefone ? " . ” lefônica do Brasil inteiro. E mais na
da: a central de todo o sistema de t e
— "Desconhecemos o telefone medido", lecomunicações, cobrindo não só nossa pró
respondi, envergonhado, como se o Brasil pria vastidão continental como, inclusive, “
fosse uma provinda da Cafearia. as comunicações com o exterior. Como
ponto de partida, portanto, a questão não
— "Neste caso, seu país não tem ser e estadual, nem municipal. Em seguida,
salta à vista, que não se trata de um
viço telefônico, retrucou o meu interlocu“ simples negócio mas de um item predo
minante no ternário da segurança naciõ"
tor. "Verá o dia em que as cidades bra nal. Uma coisa é a execução técnico“
industrial, o problema tarifário, os custos
sileiras terão fantasmas, em lugar deconT de instalaçao, manutenção e expansão dos
serviços. Outra, muito diferente e per
panhias de comunicações urbanas". ”
Um governante, dos níveis morais do
presidente de Minas, não irá assumir a
responsabilidade por dois atos errados.
O prim eiro, seria agir como se as
empresas telefônicas, que operam no Bra
sil, fossem desidiosas, em vez de perse“
guidas pela cobardia dos governos. O se
gundo, fora dispor-se a fazer, na sua ter
ra, um telefone estatal. ~